07 lições de vida que os cachorros oferecem aos humanos

Conviver com cachorros pode ser um autoaprendizado. Confira algumas lições dos peludos.

Os cachorros são fascinantes. Eles são úteis aos humanos das mais diversas maneiras, mas são também seres sencientes: eles existem, sentem, sofrem, alegram-se e seguem a vida. Quem convive com cachorros pode aproveitar lições preciosas que eles oferecem, desde que tenha “olhos de ver”.

Nós e os cachorros pertencemos ao Reino Animal. A nossa inteligência é muito mais desenvolvida, a linguagem que usamos é complexa e sofisticada, construímos civilizações e tecnologias impensáveis até mesmo para os nossos bisavós.

Mesmo assim, somos seres finitos, assim como todas as demais formas de vida. Os cachorros ocupam-se em comer, beber, dormir, ter filhotes (se não forem castrados), proteger-se do frio, do sol, do vento, da chuva.

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A finitude pode ser um bom ponto de partida para refletirmos sobre a vida. Nenhum de nós é tão importante que não possa ser substituído. Todas as formas de vida cessam com o passar do tempo. Os cachorros conseguem demonstrar que nenhum de nós é o centro do mundo, mas cada um é o centro da própria existência, que não deve ser desperdiçada com valores supérfluos.

O amor

Nós temos inúmeras preocupações, necessidades e desejos. Quando nos tornamos provedores das demandas dos cachorros, eles estabelecem uma relação com lealdade, afeto, atenção e amor inquestionáveis – esta é a primeira das lições que eles oferecem.

A dedicação dos cachorros é incondicional. Eles continuam a postos para nos proteger, para brincar conosco, para relaxar e descansar no fim do dia, sem estabelecer qualquer tipo de condição.

Eles permanecem disponíveis mesmo depois daqueles dias especialmente difíceis em que, sem querer, descontamos as nossas frustrações e o nosso cansaço com gritos, broncas ou até mesmo com indiferença. Minutos ou horas depois, quando estivermos refeitos, os cachorros estarão ao lado, prontos para fornecer a mesma fidelidade de sempre.

As lições dos cachorros

Aprender é uma condição básica: quem está vivo, aprende. Quando nos cristalizamos em verdades e certezas, deixamos de existir plenamente. Por isso, às vezes, é preciso relaxar, deixar de lado as preocupações com trabalho, estudos, amizades e amores, para pensarmos em nós, no que temos de bom e no que ainda precisa ser melhorado.

Os cachorros podem nos ajudar. Já foi dito que eles vivem menos porque já nascem sabendo amar, enquanto nós precisamos aprender esse sentimento. Relacionamos a seguir alguns pontos em que os peludos são verdadeiros mestres.

01. Sociabilidade

A vida em sociedade exige algumas formas de representação. Usamos máscaras diferentes para nos relacionar com os diferentes agentes que partilham o nosso dia a dia. Os cachorros, ao contrário, estão sempre querendo apenas amizade, que se resume em alegria, partilha e diversão.

Podemos agir como eles, apenas conversando com pessoas desconhecidas no elevador, ou no transporte coletivo. Trocar ideias e impressões superficiais, que podem atingir conceitos profundos não imaginados. Não é preciso buscar interesses que possam ser satisfeitos nos contatos: basta apenas doar um pouco de tempo e receber um pouco de tempo de volta.

Esta questão não é apenas subjetiva. Quem vive com um cachorro precisa passear diariamente e ver muita gente nos caminhos. A sociabilidade se desenvolve nas conversas banais, em que podem ser encontrados novos parceiros de vida.

Ser mais sociável significa respeitar o próximo, mesmo sem conhecer as necessidades dele. Um cachorro educado não late muito, respeitando o silêncio das pessoas à sua volta. Ele não salta sobre as pessoas, respeitando as características físicas dessas pessoas. Ele não precisa ser agressivo, porque não tem nada a ganhar ao submeter os outros através do medo.

02. Reciprocidade

Os cachorros retribuem em todas as circunstâncias. Quando são bem tratados, tratam bem os seus interlocutores. Os peludos sabem dimensionar o nível de atividade de acordo com as condições da pessoa com quem estão se relacionando.

Eles são suaves e gentis com bebês e crianças pequenas; agitados e divertidos, bons parceiros de brincadeiras com as maiores; curiosos, destemidos e incansáveis com adolescentes e adultos; e delicados com os idosos, doentes e portadores de limitações físicas e emocionais.

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Um cachorro é capaz de se entreter por um tempo considerável com a mesma pessoa que o ignorou, ou até mesmo o agrediu no dia anterior. Os peludos não guardam mágoas e rancores. Afastam-se quando são maltratados, mas aproximam-se ao menor gesto de colaboração e boa vontade.

Os cães raramente ficam traumatizados. É necessária uma longa e intensa sequência de negligências, maus tratos e agressões para que eles se tornem arredios, distantes ou tímidos. Naturalmente, isto está relacionado a uma estrutura emocional mais simples do que a nossa.

De qualquer maneira, esta disponibilidade pode nos ensinar a devolver aquilo que nós é oferecido. Se alguém nos despreza, podemos apenas ignorá-la, sem ficar remoendo os motivos nem tecer planos de vingança.

Mas, se alguém oferece alguma coisa boa, podemos fazer como os cachorros e simplesmente aceitar a oferta: um carinho, uma boa conversa, uma brincadeira. Não é preciso que seja para sempre. A reciprocidade acontece no aqui-e-agora.

03. A paciência

Você já parou para pensar que o universo canino é determinado por nossas ações? Desde que eles deixaram as matas e bosques para nos acompanhar, os peludos estão sempre esperando pelas nossas determinações.

Obviamente, a convivência também rendeu bons frutos para eles. Viver com os humanos garantiu segurança, estabilidade, conforto e satisfação das necessidades. Mas, em troca, eles passaram a viver no nosso mundo – e a maioria não saberia como voltar para a natureza.

Nós determinamos horários para dormir e despertar, fazer as refeições, comer, brincar, descansar. Eles respeitam todas as determinações, mesmo sem entender por que não podem fartar-se a qualquer momento com o pacote de petiscos que permanece inacessível.

Alguns cães passam o dia inteiro esperando pela volta dos tutores, para a tão desejada brincadeira, caminhada ou cafuné. Não há nada errado nisso, mas o que merece ser destacado é a paciência. Eles não tentam antecipar as atividades, apenas aguardam a nossa boa vontade.

Aprender a ser paciente pode ajudar bastante em nosso dia a dia – no trabalho e na escola, por exemplo, mas também quando surgem momentos de ansiedade. Tudo ocorrerá no momento certo.

04. Respeito

Apesar de o tempo necessário para um filhote aprender a usar o banheiro, não subir nos móveis nem pular sobre as pessoas possa parecer infinito, a realidade é que os cachorros aprendem rapidamente – em duas ou três semanas, eles já dominam toda a rotina e as regras da casa.

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Na verdade, eles aprendem a respeitar os tutores. Não faz sentido para um cachorro fazer xixi na área de serviço, mas não no tapete da sala. Ele apenas “renuncia ao direito” de sujar o tapete em respeito aos demais membros da família.

Desde que a educação seja adequada e as regras sejam estáveis, os cachorros se transformam em modelos de respeito. Eles esperam horas pelo passeio diário, para só se mostrarem entusiasmados quando veem os tutores pegando a coleira e as chaves da casa.

Um cachorro equilibrado também respeita o espaço de outros pets da casa, das crianças, dos vizinhos, dos prestadores de serviços. Evidentemente, o equilíbrio dos cachorros depende da atuação dos tutores, dos quais eles são verdadeiros reflexos.

05. Sombra e água fresca

Quem observa um cachorro tirando uma soneca pode perceber que ele permanece totalmente relaxado por alguns minutos, como se nada importante estivesse acontecendo no mundo. Mesmo assim, ele volta a ficar atento ao menor ruído ou cheiro.

Quando isto acontece, o cachorro está ensinando que só devemos nos preocupar com os problemas quando eles realmente se tornam efetivos. Não se deve ficar ansioso com o que talvez possa acontecer: quando acontecer, procuraremos as estratégias necessárias para superar o problema; antes disso, devemos relaxar na sombra, inclusive porque isso permite recarregar as energias necessárias para os desafios.

06. Lealdade

Esta é a característica que fez dos cachorros os melhores amigos dos humanos. Um cachorro nunca fará nada nocivo à sua família; ao contrário, ele arrisca a própria vida para garantir a segurança, integridade e conforto de todos.

A lealdade é igualmente fundamental em todos os relacionamentos. Um vendedor pode oferecer um produto de qualidade inferior, mas, se fizer isso sempre, certamente perderá muitos clientes. Uma criança pode mentir sobre a lição de casa, mas terá de se explicar com o professor no dia seguinte.

Ser leal não é garantia de sucesso profissional e acadêmico, já que sempre existem concorrentes que levam a melhor, pelo menos por algum tempo. Mas a lealdade garante a paz de espírito, a certeza de ter feito o melhor, de não ter prejudicado ninguém.

07. Amor puro

Um cachorro nunca sente o menor pudor em demonstrar os sentimentos. Ele não se envergonha quando salta no colo do tutor com o rabo balançando, lambe o rosto e, no meio de tanta excitação, permanece atento para antecipar o que virá a seguir.

Nós, humanos, mantemos uma série de reservas. Muitas vezes, com medo de sofrer, não nos permitimos amar – um amor romântico, uma amizade, uma diversão entre colegas. Mas, por medo de sofrer, acabamos abdicando das coisas boas da vida – e sofremos do mesmo jeito.

Os cachorros são felizes por demonstrar o amor que sentem. A presença do tutor, ao lado da satisfação de algumas necessidades básicas, é suficiente para que os peludos acreditem viver no melhor dos mundos. Precisamos aproveitar esta lição, que eles costumam oferecer várias vezes por dia.

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