08 fatos interessantes e curiosos sobre os cachorros

Todos os tutores de cachorros devem conhecer estes fatos e curiosidades sobre os peludos.

Os nossos melhores amigos vivem conosco há tanto tempo que já conquistaram espaço, de fato e de direito, em nossos lares e corações. Eles estão sempre presentes, mas muitas vezes ocultam alguns fatos curiosos.

Há também informações “de almanaque” sobre os cachorros. São aquelas que não mudam em nada a nossa vida, mas são divertidas, interessantes e podem ser úteis para dar início a uma conversa com novos amigos.

01. A classificação

Todos os seres – arqueias, bactérias, fungos, vegetais e animais – pertencem ao Domínio da Vida, que se contrapõe aos minerais, inclusive alguns compostos orgânicos, como enzimas e vírus, que não se reproduzem de forma autônoma e, por isso, não são “vivos”.

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A classificação dos seres vem sendo organizada desde o começo do século 18, por naturalistas europeus e asiáticos. Inicialmente, os agrupamentos ocorriam por semelhança e, há cerca de 150 anos, pela estrutura genética (nós e os chimpanzés compartilhamos 98,5% dos mesmos genes). A taxonomia mais empregada no Ocidente é a proposta pelo sueco Lineu (Carl Von Linné).

Os cachorros são bastante próximos aos humanos. Além de partilharmos o Domínio da Vida, nós e eles também somos vertebrados e mamíferos. Confira a classificação completa:

  • reino: Animalia;
  • filo: Chordata;
  • classe: Mammalia;
  • ordem: Carnivora;
  • família: Canidae;
  • gênero: Canis;
  • espécie: lupus;
  • subespécie: familiaris.

Há algumas outras subdivisões. Os cachorros pertencem ainda à:

  • subordem Caniformia (inclui também ursos, focas, leões-marinhos, guaxinins e pandas);
  • infraordem Cynoidea (cães, lobos, raposas e chacais);
  • subfamília Caninae (inclui os dingos e os cães-cantores-de-Nova-Guiné).

Cordados (Chordata) são todos os seres que apresentam a notocorda cerebral constituída pelo encéfalo e a medula espinhal, que formam o Sistema Nervoso Central, protegido por estruturas ósseas. São os animais vertebrados: peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos.

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Pertencem à classe Mammalia todos os seres cujas fêmeas produzem nutrientes para alimentar os filhotes recém-nascidos. São seres muito diferentes, das baleias-azuis de 30 metros aos musaranhos-etruscos, com no máximo 50 mm de comprimento. Nós e os cachorros estamos entre os mamíferos.

A ordem Carnivora engloba todos os mamíferos que se alimentam principalmente de outros animais. Fazem parte os cães e seus primos, os felídeos, pinípedes (mamíferos aquáticos), viverrídeos (mangustos e civetas), ursídeos (ursos e pandas) e mustelídeos (lontras, doninhas, ariranhas, etc.).

Os canídeos são uma família com 36 espécies espalhadas por todos os continentes, com exceção da Antártica. Em comum, todos eles têm caudas longas, quatro dedos em cada pata (alguns podem ter cinco nas dianteiras), dentes incisivos para rasgar e molares para triturar ossos, garras não retráteis adaptadas para trote e galope. Alguns são gregários, como os lobos e hienas, outros são solitários, como as raposas e os coiotes. São naturalmente predadores, mas podem ter alimentação onívora, de acordo com as condições locais.

O gênero Canis reúne os cachorros, lobos, coiotes e chacais. Canis lupus é o lobo-cinzento, um sobrevivente da última Era Glacial. Nativo da Ásia central, ele se espalhou pela Europa e pela América do Norte. Os nossos melhores amigos são uma subespécie do lobo-cinzento.

02. O comportamento

Os cachorros são animais gregários. Eles evoluíram convivendo em bandos, que se transformaram em grupos cada vez mais organizados e complexos. As alcateias dos lobos-cinzentos, que existem há cerca de 300 mil anos, são subdivididas em grupos de caça, ataque e defesa do acampamento, guarda e sentinela, cuidados com filhotes e jovens, etc.

Por isso, os nossos peludos desenvolveram forte componente social. Alguns estudos indicam que os cachorros reúnem habilidades cognitivas e de relacionamento equivalentes às de uma criança humana de três anos.

A trajetória dos cães é parecida com a nossa. Os filhotes até um ano são curiosos, um pouco desengonçados, muito dependentes e, quando não estão dormindo, estão brincando. Os adolescentes, dos 13 aos 18 meses, são imprevisíveis e começam a dar demonstrações de personalidade e temperamento.

Os adultos são confiantes, muito organizados na sua rotina e bastante responsáveis, apesar de continuarem sendo excelentes parceiros de jogos e exercícios físicos. A partir dos sete ou oito anos, os cães se tornam idosos e podem apresentar algumas limitações, mas podem ter qualidade de vida e continuar participando da vida em família.

03. Os sentidos

A natureza privilegiou os sentidos da audição e do olfato na evolução dos cães. Um bom sabujo pode ter até 220 milhões de células olfativas – nos humanos, a média é de cinco milhões. Os peludos conseguem captar cheiros diferentes em cada narina e analisam os odores: uma bela macarronada, para eles, apresenta cheiros diferentes e específicos de massa, molho, queijo, carne, etc.

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Os peludos captam frequências sonoras entre 15 Hz e 40 mil Hz. Muitos desses sons são inaudíveis para os nossos ouvidos. As orelhas, que possuem movimentos próprios (são 18 músculos em cada uma), conseguem identificar a origem de um ruído em apenas seis centésimos de segundo.

A visão noturna dos cães é excelente, mas, durante o dia, as imagens captadas pelos peludos seriam consideradas monótonas para nós. Não é verdade que eles enxergam apenas em preto e branco, mas as cores são esmaecidas.

O motivo é que os olhos dos cachorros possuem apenas dois tipos de cones, enquanto nós temos três; os cones são as células que captam as ondas correspondentes às cores: no nosso caso, ao vermelho, ao azul e ao verde. O verde não está presente na visão canina, que surge em tons de cinza.

O tato dos cães é muito parecido com o nosso e é fundamental para os carinhos, cafunés e fortalecimento dos elos de amizade com os tutores. Um filhote com apenas dois dias de vida já sente o corpo da mãe e se orienta através do tato em busca de alimento, aquecimento, segurança e aconchego.

No paladar, os humanos se sobressaem. Os cães são capazes de sentir os mesmos sabores – doce, salgado, azedo, amargo e umami –, mas com intensidade bem menor. A nossa língua possui nove mil papilas gustativas, enquanto a dos cães apresenta no máximo 1.700.

Além disso, as papilas gustativas caninas estão concentradas próximo à raiz da língua, e as nossas se distribuem ao longo de todo o órgão. Por isso, eles experimentam um número muito menor de combinações.

Mas não tente enganar os cachorros colocando o remédio diluído na água. Eles conhecem muito bem o sabor neutro e qualquer alteração os afasta. É uma boa estratégia para evitar a ingestão de água contaminada.

04. Expectativa de vida

Um cachorro vive entre dez e 13 anos, em média. Como foram criadas muitas raças – a Federação Cinológica Internacional (FCI) classifica 344 raças diferentes, desenvolvidas em maioria na Europa – há exceções: o dogue de Bordéus, um cão francês, atinge no máximo oito anos de vida, e aos cinco já pode ser considerado idoso.

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Em compensação, o chihuahua, o pinscher miniatura, o dachshund e o lulu da Pomerânia chegam aos 18 anos com boa saúde e muitos ultrapassam os 20 anos. Como regra geral, os cães de pequeno porte são mais longevos.

O motivo é que os grandões crescem muito rapidamente. Um dálmata, por exemplo, pode pesar apenas 300 gramas ao nascer e ultrapassar os 30 kg antes de completar o primeiro ano de vida. Este desenvolvimento gera muitos radicais livres no organismo, que predispõem ao envelhecimento precoce.

05. A população

A FCI estima que haja 525 milhões de cães domiciliados e semidomiciliados (têm uma família humana de referência, mas circulam livremente pelas ruas) vivendo atualmente no planeta.

O Brasil possui a terceira maior população canina do mundo, atrás apenas da China e dos EUA. Isto significa que o mercado pet no país é muito forte, com vendas de alimentos, medicamentos, brinquedos, acessórios e serviços batendo recordes ano após ano.

Os brasileiros gostam muito de pets. De acordo com a Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PNAD Contínua – IBGE), mais de 149 milhões de animais de estimação vivem nos lares brasileiros. Destes, 54 milhões são cachorros, número muito superior ao dos gatos, que ocupam a segunda colocação: são “apenas” 24 milhões de bichanos.

06. A versatilidade

O sucesso dos cachorros se deve à versatilidade da espécie. Tudo começou há milhares de anos, com a caça compartilhada: cães e humanos, todos selvagens, corriam atrás de presas com as armas de que dispunham: nós entrávamos com ferramentas de pedra e madeira; os peludos, com a força, a velocidade, garras e dentes poderosos. A organização gregária era comum às duas espécies.

A caça se tornou cada vez mais sofisticada e, enquanto nós construíamos a civilização, os cães passaram a desenvolver diversas tarefas: guarda, sentinela, guerra a outras aldeias, manejo de animais – bodes, carneiros, vacas, porcos, etc.

Há 500 anos, surgiram os primeiros cães de companhia: os malteses, na Europa, e os pugs, na China. Hoje em dia, mesmo exercendo funções de guarda, a maioria dos cachorros é adotada para acompanhar os humanos, dividindo brincadeiras, carinhos, afagos e sonecas.

Mesmo assim, eles continuam surpreendendo. Há pouco mais de cem anos, os cachorros se revelaram excelentes condutores de deficientes visuais: com o adestramento adequado, eles se tornam os olhos dos cegos.

Descobriu-se também que a simples presença pode ser terapêutica: muitos cachorros são atualmente visitantes regulares de hospitais, clínicas, orfanatos, lares de idosos e até mesmo estabelecimentos prisionais.

Mas eles continuam exercendo as funções básicas: alguns são velocistas, outros surpreendem nos mergulhos, arrastam cargas pesadas que lembram as carroças e trenós, aliando força, inteligência e resistência física.

Mesmo sem aprendizado específico, um cachorro consegue entender cerca de 250 palavras: um verdadeiro prodígio, considerando que eles não desenvolveram uma linguagem articulada. Com o treinamento adequado, eles podem entender mais de mil palavras.

07. As raças

Tornando-se especialistas nas mais diversas atividades humanas, os cães se desenvolveram em raças, com características anatômicas e comportamentais adequadas para a caça, a guarda, a luta, etc.

A FCI classifica 344 raças diferentes, divididas em dez grupos. No Brasil, a Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC) acata a classificação da organização internacional e mantém um 11º grupo, que engloba mais de 30 raças – justamente, as não reconhecidas pela FCI.

Várias raças brasileiras estão incluídas no grupo, como buldogue campeiro, buldogue serrano, bullbras, boca-preta sertanejo, dogue brasileiro, fila brasileiro, galgo da campanha, ovelheiro gaúcho, veadeiro catarinense, veadeiro nacional e veadeiro pampeano.

A maior raça canina do mundo é o wolfhound irlandês, que atinge incríveis 86 cm de altura na cernelha. O menor é o pequeno cão russo (toy terrier russo), que não ultrapassa os 25 cm de altura. Entre os mais frequentes no Brasil, o maior é o dogue alemão (80 cm de altura) e o menor, o chihuahua (28 cm).

08. Esportistas

Os cães são excelentes parceiros para quem gosta de se exercitar. Apesar de os idosos serem mais lentos e algumas raças serem conhecidas pela preguiça, conviver com um buldogue inglês não é motivo para cultivar o sedentarismo, porque todos os cachorros, em qualquer idade, precisam de caminhadas e brincadeiras – sempre no ritmo que as condições físicas permitem. Um cachorro é um convite para manter uma vida mais saudável.

Quem gosta de corridas pode ter como parceiro um cachorro esgalgado – com o abdômen mais raso em relação ao tórax. É o caso do greyhound, saluki, whippet, galguinho italiano e borzói, por exemplo. Um greyhound consegue manter velocidades de até 72 km/h.

Um guepardo, o mamífero terrestre mais rápido do mundo, atinge até 80 km/h, com picos de até 120 km/h – ele não mantém esta velocidade porque sabe que, depois de três ou quatro segundos, se não alcançar a presa, ela já está definitivamente perdida.

Quem gosta de nadar e mergulhar pode curtir bons momentos na companhia de um cão d’água: entre eles, dois são bastante populares no Brasil: o golden retriever e o retriever do Labrador, mas há também o terra nova e os cães d’água português e espanhol. Em tempo: o poodle também adora nadar e mergulhar.

Os cães do tipo bull (american pit bull terrier, bull terrier, staffordshire terrier, american bully, etc.) são excelentes para atividades intensas, como caminhadas longas por terrenos irregulares. Eles podem ser adestrados para acompanhar os tutores no parkour, por exemplo. Dobermans e rottweilers também são bons candidatos.

O border collie é a melhor opção para quem quer treinar o cachorro para esportes caninos, como agility, tração e corrida. Ele é inteligente, aprende com rapidez e está sempre disposto para novas atividades. Outros campeões nestas modalidades são o poodle, o pastor alemão, o golden retriever e o doberman.

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