Uma preocupação de todos os tutores: como deixar meu cachorro feliz? A resposta é múltipla.
Os primeiros cachorros que conviveram com humanos, há milhares de anos, foram atraídos por questões utilitaristas: auxiliar na caça, na vigilância, na guerra. Esta situação perdurou por muito tempo. Ainda hoje, muitos cães ainda são trabalhadores, mas, mesmo assim, é preciso deixá-los felizes.
A maioria dos cachorros, atualmente, é adotada para companhia, mesmo que eles continuem se comportando como vigilantes, sempre atentos ao bem-estar da família humana. Quem adota um pet precisa encontrar maneiras de agradá-lo: um cachorro feliz retribui com lealdade, camaradagem e uma fidelidade extrema.
Todos os tutores responsáveis sabem que precisam garantir alimento, saúde e segurança para os pets, mas, para deixar um cachorro feliz, é necessário ir além. Os peludos precisam passear e brincar diariamente, passar parte do dia na companhia dos humanos da família, receberem adestramento. Um cão ajustado é garantia de alegria por muitos anos.
O que fazer para deixar meu cachorro feliz?
Ninguém precisa adotar um cachorro. Pessoas com a agenda lotada, com muitos afazeres domésticos, que não têm paciência para educar e tratar ou que simplesmente não gostam da companhia de pets não são obrigadas a conviver com eles.
No máximo, essas pessoas precisam desenvolver estratégias para respeitar os cães e gatos dos vizinhos, parentes e amigos. Mas, ao adotar um cachorro, é preciso ter em mente que está sendo levado para casa um ser que será totalmente dependente dos humanos.
Cachorros não organizam os horários da família, não saem para caçar quando sentem fome, não procuram parceiros sexuais quando estão no cio, não vão sozinhos ao veterinário. Os tutores precisam cuidar de tudo isso e mais, se quiserem ter um cachorro feliz – e serem felizes na companhia deste pet.
Cachorro Feliz: O adestramento
É muito importante que os cachorros aprendam os comandos básicos, assimilem as regras da casa e compreendam o que podem e não podem fazer. Cada família estabelece normas próprias. Por exemplo, alguns tutores permitem que os cães descansem no sofá e até durmam no quarto – e na cama – reservada para os humanos.
Em outras famílias, os cachorros devem aprender que não podem nem ultrapassar os limites da lavanderia ou da cozinha. não existe certo ou errado, mas os tutores precisam entender que o aprendizado é um processo.
Nós não nascemos sabendo aritmética, nem a dirigir um carro. E não é na primeira aula da autoescola ou na primeira vez em que o professor coloca uma conta no quadro negro que absorvemos todas as técnicas para dominar os conteúdos.
Com os cachorros, acontece algo semelhante, com o agravante de que, muitas vezes, eles não compreendem que não devem fazer isto ou aquilo. O tapete da sala de estar, por exemplo, parece ser um local perfeito para o xixi: é peludo, macio, absorvente e espalha os aromas naturais por todo o ambiente, seja para afastar intrusos, seja para atrair parceiros.
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Portanto, entender que as necessidades devem ser feitas no quintal ou na área de serviço é um aprendizado sofisticado, que requer paciência e tato. Os tutores precisam indicar o local adequado, permanecer com o pet até que eles façam o xixi e cocô, elogiar os cachorros quando eles fazem a “coisa certa”. É desta forma que eles aprendem.
Maus tratos físicos e psicológicos tornam o pet triste e desconfiado e estas são péssimas condições de aprendizado. Os gritos não servem para nada e podem atrapalhar, principalmente quando consideramos que a audição canina é muito mais apurada do que a nossa.
Portanto, o aprendizado deve ser feito com atitudes positivas e recompensas. O cachorro atendeu ao comando de não latir, fazer as necessidades no fundo do quintal ou no tapete higiênico, não pular sobre as visitas?
Inicialmente, ele deve ser recompensado pelas atitudes certas. Basta um biscoito canino ou outro petisco, um afago e algumas palavras de incentivo. Depois de algumas semanas, o prêmio material pode ser dispensado, mas não o carinho e as palavras afetuosas.
Os cachorros querem aprender. Eles querem adotar as regras determinadas pelos tutores. Foi assim que eles saíram da selva e vieram parar em nossos lares: são animais gregários, que compreendem perfeitamente a hierarquia.
Mas as ordens precisam ser claras e constantes. Um pet nunca aprenderá a não subir no sofá se esta atitude é tolerada em alguns momentos (ou mesmo incentivada) e proibida em outros. Estabilidade faz os cachorros felizes – e cachorros felizes aprendem mais depressa.
Outro ponto fundamental é que nem todos os cachorros nasceram para se tornar atletas. Os tutores de um simpático buldogue inglês, por exemplo, terão um companheiro para todos os momentos, mas exercícios físicos intensos não são para cães desta e de outras raças.
Por isso, se você gosta de se exercitar e quer um companheiro para correr, malhar, nadar, mergulhar, etc., escolha outro tipo de cachorro. Poodles e retrievers do Labrador adoram esportes aquáticos. Um setter irlandês, um beagle ou um husky siberiano amam correr e percorrem distâncias consideráveis.
Já os pugs, lhasa apsos, shih tzus e buldogues preferem a calma e a tranquilidade de uma poltrona, um passeio curto de 20 ou 30 minutos e muitas sonecas ao longo do dia. Contrariar o temperamento dos pets é uma péssima maneira de tentar fazê-los felizes.
Cachorro Feliz: A alimentação
A forma mais prática e eficiente para alimentar os nossos peludos é a adoção de uma ração de qualidade. Os produtos classificados como premium e super premium preenchem as necessidades nutricionais da maioria dos cachorros. Quando os pets estão bem alimentados, os tutores podem ter certeza de que eles estarão satisfeitos. Os cachorros não têm grandes necessidades existenciais.
A comida caseira dá mais trabalho e ocupa tempo dos tutores – que também precisam ter certas habilidades culinárias –, mas pode ser adotada sem problemas, sempre com a orientação do veterinário.
Cachorros que recebem restos de comida humana – e também aqueles que conseguem convencer os tutores a darem um naco de carne gordurosa ou qualquer outro alimento inadequado – acabam tendo a saúde comprometida, e isto pode acontecer rapidamente.
Além de comprometer a qualidade de vida, os alimentos errados interferem negativamente na educação dos pets, causam obesidade e outros problemas sérios e não contribuem em nada para o equilíbrio e a harmonia dos pets.
Cachorro Feliz: Passeios e brincadeiras
Os cachorros precisam passear diariamente, além das brincadeiras no decorrer do dia (ou da noite, de acordo com a rotina dos tutores). Os passeios contribuem para o desenvolvimento físico dos filhotes e para a manutenção a boa forma dos adultos e idosos.
Não importa se está frio ou chovendo: quem adota um cão precisa estar atento às necessidades. Além do condicionamento físico, os passeios são importantes para a socialização: é nas ruas que os pets encontram pessoas e outros cachorros estranhos – e aprendem a respeitar as diferenças.
Alguns cachorros, como os akitas, rottweilers, pitbulls e samoiedas, são extremamente territorialistas. Nas caminhadas diárias, eles entendem que os estranhos não são necessariamente intrusos ou invasores. Com isso, eles desenvolvem o equilíbrio, ficam mais focados e atentos.
Os passeios também fortalecem os elos entre cães e tutores, além de serem excelentes ocasiões para o aprendizado. É possível controlar a ansiedade dos cachorros, não dando atenção quando eles se mostram afoitos demais para sair.
Brincar em um parque ou praça, “escalar” uma ladeira íngreme, galgar os degraus de uma escadaria, explorar caminhos diferentes, são momentos de congraçamento entre os membros da família de duas e quatro patas.
Os cachorros ficam felizes e os humanos aproveitam para desenvolver uma atividade física, perder gordura abdominal, fortalecer o sistema cardiorrespiratório, evitar os problemas do sedentarismo, um dos principais males da atualidade.
Cachorro Feliz: A saúde
Uma boa alimentação é a primeira providência dos tutores para garantir o bem-estar e uma vida proveitosa e longa para os pets. No entanto, as visitas ao veterinário não podem ser negligenciadas. Os filhotes devem ser avaliados a cada três meses, pelo menos, enquanto os idosos precisam ser levados ao consultório quantas vezes forem necessárias para controlar o envelhecimento, atenuar os males de doenças, etc.
Os cachorros adultos podem não gostar nem um pouco do médico. Eles se divertem com o passeio até a clínica, mas um estranho manuseando o corpo – ou pior, dando injeções – certamente não é o programa predileto dos pets.
Mesmo assim, a felicidade deles depende disso. Muitos tutores renovam apenas a vacina contra raiva (às vezes, nem isso), negligenciando doenças de evolução complexa, como cinomose, parvovirose, ou mesmo a gripe que nos visita todos os anos.
Todos os sinais de que alguma coisa está errada, mesmo que sejam mínimos, não devem ser desprezados. Enjoos, cólicas, diarreias, vômitos, apatia, manifestação de desconfortos e dores, precisam ser investigados pelo especialista. Se o seu pet permanece adoentado, ou mesmo apenas quieto demais por três dias ou mais, leve-o para o médico.
E, em caso de acidentes, traumas, ingestão de medicamentos, produtos de higiene e limpeza, corra para o consultório. Os cachorros são curiosos e, mesmo com supervisão constante, sempre acabam caindo, chocando-se com um móvel ou “explorando” uma lixeira. A intervenção médica pode ser questão de vida ou morte.
Mantenha a agenda sempre atualizada, para facilitar os contatos com o veterinário, o adestrador, o serviço de emergências, etc. Em situações estressantes, nós tendemos a confundir as providências mais simples.
As atenções para deixar o cachorro feliz
Além de todos os cuidados, é preciso estar atento às peculiaridades de cada pet. Alguns cachorros adoram comer frutas e verduras, e não há nada de errado em satisfazê-los (verifique os vegetais tóxicos para os pets).
Outros cachorros amam comer o que os tutores estão comendo. Então, por que não oferecer um pedaço de banana ou maçã, ou um punhado de pipoca? Para os pets, a pipoca precisa ser estourada com pouquíssimo óleo e totalmente sem sal.
A família está fazendo uma festa ou recebendo amigos para um churrasco? Prepare alguns petiscos com antecedência para o cachorro e deixe-o participar da comemoração. Eles não podem comer picanha nem beber cerveja, mas podem se divertir. E, se algum convidado não gostar de pets, lembre-o que ele é visitante, o cachorro é morador.
Músicas podem deixar os cachorros felizes. Alguns cachorros gostam de ouvir música e reagem ao tipo de som que está sendo executado. Muitos pets ficam elétricos com rock, enquanto outros se deliciam ao descansar ao pé do tutor com uma música clássica suave. Alguns cães vão além, participando dos solos com os seus uivos, ganidos, rosnadas e latidos.
Muitos pets seguem os tutores pela casa toda. Isto pode ser um problema nos dias de faxina, ou quando decidimos esvaziar os guarda-roupas para nos livrarmos de tranqueiras guardadas inutilmente. O ideal é encontrar uma atividade para os cachorros: eles podem passar vários minutos entretidos inspecionando uma caixa de papelão ou tentando entender o que um objeto guardado significa.
Fale com o seu cachorro. Alguns cães conseguem compreender o significado de algumas centenas de palavras, mas a maioria se limita ao vocabulário básico: “sim”, “não”, “fica”, “sai”, “entra”, “fora”, etc.
Mesmo sem entender o que estamos dizendo, eles encontram um imenso prazer nos diálogos. O tom usado pelos tutores definitivamente os excita, acalma, relaxa. Você fala com o seu cachorro como se ele fosse uma criança pequena? Não se preocupe, a sua sanidade mental está garantida.