O petisco ideal para adestrar cachorros

Na hora de adestrar cachorros, o petisco ideal varia de acordo com o gosto. Mas alguns são “preferências nacionais”.

Adestrar cachorros é uma decisão sempre acertada. Seja para transformar o peludo da família em um ás do agility ou um campeão de porte e postura, seja para que o pet assimile os comandos básicos, o treinamento apresenta inúmeras vantagens. Alguns tutores ficam com a dúvida: qual o petisco ideal?

O adestramento facilita a convivência da família. Podem ser eliminados alguns comportamentos indesejados, como fazer xixi no meio da sala de estar, pular amistosa, mas ansiosamente nos tutores, nas visitas e até em estranhos, disparar durante os passeios.

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O melhor método de aprendizado é o adestramento positivo, que consiste em oferecer recompensas sempre que o pet fizer o que se espera dele. Depois de alguns dias, o petisco escolhido como prêmio pode ser dispensado, mas os afagos e palavras de incentivo precisam ser mantidos.

O adestramento positivo é útil em todo tipo de treinamento, dos comandos simples à “qualificação profissional”: transformar um filhote em um vigilante, acompanhante (de crianças, idosos ou de nós mesmos), cão-guia e outros ofícios caninos.

Mas qual é o petisco ideal para convencer os cachorros a fazerem atividades complexas, algumas vezes envolvendo riscos – e, na maioria, sem nenhum sentido concreto para os pets?

Tudo depende das preferências do animal em treinamento, mas algumas recompensas são bem aceitas enquanto outras, mesmo sendo desejadas, devem ser descartadas.

Petisco cachorro

O petisco ideal para adestrar o cachorro

O bifinho é a escolha da maioria dos tutores de cães. Trata-se de um petisco feito com tiras de proteína animal, empregado como um agrado esporádico – como nas atividades de adestramento. É importante considerar que o bifinho não substitui rações: ele não é a fonte ideal de nutrientes para os pets.

O petisco ideal precisa ser escolhido entre os produtos menos calóricos – com menos sal e gordura vegetal ou animal – por exemplo. Outra boa ideia é encontrar produtos que possam ser fracionados: na fase intensa do adestramento, é necessário premiar o pet continuamente – e porções menores são menos adequadas, mas igualmente desejadas.

Os petiscos também cumprem outra tarefa: auxiliar a higiene bucal dos pets. As texturas mais duras e resistentes obrigam os cachorros a passar bons momentos tentando dilacerar os bifinhos; com isso, restos de alimentos – e as bactérias que colonizam naturalmente a boca – são eliminados e os pets podem exibir um sorriso saudável, sem risco de criar e desenvolver o tártaro.

Alguns cuidados devem ser observados na compra dos bifinhos:

  • diversas marcas abusam do sal (cloreto de sódio) na formulação dos produtos. Isto não chega a comprometer a saúde e a integridade física dos animais filhote e jovens – os principais candidatos ao adestramento – mas deve ser evitado para cães com mais de seis anos ou portadores de alguns transtornos, como insuficiência renal;
  • alguns fabricantes exageram no uso de aditivos sintéticos, como corantes e conservantes, e mesmo de produtos naturais, como gorduras, sebo, couro, etc. Bifinhos de cores e sabores diferentes quase sempre denunciam a má qualidade dos produtos;
  • alguns tutores exageram na oferta. Durante o adestramento, o cachorro deve receber recompensas por períodos curtos, apenas enquanto assimilam as “regras do jogo”. Depois disso, os prêmios físicos devem ser substituídos por carinho e palavras afetuosas, recompensas muito mais disputadas pelos pets.

Ossos naturais ou fabricados couro de boi ou porco também são úteis como petiscos. Eles são encarados como recompensas, contribuem para a nutrição adequada e ajudam a limpar a boca. Ferva sempre os ossos naturais antes de oferecê-los aos pets, para evitar o contágio com impurezas ou micro-organismos.

Os ossos são valiosos para o treinamento de obediência. Em geral, os cachorros são territorialistas (alguns mais, outros menos) e não costumam dividir os troféus conquistados. Estimulá-los a largar o osso (literalmente) é uma forma de reforçar a posição de líder do tutor e de atenuar as características agressivas.

Chocolates, doces e outros produtos (existem até “cervejas” para cães) devem ser usados com muita moderação, para não estimular o gosto por doces, sempre prejudiciais. Estes itens funcionam como prêmios extras, no caso de adestramentos mais sofisticados.

O adestramento é um período específico, limitado no tempo e no espaço. A maioria dos tutores deseja apenas que os pets aprendam a fazer as necessidades fisiológicas no quintal ou na área de serviço e atendam a comandos simples, como “fica”, “para” ou “não”.

Feito em casa

Sempre que possível, substitua os produtos industrializados por bifinhos caseiros. Você pode optar por tiras de fígado ou de cortes magros, como maminha, ponta de agulha, músculo e acém. Cozinhe a carne sem sal nem óleo vegetal e mantenha a textura “al dente”, que estimula a maioria dos pets.

Use alguns temperos no preparo dos bifinhos caseiros, como salsinha desidratada, orégano, sálvia, endro ou manjericão. Basta polvilhar a carne durante o cozimento. As especiarias aumentam a palatabilidade e o aroma dos prêmios, tornando-os mais desejáveis.

Ocupando o tempo

Os petiscos também podem ser adotados para entreter os cachorros que passam muito tempo sozinhos – por exemplo, quando os tutores estão ocupados com os estudos e as atividades profissionais. Mesmo assim, nunca deixe as guloseimas totalmente disponíveis.

Petisco cachorro1

Existem alguns brinquedos inteligentes, que podem ser encontrados em pet shops. Os petiscos são fechados nos objetos e os cachorros precisam descobrir o “segredo do cofre”, isto é, a forma de abrir o brinquedo e alcançar a recompensa desejada.

Esta estratégia é conhecida como enriquecimento ambiental, no qual os cachorros, empregando os órgãos sensoriais – que estão sendo continuamente estimulados –, estabelecem relações com brinquedos e outros objetos.

Mesmo sem os brinquedos à disposição, é possível esconder petiscos nos cômodos em que o pet circula quando está sozinho, para estimulá-lo a encontrar as guloseimas com o faro e o tato. As guloseimas desenvolvem a criatividade: o pet precisa encontrar maneiras para alcançar os “prêmios ocultos”.

Qualquer petisco pode ser usado para estimular comportamentos adequados e corrigir atitudes negativas. Durante a fase de treinamento, leve sempre uma guloseima e deixe o cão perceber que você está com ela.

Ele pode conquistar o prêmio sempre que caminhar em passo constante, sem correr (muitos pets disparam nos passeios quando veem uma borboleta ou uma motocicleta se aproximando), sem avançar contra outros passantes.

Lembre-se: não é o petisco o principal responsável pelo sucesso do adestramento, mas a qualidade de todo o processo. Escolha metas viáveis para o aprendizado, esteja preparado para os erros e recomeços.

Estude sobre a raça do cachorro. Algumas delas são mais dóceis ao adestramento, podendo aprender dezenas ou centenas de comandos e truques. Outros cães são mais independentes e não se sujeitam a qualquer treinamento. É preciso considerar também as condições de saúde. Os animais de focinho achatado (como os buldogues e pugs) apresentam alguns problemas cardiorrespiratórios e se cansam com facilidade. Os cães idosos também têm limitações. Nunca force a atividade física, que deve ser prazerosa para tutor e pet – professor e aluno.

Converse com o seu cachorro. É altamente improvável que ele consiga compreender a íntegra do seu discurso, mas certamente perceberá a entonação e a firmeza empregadas. Isto reforça a posição de liderança e é prazeroso para o pet, funcionando como um prêmio a mais.

Contraindicações

Cães obesos, com deficiências cardíacas, renais ou hepáticas, diagnosticados com diabetes e outras doenças metabólicas não devem receber esses suplementos: apenas as rações indicadas pelo veterinário ou, eventualmente, a comida caseira preparada pelos tutores.

Petiscos são ocasiões especiais. Eles servem para estimular os cachorros a cumprir determinadas tarefas ou exibir determinados comportamentos. A dose exagerada prejudica os pets e compromete a saúde no médio prazo.

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