Bernedoodle: um cachorro novo no pedaço

Híbrido, ele pode dar origem a uma nova raça canina. Confira as características do bernedoodle.

O bernedoodle surgiu a partir do cruzamento entre poodles e boiadeiros de Berna, também conhecidos como montanheses de Berna e berneses. As características ainda não estão fixadas e, por isso, ele é considerado um cão híbrido. É mais do que um mestiço, porque este geralmente é resultante de acasalamentos não programados e há criadores interessados em criar uma nova raça.

Os cruzamentos seletivos tiveram início em 2000, nos EUA, e as primeiras características mais homogêneas começaram a surgir três anos depois. O bernedoodle mede de 46 cm a 56 cm (miniatura) e 64 cm a 74 cm (versão standard). Os cães da raça são considerados gentis, inteligentes e altamente treináveis. Nos EUA e também na Europa, eles estão se tornando cada vez mais populares.

Os bernedoodles maiores foram os primeiros a surgir, em acasalamentos com poodles standard. Nas gerações seguintes, foi introduzido o poodle toy, na tentativa de obter alguns peludos bem pequenos. A estratégia deu certo, mas as diferenças de altura entre os indivíduos ainda são muito grandes para uma raça canina. Os criadores ainda têm um longo trabalho pela frente.

A aparência do bernedoodle

A conformação física do bernedoodle ainda não está totalmente definida: em cada nova ninhada, surgem cães mais ou menos semelhantes com uma das raças envolvidas na criação. Faz parte do trabalho dos criadores esterilizar estes animais e também garantir-lhes um lar amoroso e responsável. Os filhotes não podem ser descartados porque o resultado obtido não correspondeu às expectativas.

Bernedoodle um cachorro novo no pedaço

Os criadores já conseguiram obter resultados consistentes. Os principais são os seguintes:

  • pelagem farta e densa, com pelos sedosos de comprimento mediano que ocultam toda a pele dos cães, com exceção do abdômen e das faces internas das coxas;
  • os pelos são macios, mas um pouco ondulados, sem formar cachos. Eles dão impressão de culotes (semelhantes aos do rough collie);
  • a pelagem tricolor (branco, preta e castanha) já está assentada nos novos cães, mas todas as cores são possíveis, já que a cartela de cores do poodle é muito mais ampla. Há também tentativas de obter cães bicolores;
  • o tronco é bem estruturado, compacto e alongado. O bernedoodle não é esguio, nem tem aparência frágil. A medida do comprimento é ligeiramente maior do que a da altura;
  • o tamanho dos adultos ainda é uma incógnita. Os cães standard apresentam forte tendência a desenvolver displasia de quadril, um transtorno comum entre os animais de grande porte e talvez os bernedoodles médios sejam os mais viáveis;
  • os cães miniatura, na verdade, apresentam porte pequeno para médio (em torno dos 45 cm de altura, em média). Desta forma, eles não são frágeis demais em relação ao ambiente.

Curiosidades sobre o bernedoodle

Nenhuma associação ou clube reconheceu ainda os novos cachorros. A Federação Cinológica Internacional (FCI) afirma apenas que “vem acompanhando as estratégias de manejo com muito interesse”. Nos EUA, onde os primeiros acasalamentos foram realizados, já há alguns clubes congregando criadores, mas há muitas divergências entre eles.

Bernedoodle: um cachorro novo no pedaço
  • O bernedoodle vem conseguindo aliar a natureza gentil e amigável do boiadeiro de Berna com a inteligência e a treinabilidade do poodle. Os cachorros são bastante inteligentes e amorosos, o que aumenta o desejo de agradar os tutores e consequentemente aprender sempre mais.
  • um bernedoodle miniatura pesa de 11 kg a 23 kg, muito mais do que um poodle toy, que dificilmente ultrapassa os 5 kg. As duas variedades apresentam músculos poderosos e acumulam muita gordura, o que ajuda a explicar a maior robustez.
  • Nas duas variedades, os cães obtidos até aqui pelos criadores apresentam muitas similaridades, tanto na conformação física, como no temperamento. Muito provavelmente, caso sejam finalmente reconhecidos, eles sejam reunidos em uma única raça com variedades em relação ao tamanho, como ocorre com os atuais poodles, spitz alemães, schnauzers, etc.
  • A pelagem é longa e ondulada, mas não chega a formar cachos como o poodle. O bernedoodle apresenta pelo e subpelo espessos, mas há uma boa notícia: eles perdem muito poucos fios, não importa a época do ano. Se a característica se mantiver nas próximas gerações, a nova raça poderá ser considerada hipoalergênica.
  • A pelagem sólida do poodle perdeu a corrida genética para o boiadeiro bernês. Um poodle toy pode ser branco, preto, abricó, cinza, fulvo e chocolate em várias tonalidades, mas é sempre de uma cor. O bernedoodle é tricolor, como os ancestrais suíços. Ele é branco, preto e castanho, combinando as três cores em padrões com manchas espalhadas por todo o corpo. Ainda estão sendo feitas tentativas para obtenção de cães bicolores e monocromáticos, mas a clássica configuração alpina veio para ficar.
  • Nos treinamentos, os novos cães apresentam excelente resposta ao método positivo. Eles aprendem os comandos com menos de cinco repetições, situando-se no Top Ten do ranking de inteligência canina. O poodle ocupa o segundo lugar na classificação do etologista Stanley Coren, mas o boiadeiro bernês, muito mais “persistente”, ocupa apenas a 22ª colocação.
  • A teimosia dos cães suíços parece ter desaparecido nos bernedoodles. Como boiadeiro, o cachorro de Berna tem como principal função “convencer” as vacas e touros da manada, conduzindo-as em segurança. Estes híbridos, no entanto, não apresentam traços de dominância. Os poodles também costumam trabalhar sozinhos, mas os novos cães encontraram informações genéticas para a cooperação: eles realmente gostam de viver em matilhas (no caso, a família humana).
  • Nas duas variedades, os novos cachorros precisam ser estimulados aos exercícios físicos e intelectuais. Nem o standard nem o miniatura são indicados para práticas esportivas intensas, como corrida e agility, mas podem ser bem-sucedidos em treinamentos de tração (o boiadeiro bernês já atuou como condutor de carroças). O aprendizado de truques (dar a pata, rolar no chão, superar obstáculos) é muito rápido para os cães pequenos e grandes.
Bernedoodle: um cachorro novo no pedaço
  • Os cães apreciam bastante as longas caminhadas, que eles percorrem trotando (raramente um bernedoodle pode ser visto galopando). Eles também gostam de desafios intelectuais, como encontrar objetos, descobrir formas para abrir uma embalagem, etc.
  • A intensidade dos exercícios deve variar de baixa para moderada. O bernedoodle definitivamente não herdou o “pique” dos poodles. O lema destes cães é: “devagar e sempre”. Eles são gulosos e, portanto, os tutores precisam controlar as quantidades diárias de ração e petiscos. Com dieta balanceada, atenção à saúde e exercícios corretos, alguns destes cães superaram os 15 anos de idade.
  • Os cães se adaptam bem a espaços pequenos, mas, em pequenos apartamentos, o ideal é optar pelo bernedoodle miniatura: o standard exige ao menos um pequeno quintal. As suas variedades são silenciosas e raramente atrapalham os vizinhos. Latidos persistentes, aliás, são sinais de que alguma coisa errada está acontecendo.
  • Os novos cães dificilmente apresentam dificuldades de relacionamento. Eles se tornam amigos de todos os membros da família e também dos visitantes eventuais. Os cães maiores podem apresentar certa desconfiança em relação a pessoas desconhecidas, mas nunca se mostram agressivos. Tudo isso naturalmente deve ser reforçado com o adestramento.
  • Um bernedoodle não exige cuidados especiais. Os tutores devem providenciar a manutenção básica: escovar os pelos e os dentes ao menos a cada dia, dar banhos regulares (uma vez por mês é suficiente), não descuidar das vacinas e vermífugos e deixar o pet sempre ocupado: eles odeiam quando ficam sem nada para fazer.
  • O bernedoodle se destaca também como cachorro de família. Amigável e muito protetor, ele costuma ser um bom companheiro para todos, dos bebês e crianças pequenas aos idosos, passando pelos gatos e outros cães. Ele é muito brincalhão e está sempre bem-disposto, apesar de não ter a agilidade natural dos poodles.
  • Estes novos cães aparentam ser bons candidatos para trabalhar como guia de deficientes e como suporte terapêutico. O número ainda é pequeno, mas os animais empregados nestas atividades apresentaram desempenho acima da média.

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