Tremedeira em cachorros: descubra os motivos

São muitos os motivos para tremedeiras em cachorros. Confira os mais frequentes e o que fazer.

Observar um cachorro tremendo não é um fato incomum na vida dos tutores. São diversos os motivos para as tremedeiras ou tremores, que vão dos mais óbvios – como a tentativa de se aquecer em dias frios – até condições mais graves, como febres e intoxicações.

Quando um cachorro está tremendo, a preocupação é mais do que natural: todo tutor responsável se interessa em descobrir os motivos e encontrar formas para resolver o problema, ou pelo menos para amenizar as tremedeiras e o desconforto.

Os motivos da tremedeira em cachorros

A maior parte das causas das tremedeiras em cachorros é corriqueira, mas elas também podem revelar algumas condições mais delicadas, especialmente quando os tremores se manifestam de forma súbita ou são acompanhados por outros sintomas, como apatia, desinteresse por brincadeiras, sinais de dor ou desconforto, náuseas e vômitos, diarreias, etc.

Tremedeira em cachorros: descubra os motivos

Seja como for, é preciso investigar, encontrar os motivos e procurar reverter a situação, para garantir a saúde e o bem-estar dos peludos.

As causas mais frequentes das tremedeiras em cães são as seguintes:

  1. frio – é o motivo mais óbvio. Os cachorros também sentem frio, apesar de serem naturalmente equipados com belos casacos de pele. Os cães de pelagem curta são os mais afetados pelas quedas da temperatura ambiente, mas as reações são individuais: é sempre possível encontrar um husky siberiano incomodado com a sensação;
  2. dor – de maneira geral, os cachorros são bastante resistentes à dor – isto pode inclusive mascarar sintomas de doenças ou traumas. Mesmo assim, eles podem indicar o sofrimento físico através de tremedeiras contínuas. Neste caso, os tremores são acompanhados por distensão abdominal e desconfortos gastrointestinais, como diarreia e, mais comumente, prisão de ventre;
  3. febre – é mais um sintoma e não uma doença propriamente dita. Vale lembrar que a temperatura corporal dos peludos varia de 38°C e 39,5°C. Enquanto, para nós, um termômetro indicando 37ºC já indica um estado febril, a mesma temperatura, para os cães, pode indicar hipotermia;
  4. medo, ansiedade e estresse – a maioria dos cães não gosta de alterações súbitas no cotidiano, as quais eles reagem com sinais de medo (que incluem agressividade e tentativas de ataque), tentando escapar ou tremendo. As tremedeiras acontecem também nas ocasiões em que os peludos preveem um comportamento incômodo ou inconveniente para eles, como abraçar, agarrar, levantar a grandes alturas, etc.;
  5. excitação – quando são estimulados, percebem a aproximação de ameaças ou de um grande amigo, os cachorros podem reagir com tremedeiras. Isto é mais comuns entre os caçadores (terriers, sabujos e filas), mas pode ser observado em qualquer animal;
  6. velhice – a partir dos seis ou sete anos, os cães se tornam idosos e o aparelho muscular não reage nem é renovado com rapidez. Isto torna os movimentos mais lentos, mesmo entre os animais sem problemas de mobilidade. O tônus muscular se torna mais lento aos estímulos, o que pode provocar tremedeiras;
  7. intoxicações – este é o motivo mais perigoso. Algumas plantas decorativas comuns em nossas casas, como comigo-ninguém-pode, azaleia e bico-de-papagaio podem causar intoxicações aos cães. O risco maior, no entanto, está na ingestão de produtos de higiene e limpeza, alho e cebola, chocolates e bebidas alcoólicas.

O que fazer quando meu cão estiver tremendo?

No caso de cães friorentos, é preciso providenciar um cantinho confortável e aquecido, longe de correntes de vento. Para os cachorros que vivem em ambientes externos, é importante que eles tenham uma casinha confortável, instalada com a entrada voltada para o norte, além de alguns cantos estratégicos para que possam vigiar a casa ao mesmo tempo em que ficam protegidos do frio.

Tremedeira em cachorros: descubra os motivos

Todos os cães podem sofrer com temperaturas baixas, mas, como regra geral, os cães de pelo curto, os de pequeno porte, os filhotes e os idosos precisam de maior proteção contra o frio – por exemplo, usando roupas e botas nas caminhadas diárias. É importante lembrar que as roupas e acessórios devem ser confortáveis e práticos, sem tolher os movimentos.

As dores são mais difíceis de identificar, mas elas quase nunca se manifestam de maneira isolada. Os tutores devem tentar identificar os motivos – a ingestão de um objeto estranho pode causar dor na garganta (e até obstrução das vias aéreas), mas é acompanhada por sinais de asfixia, como tosse, espirros e tentativas de eliminar o que está provocando o incômodo.

Já uma indigestão quase sempre vem acompanhada por náuseas e vômitos e/ou por flatulência (excesso de gases intestinais) ou diarreia. Se o transtorno continuar se manifestando por mais de dois dias, é preciso levar o cachorro ao veterinário.

Diversas doenças e traumas causam dor e sofrimento aos cães. Os tutores devem ficar atentos para sinais mais sutis, como a apatia, perda de apetite, desinteresse por brincadeiras, esforço extremo para desenvolver atividades a que os peludos estão acostumados, dificuldades de respiração e deglutição. O socorro médico precoce é a melhor forma de aliviar os sinais (e a tremedeira) e de garantir a perfeita saúde.

A febre é um sintoma relativamente frequente. Os cães podem apresentar hipertermia simplesmente porque estão cansados, mas também pela manifestação de infecções e inflamações, esforço excessivo, insolação, desidratação, etc., que são considerados urgências médicas. As doenças crônicas também podem elevar a temperatura corporal.

Um dos motivos para manifestações de ansiedade, depressão e estresse é o medo, que muitas vezes é justificável, mas pode ocorrer entre cães muito ansiosos, por exemplo, por posturas inadequadas dos tutores durante o adestramento. Os cães que são muito cobrados podem não entender o que devem fazer, uma condição dolorosa que facilita o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.

O treinamento deve ser realizado sempre com base no método positivo, que prevê a oferta de recompensas em todos os acertos dos cães, sem broncas nem castigos físicos nos casos de erros. Vale lembrar que eles estão em aprendizado justamente porque AINDA não sabem o que se espera deles

Inicialmente, as recompensas devem ser materiais: petiscos, brinquedos prediletos, etc. À medida que o cão aprende, os prêmios podem ser abolidos, mas os peludos devem continuar recebendo incentivos e carinhos em todas as etapas do processo de aprendizagem.

A hiperexcitação pode ser controlada simplesmente não dando atenção às manifestações muito efusivas dos cachorros. Por exemplo, se ele se acostumou a fazer festas de boas vindas muito exageradas, basta ignorá-las por alguns minutos. Ao chegar em casa, os tutores podem trocar de roupas, guardar as compras, conferir a correspondência, etc., antes de dar atenção.

Em pouco tempo, eles compreenderão que não devem saltar sobre os tutores, nem ficar muito ansiosos nos momentos de reencontro. De qualquer forma, o ideal é ensinar os cachorros desde filhotes, para que eles não desenvolvam manifestações exageradas ou muito agitadas.

O medo, por sua vez, não deve ser eliminado. Ele é a garantia de integridade para os cachorros e surge quando diversos hormônios entram em ação, nas ocasiões em que é preciso enfrentar um adversário – ou fugir dele. Os cachorros, aliás, não são naturalmente agressivos: em geral, eles partem para o ataque apenas quando não há outra alternativa. Para aprender técnicas de combate, eles precisam ser adestrados com métodos adequados de guarda, sentinela, ataque e defesa, etc.

Mas é possível eliminar algumas situações que despertam medo, como as aproximações rápidas demais. A maioria dos cachorros de pequeno e médio porte odeia ser levantada bruscamente do chão, infelizmente, a atitude é comum entre muitos humanos.

Efetivamente, é quase irresistível não suspender um cão nanico (um chihuahua ou lulu da Pomerânia, por exemplo) no colo, apertá-lo contra o peito, abraçá-lo e beijá-lo. Mas isto é contraindicado: para o nanico, é um risco de morte: além da provável queda, ao aproximar um cãozinho do rosto, ele provavelmente entenderá que está prestes a ser devorado por um gigante.

Uma das menores raças caninas atualmente existentes, o pinscher miniatura é muitas vezes descrito como “metade raiva, metade tremedeira”. A raiva se explica pelas “brincadeiras” envolvendo abraçá-lo e, ao mesmo tempo, suspendê-lo no ar. A tremedeira ajuda a aquecer o corpo, que é pequeno, frágil e recoberto por uma pelagem curta e leve.

Os cachorros vivem entre 12 e 15 anos, em média (os de pequeno porte são mais longevos). Assim como nós, eles também experimentam a idade madura e a velhice. Cães ativos e agitados tendem a se tornar cada vez mais tranquilos, poupando energia. Isto pode aumentar a sensação de frio e os tremores servem para elevar a temperatura corporal.

O frio também pode ser natural, ou decorrente de algumas condições específicas, como a convalescença de uma doença ou trauma. Algumas enfermidades degenerativas reduzem a mobilidade, como as displasias de cotovelo e de quadril. O ideal é providenciar um espaço confortável, seguro e quentinho, mas sempre reservar alguns momentos para brincadeiras e exercícios.

As intoxicações são os quadros mais graves que podem estar associados às tremedeiras. Os tutores precisam impedir o acesso a canteiros de plantas tóxicas, guardar itens de higiene e limpeza fora do alcance, manter as lixeiras fechadas e inacessíveis.

É importante considerar que muitos cães podem se expor regularmente a algumas (ou várias) substâncias sem acusar sintomas de intoxicação. Um caso bastante frequente é a oferta de chocolates para os peludos, que, apenas por favorecer o sobrepeso e a obesidade, já reúne contraindicações de sobra.

A teobromina é a substância presente no cacau que é tóxica para os cachorros. Trata-se de um alcaloide da família das metilxantinas, a mesma a que pertence a cafeína. Muitos cães ganham chocolate dos tutores e não apresentam nenhum efeito colateral, até o dia em que o sistema imune está em baixa, ou em que uma inflamação está comprometendo o sistema nervoso. Nestes casos, a reação pode ser violenta, a ponto de causar a morte em poucas horas.

O ideal, portanto, é evitar a possibilidade de acesso a qualquer substância tóxica, mesmo que o cachorro “já esteja acostumado”. Diversos produtos prejudicam a saúde e o bem-estar dos cachorros, mesmo em quantidades mínimas.

As tremedeiras, como se pode observar, são decorrentes de diversas situações do cotidiano, que causam problemas mais ou menos graves. O importante é avaliar todas as reações e condutas anormais dos cachorros, e ninguém melhor do que os tutores para perceber que alguma coisa está errada com o melhor amigo. Em casos de suspeita, o melhor a fazer é consultar o veterinário.

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