Existem algumas maneiras para descobrir se o cachorro é ligado afetivamente aos tutores. Confira.
De maneira geral, todos os cachorros são muito ligados afetivamente aos tutores. Os vínculos são criados logo nos primeiros dias de convivência e se fortalecem no dia a dia, com as brincadeiras, com os treinos, com os passeios e até com as broncas.
Alguns tutores, no entanto, chegam a desconfiar se os cachorros gostam deles. Alguns peludos são mais independentes, outros são tímidos e, especialmente quando foram resgatados nas ruas ou em abrigos, eles podem ter sofrido maus tratos que geraram alguns traumas.
Para saber se o seu cachorro é ligado a você, é possível procurar algumas características e atitudes. Elas podem ajudar a revelar que a amizade entre pet e tutor é única, exclusiva e cheia de bons momentos.
1) Olhos nos olhos
Este é um gesto aprendido pelos cachorros com os humanos: na natureza, o olhar fixo quase sempre é uma atitude de desafio. Mas, em casa, com a convivência e as interações, os nossos peludos passaram a associar os olhos nos olhos a situações positivas, como um agrado ou um petisco, por exemplo.
Com o passar do tempo, o simples olhar já se reveste de um caráter compensatório: o cruzar dos olhos acaba sendo a própria recompensa, sem necessidade dos prêmios físicos ou mesmo de palavras carinhosas. Os cachorros olham fixamente apenas para as pessoas em quem confiam.
2) Ele gosta do seu cheiro
O olfato dos cachorros é antológico: todos os tutores podem contar uma ou muitas histórias sobre o faro e as aventuras vividas nas brincadeiras de seguir rastros. Os peludos também conseguem sentir odores não muito convidativos, como os que exalam no ar antes de uma tempestade mais forte.
Mas, entre todos os cheiros, os cães associaram o odor dos humanos prediletos a momentos de aconchego e tranquilidade. A presença do tutor significa alimento, proteção, carinho e cuidados. Ao sentir o cheiro, eles se sentem confortados. É possível inclusive deixar uma peça de roupa em casa para que o cachorro não se sinta solitário durante as ausências dos melhores amigos.
3) Ele boceja ao ver você bocejar
O bocejo é um sinal de preguiça e sonolência, mas não é apenas isso. Em excesso, o gesto pode ser um indicativo de estresse ou ansiedade, especialmente quando o cachorro está sozinho. Neste caso, o bocejo é um “calming signal” (sinal para se acalmar). É o equivalente a “respirar fundo” entre os humanos.
Mas, às vezes, o cachorro boceja apenas para imitar o tutor, que muitas vezes está distraído e nem presta muita atenção ao amigo que está ao lado. Nesses momentos mais tranquilos, o bocejo não é uma tentativa de se acalmar, mas de demonstrar empatia e solidariedade. Um estudo feito na Universidade de Tóquio (Japão), 72% dos cães voluntários bocejaram apenas na presença dos tutores e não repetiram o gesto na frente de estranhos. O bocejo, definitivamente, é uma prova de amor dos cachorros.
4) Ele busca abrigo quando está assustado
Os cachorros e os lobos se organizam em grupos sofisticados e complexos, em que as tarefas de cada membro são bem definidas. A submissão consiste em reconhecer, em um ou dois animais, os mais capazes para caçar, defender a matilha, proporcionar abrigo, etc.
Em casa, o papel da liderança quase sempre é atribuído aos tutores. Os cachorros sabem que os líderes estão sempre protegidos e, portanto, nada mais natural do que se aproximar, especialmente quando alguma coisa está errada. Pode ser apenas uma buzina de carro ou um trovão, mas é melhor estar perto do tutor em casos que geram susto e medo.
5) Ele sabe quando você está triste
Os nossos melhores amigos são bons psicólogos. Além disso, nós costumamos disfarçar as nossas emoções e sensações quando estamos em atividades sociais, mas despimos todas as máscaras quando estamos sozinhos em casa. Eles não apenas sabem das nossas tristezas, mas tentam a todo custo nos consolar.
Eles percebem as mudanças em nosso estado de espírito. Sabem quando estamos cansados, deprimidos, irritados, desmotivados, etc. Quase sempre, eles alteram o comportamento quando identificam essas situações. Os peludos podem até oferecer um brinquedo, mas sabem que não é “hora da farra”: eles apenas esperam que você volte a ficar tão satisfeito quanto eles quando ganham uma bolinha ou um disco de arremesso.
6) Ele dorme tranquilo ao seu lado
“O cachorro aos pés do dono” é motivo de diversas pinturas em várias partes do mundo. Na verdade, ele não precisa estar, mas no colo, ao lado, com a cabeça apoiada no tutor, etc. Descansar, para um cachorro, significa certificar-se de que está tudo em ordem ao redor.
Por isso, um sono tranquilo é uma confissão de confiança total e irrestrita. Os cachorros são guardiães e, por mais que sejam teimosos, persistentes ou independentes, eles dormem apenas quando a família está em segurança. Dormir ao lado do tutor é mais um gesto de amor por parte dos peludos.
7) Ele ergue as sobrancelhas durante as conversas
Depois dos primatas superiores (humanos, gorilas, chimpanzés e orangotangos), os cachorros são os animais que apresentam a maior diversidade de fisionomias, de acordo com o que estão sentindo ou pensando.
Eles não conseguem entender a imensa maioria das palavras que nós pronunciamos, mas sabem ser bons ouvintes. Eles ficam quietos, às vezes intervêm com um latido ou um uivo, mas demonstram estar compenetrados movimentando as orelhas, franzindo o focinho e, principalmente, erguendo as sobrancelhas. É um gesto de solidariedade, atenção e carinho.
8) O balanço do rabo tem um jeito diferente
Nem sempre o abanar do rabo é um gesto de alegria. Alguns estudos indicam que quando a cauda é levada para a esquerda, o movimento está associado ao medo, à ansiedade e à agressividade. Na direção contrária, o rabo indica alegria e curiosidade.
Quando o cachorro vê o tutor, no entanto, o abanar do rabo não pode deixar dúvidas: ele está feliz e quer demonstrar e compartilhar a alegria que sente. O sinal pode ser traduzido como “que bom rever você” e vem acompanhado de características exclusivas: rebaixado, indica submissão em relação ao tutor; erguido acima da linha do dorso, é um convite para brincadeiras; alinhado com o tronco, é uma posição de expectativa.
9) Ele brinca de “sombra”
Alguns tutores chegam a se incomodar com esta conduta, mas ela apenas revela que o cachorro ama estar com eles. O comportamento pode ser observado em um dia de faxina, quando percorremos quilômetros andando pela casa – e eles nos seguem de cômodo em cômodo.
Alguns são mais independentes e seguem os tutores apenas com o olhar. Outros, no entanto, mais “chicletinhos”, chegam a colar a ponta do focinho na panturrilha e não se cansam de “brincar de seguir”. De um modo ou de outro, eles estão prestando solidariedade, mostrando que estão disponíveis para ajudar e devem acompanhar os tutores em todas as atividades na casa. É uma forma de proteção e defesa.
10) Ele se apoia em você
Os cachorros são animais gregários, isto é, eles evoluíram em grupos. Por isso, gostam de fazer as coisas sempre em equipe – mesmo nos momentos de descanso, é bom poder se apoiar em um “ombro amigo”.
Mas os cachorros não se apoiam em pessoas estranhas, muito menos naquelas de quem eles não gostam. Na relação com os tutores, no entanto, eles sempre encontram momentos para apoiar a cabeça no joelho, sentar-se ao lado e jogar o peso do corpo e, na medida do possível, pular no colo do melhor amigo.
O colo, aliás, não é um privilégio dos cães pequenos (muitos dos quais não gostam de tanta proximidade). Alguns cachorros grandes, como o doberman e o dálmata, também adoram se apoiar nos tutores. A proximidade gera segurança e conforto.
Portanto, respeitando a individualidade dos cães, sempre existem momentos em que eles revelam o amor que sentem por nós, a gratidão pelo que nós proporcionamos a eles e a cumplicidade dos melhores momentos da vida.