10 atitudes que podem ferir os sentimentos dos cachorros

Algumas atitudes dos humanos ferem os sentimentos dos cachorros. Descubra quais são…

Todo tutor quer o melhor para os seus melhores amigos, mas mesmo assim algumas atitudes podem ferir o sentimentos dos cachorros. Sem perceber, muitas vezes adotamos algumas atitudes que contrariam os cachorros e podem até mesmo prejudicar a saúde, potencializando quadros de ansiedade, depressão e estresse.

Cachorros têm sentimentos?

A ciência já demonstrou que os cachorros são capazes de vivenciar e expressar algumas emoções e sensações básicas. Os peludos sentem medo, raiva, alegria e tristeza, por exemplo, assim como nós e praticamente todos os animais superiores – de peixes a mamíferos.

Fizemos um levantamento em publicações especializadas no comportamento dos cachorros e descobrimos que muitas situações cotidianas os afetam negativamente, além das apresentadas na rede social. Confira a seguir o que pode ferir os sentimentos dos peludos com quem dividimos a casa e a vida.

Veja também: Os cachorros choram? Saiba Aqui.

1) Apressar os cachorros nas caminhadas diárias

As caminhadas diárias são fundamentais não apenas para o desenvolvimento e bem-estar físico dos cachorros, mas também para o adestramento e a socialização dos peludos com pessoas desconhecidas e outros pets.

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O momento do passeio é especial. É um tempinho reservado para a dupla e ajuda a fortalecer os vínculos entre os cachorros e os tutores. Também contribui para reduzir quadros de ansiedade e reduz características como dominância e territorialidade.

Muitos tutores, no entanto, esquecem que a caminhada pode ser, para o cachorro, o melhor momento do dia. É durante o passeio que eles podem explorar novos ambientes (mesmo quando são exatamente os mesmos todos os dias), identificar rastros com o faro e a audição, etc.

As ruas quase nunca oferecem novidades para nós, mas são repletas de odores, ruídos e até mesmo imagens para os peludos. Quando eles se atrasam um pouquinho investigando um poste ou tronco de árvore, há motivos de sobra para isso: eles precisam saber quem passou por ali anteriormente, se era amigo ou inimigo, se estava doente ou passava bem de saúde, se eventualmente um parceiro para o acasalamento.

Ao puxar a guia e seguir em frente, nós privamos os cachorros de todas estas descobertas. Eles não conseguem entender por que precisam continuar caminhando, quando há tanta coisa a ser explorada, e ficam frustrados com a atitude do tutor. Os sentimentos gerados são uma mistura de raiva e frustração.

Isto não significa que os cachorros devam conduzir o passeio. É o tutor quem traça o roteiro, determina o ritmo, a cadência e a velocidade, etc. Os peludos querem apenas alguns instantes para avaliar o território. Não custa perder alguns minutos para satisfazê-los.

2) Forçar os cachorros a enfrentar situações desconfortáveis

Uma situação bastante frequente é expor os cachorros ao ar livre quando um temporal está se aproximando. Muitas vezes, os tutores fazem isso apenas para mostrar que não existe motivo para medo e preocupação, mas, na mente canina, trovões e relâmpagos quase sempre anunciam tragédias.

É preciso raciocinar como um animal selvagem. Tempestades e ventanias não são boas ocasiões para ficar ao ar livre. Os cachorros não conhecem os mecanismos dos para-raios e, desta forma, imaginam estar correndo riscos iminentes. Há motivo de sobra para ficar com medo.

A dessensibilização é uma técnica psicológica que consiste em expor alguém a um medo sem motivo (geralmente, é usada no tratamento de fobias). Mas esta exposição ocorre em um ambiente controlado e o terapeuta informa todos os detalhes do experimento.

Não é isso que ocorre quando se deixa um cachorro no quintal, ao sabor da chuva e do vento, mesmo que seja apenas por alguns segundos, para se divertir com a expressão apavorada do peludo. Eles experimentam pavores reais, muito bem justificados. A situação gera medo e raiva.

3) Ignorar os sinais de dor e desconforto

De modo geral, todos os cachorros são muito resistentes e, quando apresentam sintomas de dor, por trauma ou doença, a situação é bastante séria. Este é mais um motivo para que os sinais não sejam ignorados pelos tutores.

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Os cachorros doentes ou feridos costumam apresentar sinais difusos: desinteresse, apatia, cansaço em motivo aparente, etc. Naturalmente, ninguém ignora engasgos, náuseas, vômitos e diarreias, mas os sintomas leves muitas vezes passam despercebidos.

Outros sinais também indicam que alguma coisa está errada, provocando dor, incômodo ou desconforto. Coçar-se excessivamente, lamber as patas de forma compulsiva e até mesmo correr atrás do próprio rabo podem indicar que o cachorro precisa de ajuda.

Os cachorros acreditam que os tutores são os provedores de todas as necessidades, carências e desejos. Quando eles exibem alguns sinais característicos, estão tentando “falar” que não estão se sentindo bem. Quando são ignorados, aumentam os motivos para a irritação e a insatisfação.

4) Não dar atenção suficiente

O dia a dia é sempre corrido e o tempo para se dedicar aos pets é sempre curto. Mas a opção pela adoção de um cachorro é nossa e, por isso, não podemos negligenciar as necessidades cotidianas dos peludos.

Eles precisam apenas de alguns poucos instantes a cada dia. Quando os tutores chegam em casa, não custa muito esquecer o estresse cotidiano para brincar e oferecer alguns afagos. Eles também querem contar o que fizeram enquanto estavam sozinhos.

Naturalmente, quem dita as regras da casa são os tutores. Desta maneira, se os cachorros ficam muito aflitos e ansiosos nos reencontros, o melhor a fazer é ignorá-los por alguns instantes até verificar a correspondência, guardar as compras trazidas da rua ou trocar de roupa.

Mas não dar atenção é uma negligência cumulativa. Os cachorros são animais gregários: eles vivem em grupos. Quando são mantidos isolados ou não recebem atenção, eles podem até mesmo assumir um comportamento distante e autônomo, mas este é mais um sinal de que eles estão tristes, longe do equilíbrio emocional e físico.

5) Usar métodos inadequados de adestramento

Ainda existem tutores acreditando que pequenos castigos físicos e verbais são úteis para ensinar os cachorros: um tapinha quando ele tenta subir no sofá, um empurrão quando ele quer entrar em um cômodo proibido, esfregar o focinho no chão quando o filhote deixa escapar um pouco de xixi no tapete, etc.

Em todos esses casos, os cachorros não aprendem o que se espera deles. Eles apenas evitam algumas atitudes para escapar dos maus tratos, mesmo que sejam gritos, sem chegar a tapas e empurrões (ou coisa pior).

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Quando se grita muito para um cachorro aprender a fazer as necessidades no quintal, por exemplo, o peludo pode entender que o erro está no xixi ou no cocô, e não no local: a cozinha suja ou o tapete arruinado.

Em muitos casos, cachorros ansiosos desenvolvem a coprofagia: o hábito de comer fezes. Eles fazem isso como estratégia para “ocultar as provas do crime”, mesmo sem compreender o que está errado. 0 comportamento quase nunca prejudica a saúde física, a menos que o cachorro passe a comer as fezes de outro animal, que possam estar contaminadas com vírus, fungos e bactérias.

O ideal é adotar o reforço positivo no adestramento dos cachorros, tanto para que eles se familiarizem com a rotina da casa, quanto para que aprendam truques complexos. O método é eficaz para ensinar desde o “sim” e o “não” até o percurso elaborado de uma prova de agility. O melhor de tudo é que são eliminados os riscos de acidentes e de o cachorro desenvolver ansiedade e outros transtornos.

6) Deixar os cachorros sozinhos por muito tempo

Quem decide adotar um cachorro não pode esperar até a aposentadoria para conviver com um amigo incondicional. É possível adaptar a nossa rotina às necessidades e desejos dos peludos. Os cachorros podem passar algumas horas sozinhos (algumas raças lidam melhor com a solidão).

O importante é que eles recebam a atenção necessária no retorno dos tutores, que também precisam enriquecer o ambiente para que eles não se sintam sozinhos e abandonados. Para amenizar a situação, os tutores podem providenciar alguns brinquedos para que eles se entretenham.

Deixar uma janela entreaberta para que os cachorros possam supervisionar o movimento é outra opção simples. É igualmente possível programar a TV para ser ligada durante alguns minutos do dia, proporcionando algum barulho no ambiente.

Os brinquedos devem ser trocados periodicamente. Não é necessário comprar novos objetos toda semana: basta organizar um rodízio e apresentar os itens a cada dez dias, por exemplo. A cada nova interação eles ganharão aspectos de novidade.

Para os cães mais ansiosos, os tutores podem deixar uma peça de roupa sobre um móvel no local em que o pet fica confinado durante o dia. Não é preciso que seja usada, porque o faro canino é prodigioso e consegue captar cheiros mesmo depois que as peças foram lavadas e perfumadas.

Vale lembrar que cachorros deixados sozinhos se sentem abandonados, não importa o tempo em que fiquem sem companhia. Mais importante: cachorros entediados desenvolvem maus hábitos com facilidade: eles passam a destruir objetos (almofadas, tapetes, pés de móveis, etc.) e alguns até começam a se automutilar, atacando patas, rabo, orelhas, etc.

7) Não fornecer estímulos mentais e físicos

Os estímulos mentais e físicos devem estar presentes em todos os momentos, e não apenas naqueles em que os cachorros são deixados sozinhos. Além das caminhadas diárias, é dever dos tutores organizar sessões de adestramento e de brincadeiras, inclusive para fortalecer a convivência e o relacionamento.

Os cachorros conhecem e reconhecem o mundo principalmente através da audição e do faro, sentidos muito mais apurados nos caninos do que em nós. Por isso, é importante que eles tenham momentos para farejar e perseguir presas imaginárias, para manter o equilíbrio integral do corpo e da mente.

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Os tutores podem estimular os peludos com novos brinquedos, com passeios a locais desconhecidos. Alguns cães adoram brincar com água: poodles e golden retrievers, por exemplo, adoram mergulhar e nadar.

Mas não é preciso ter uma piscina em casa: um vaporizador com água espirrada no focinho garante a mesma diversão, além de estimular o cachorro a beber água (e hidratar o corpo).

Uma garrafa pet cheia de petiscos também garante bons momentos de diversão e estímulos. O cachorro precisa encontrar uma forma de abrir a garrafa. Isso consome um tempinho precioso e oferece uma excelente recompensa ao final da atividade.

8) Ignorar a linguagem corporal dos cachorros

Quase todos sabem o que significam orelhas para trás, dentes à mostra e músculos tensionados: o cachorro está com medo ou raiva (talvez os dois) e indica estar pronto para o ataque. Outras maneiras de expressão corporal, no entanto, quase sempre são ignoradas.

Os latidos também são formas de comunicação: uivos são direcionados geralmente para “falar” com outros cães da vizinhança (eles não uivam para a lua; apenas sabem que, posicionando o focinho para cima, o alcance do som é maior). Ganidos e choramingos, naturalmente, indicam dor, mal-estar ou algum desconforto.

Quando um cachorro está ansioso ou assustado, ele mantém o tronco abaixado, o rabo baixo, as orelhas caídas, os olhos arregalados e a respiração ofegante é notada com facilidade. Este não é um bom momento para brincadeiras, mas um cafuné indicando que está tudo em ordem vem a calhar.

É importante conhecer as formas de comunicação que o cachorro usa, porque existem diferenças individuais. Alguns resmungam quando estão irritados; outros, quando estão relaxados e prontos para uma soneca. O que não se pode fazer é ignorar a linguagem corporal – e o tutor é o melhor intérprete deste idioma.

9) Negligenciar a saúde

Muita gente que gosta de cachorros compra brinquedos, roupas e acessórios sem reclamar, mas costuma ser um pouco avarenta quando se trata de despesas com a saúde. Outros criam regras aleatórias, como “Meu cachorro não sai na rua, não precisa tomar vacinas”.

A regra é inadequada por dois motivos básicos: primeiro, porque cachorros precisam sair na rua. Em segundo lugar, diversas doenças são transmitidas por vírus lançados no ar e, desta forma, todos os cachorros estão expostos.

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Antes de adotar um cachorro, é importante planejar as novas despesas. Um peludo onera o orçamento doméstico com rações, petiscos, artigos de higiene, roupas e acessórios, brinquedos e despesas médicas: consultas, exames, vacinas, suplementos e medicamentos.

Se as receitas não são suficientes, é melhor deixar para receber o peludo em casa em outro momento. Vale lembrar, no entanto, que existem planos de saúde para pets bastante acessíveis e algumas cidades brasileiras são equipadas com hospitais veterinários gratuitos.

Como já foi dito, os cachorros são muito resistentes e quando demonstram sintomas as doenças já podem estar avançadas. Por isso, check-ups preventivos são fundamentais para garantir a saúde, o bem-estar e a alegria dos companheiros. Alguns quadros crônicos são acompanhados por reações emocionais de tristeza, irritação e agressividade.

10) Tratar os cachorros como brinquedo

Isto geralmente acontece com os cães de pequeno porte. Os tutores insistem em tratá-los como bebês humanos, exageram nas roupas e acessórios e evitam que os peludos corram e brinquem livremente, “para não se machucarem”.

Curiosamente, os cães pequenos tiveram o porte reduzido para caçar roedores e outras pragas de hortas, jardins e até galerias de minas com mais eficiência. Imagine: um cachorro foi desenvolvido para caçar ratos em minas de carvão e, apenas um século depois da seleção dos melhores genes associados à predação e perseguição, os descendentes se tornam cães de colo.

Tratados desta maneira, os cachorros não ficam apenas frustrados e chateados. Eles podem desenvolver alguns transtornos psicológicos que determinam limitações emocionais e físicas. Mais do que isso, um cachorro saudável e ativo, impedido de brincar e explorar, se torna triste, chateado e entediado.

Cachorros não são bibelôs, enfeites nem brinquedos. Quem quer exibir uma fofurinhas no colo, com a pelagem impecavelmente escovada (sem um fio sequer fora do lugar) deve considerar a possibilidade de adotar um bicho de pelúcia. Os cachorros nasceram para se divertir.

Mudando os hábitos

Felizmente, os cachorros não guardam rancor: eles não ficam magoados por muito tempo e mesmo aqueles submetidos a maus tratos e negligência conseguem recuperar o equilíbrio emocional e a boa saúde física em pouquíssimo tempo, se forem oferecidas as condições adequadas.

Sabendo o que exatamente pode ferir os sentimentos dos cachorros, todos os tutores podem corrigir atitudes inconsistentes ou até mesmo nocivas para a qualidade de vida e o bem-estar dos pets. Com um pouco de esforço, eles voltam a se mostrar alegres e confiantes. Talvez os humanos possam aprender uma ou duas coisas com a capacidade dos peludos de superar as experiências ruins.

Veja também: 11 coisas que você faz e o seu cachorro odeia

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