Pitbull monster – Saiba tudo sobre a raça

Criado nos EUA e aperfeiçoado no Brasil, o pitbull monster já faz sucesso entre muitos criadores.

Pit monster, brazilian pitbull monster ou apenas monster é uma raça de cães brasileira ainda em fase de aperfeiçoamento. Ela já foi reconhecida por algumas associações cinológicas, como Kennel Club América Latina, mas ainda está sendo estudada pelas entidades oficiais.

O pitbull monster surgiu nos EUA, na década de 1960, quando o veterinário John Bayard Swinford se dispôs a criar o american bandogge, inspirado nos antigos bandogges britânicos, cães sem raça definida destinados ao trabalho, guarda e luta.

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As lutas do pitbull

O pitbull foi desenvolvido nos EUA especificamente para a luta com outros cães. Durante todo o século 20, foram cruzados terriers, mastins e bulldogs, visando à obtenção de animais de combate: resistentes, agressivos e muito tolerantes à dor.

O chamado “esporte sangrento” continua em alta no país (apesar de proibido na maioria dos estados), mas um número cada vez maior de criadores descobriu outras características nos cães de tipo bull: obediência, camaradagem e lealdade extrema, por exemplo.

Swinford iniciou a criação cruzando mastins ingleses com american pit bull terriers. O veterinário pretendia criar um cão “monstruoso”, para atuar na guarda de propriedades: o pitbull original, apesar de ter se adaptado muito bem aos combates em rinhas (“pit”, em inglês), é muito sociável quando não está “em serviço”.

O veterinário estava tentando obter cachorros com as características do pitbull, do bull terrier e do american staffordshire terrier (amstaff), sem aptidão para os combates, mais focados e destinados à guarda: nascia assim o pitbull monster.

A criação, no entanto, enfrentou problemas nas décadas seguintes. Os cães mestiços passaram a ser acasalados indiscriminadamente com pitbulls puros, o que gerou cachorros com anomalias físicas e comportamentais.

Finalmente, nos anos 1990, os ancestrais do pit monster voltaram a chamar a atenção. Um novo esporte canino estava em alta: o weight pulling, modalidade das provas de tração que consiste em puxar um carrinho carregado de objetos, em linha reta, por curtos percursos. Os mestiços se mostraram ideais para o esporte.

Na mesma época, foi desenvolvido o american bully, um cachorro menor, mais atarracado e extremamente forte e resistente, que foi destinado a algumas categorias do weight pulling. Nas provas que usavam mais peso, os avós do pitbull monster se mostraram imbatíveis.

O pitbull monster brasileiro

Ele é considerado o cachorro do século 21. Foram importados alguns cães dos EUA e alguns criadores do sul do país resolveram investir no melhoramento genético da raça. A ideia, mais uma vez, era criar cães verdadeiramente “monstruosos” – ainda mais do que os parentes americanos.

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Para a obtenção do brazilian pit monster, foram usados, além dos animais importados, cães das raças american bully, buldogue americano e alguns mastins. No início dos anos 2000, os criadores americanos desenvolveram outras raças, que foram empregadas na criação do pit monster brasileiro:

  • american working red – cães de presa, usados na caça pesada;
  • working pit bulldog – cães de tração;
  • american bully – cães de companhia.

Esta última é a única raça que foi definitivamente fixada e já recebeu o reconhecimento da Federação Cinológica Internacional (FCI) e dos grandes clubes de cinofilia americanos (AKC – American Kennel Club – e UKC – United Kennel Club, duas instituições centenárias).

Os primeiros cães da nova raça no Brasil passaram a ser registrados como pitbulls (oficialmente: american pit bull terrier), fatos que geraram muita controvérsias entre os criadores; afinal, o pit monster resulta de cruzamentos entre raças – não é um animal “puro”.

A partir de 2015, um novo clube de cinofilia congregou os criadores: o Pit Monster Club do Brasil. Surgia uma nova raça canina.

Na verdade, o pitbull monster é mais próximo do american bully (especialmente as variedades XL – extra large – e extreme, já extinta) do que dos primeiros pitbulls que entraram nos cruzamentos, há mais de 60 anos. Por isso, a raça também passou a ser conhecida como “extremado”.

As características da raça Pit Monster

Como o nome indica, o pitbull monster apresenta uma aparência bastante ameaçadora, especialmente por causa do porte grande, musculoso e robusto, com destaque para a cabeça, que é especialmente volumosa.

O pitbull monster precisa apresentar constituição física imponente, superior à das demais raças caninas. Ele combina força, resistência e tamanho. O comportamento agressivo com humanos não é característico; portanto, é indesejável.

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Trata-se de um cachorro atlético, sempre com boa saúde. A capacidade aeróbica e anaeróbica é impressionante. O pit monster gosta de atividades ao ar livre e pode ser mantido em ambientes externos, sem grandes preocupações além do frio e do calor excessivo.

Idealmente, os cães da raça são essencialmente leais aos tutores e treinadores. O pitbull monster é confiante, muito estável e gosta de agradar a família humana: apesar de ser um cão de guarda, mostra-se igualmente um excelente acompanhante.

A constituição é extremamente forte e vigorosa, com a musculatura hipertrofiada e muito bem definida. Os ossos da cabeça e do tronco são particularmente fortes, largos e grandes.

A pelagem do pitbull monster é curta. Todas as cores e marcações são permitidas. O corpo é ligeiramente mais longo do que alto, sendo as pernas das fêmeas um pouco mais longas.

O topo do crânio é achatado e o focinho, largo formando a cabeça grande e de comprimento médio: os cães da raça são mesocefálicos. As orelhas são de porte pequeno para médio, com inserção alta. A cauda é grossa na base, afinando-se em direção à extremidade. É inserida abaixo da garupa e da linha superior do dorso.

Os criadores ainda estão tentando definir algumas características consideradas fundamentais para o bom desempenho e a saúde dos cães, como a angulação dos cotovelos e joelhos, a eliminação do nanismo e a oclusão (mordedura) em tesoura, com a face interna dos dentes superiores tocando a face interna dos inferiores.

De acordo com o padrão atualmente aceito (ainda não oficial, por não ter recebido o reconhecimento da FCI e do CBKC), um pitbull monster deve ter as seguintes características anatômicas e comportamentais:

cabeça grande e larga: o comprimento da circunferência deve ser igual ou maior do que a altura do cão na cernelha. Vista de frente, apresenta os arcos zigomáticos (que formam as bochechas, logo abaixo das órbitas), supraorbitais (acima dos olhos, na região da testa) e os masseteres (músculos posteriores à mandíbula) bem desenvolvidos. O sulco medial é razoavelmente profundo entre os olhos. Vistos de lado, o topo do crânio e a linha do focinho são paralelos, unidos por um stop bem definido;

focinho largo e profundo (um pouco mais curto do que o topo do crânio), com afilamento muito suave do stop à trufa, com uma separação leve logo abaixo dos olhos. A mandíbula é bem desenvolvida e ampla. A trufa pode ser de qualquer cor (mas deve ser pigmentada) e as narinas são largas e bem abertas;

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olhos de tamanho médio, redondos ou amendoados, inseridos afastados. O olhar é penetrante, denotando atenção e vigilância. Qualquer cor é aceitável, mas a heterocromia (olhos de cores diferentes) é indesejável, assim como os olhos porcelanizados. Também não devem ser esbugalhados, cruzados nem assimétricos;

orelhas inseridas altas, preferencialmente em forma de rosa. As caídas são aceitáveis, desde que sejam pequenas, sem lembrar as de um hound. Elas não podem ser totalmente eretas, nem em cima da cabeça. No Brasil, não podem ser cortadas.

peito profundo, cheio e largo, com costelas bem arqueadas, formando um tórax largo, forte e musculoso. A linha superior do dorso é firme, com inclinação suave da cernelha à garupa (mas uma linha paralela ao chão é aceitável);

membros dianteiros fortes e musculosos, com ossos fortes, mantidos retos e afastados. Ombros bem angulados, largos e musculosos. Cotovelos ajustados ao corpo e metacarpos retos e flexíveis. O pitbull monster não pode aparentar massa óssea nos braços, nem cotovelos soltos e braços abertos para dentro ou para fora;

membros posteriores igualmente fortes e musculosos, em harmonia com os anteriores. As coxas são bem desenvolvidas, com músculos espessos e definidos. Vistos de lado, os jarretes são bem angulados com as patas, para garantir a movimentação livre. O pitbull monster não pode apresentar jarretes de vaca, nem posteriores formando ângulos retos com o chão;

pés redondos (não podem ser espalmados), proporcionais à estrutura anatômica geral, bem arqueados e ajustados. As almofadas plantares são duras e resistentes;

cauda como extensão natural da linha superior do dorso, larga na raiz, afilando-se em direção à ponta. É portada baixa, quase à altura dos jarretes, quando o cão está relaxado. Excitado e em alerta, a cauda pode ser portada levantada. O pitbull monster não pode apresentar cauda curta, enrolada ou cortada;

pelagem brilhante e lisa, deitada no corpo e moderadamente áspera ao toque. Todas as cores e combinações são permitidas;

movimentação ágil e livre, demonstrando confiança. O pitbull monster apresenta marcha equilibrada, com boa propulsão dos membros traseiros e bom alcance dos dianteiros. Os cães precisam apresentar independência e autonomia no movimento e não podem cruzar os pés enquanto trotam ou correm;

peso e altura são menos importantes do que a correta proporção anatômica. De preferência, os machos devem ultrapassar os 50 cm de altura na cernelha e as fêmeas, os 45 cm. O peso ideal fica acima dos 40 kg, mas os animais maiores e mais leves não são penalizados, a menos que demonstrem fraqueza física, pouco volume ou ossatura leve.

O reconhecimento do pitbull monster

O pitbull monster ainda não é reconhecido pela Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC). Na verdade, as características da raça ainda estão sendo fixadas pelos criadores, que tentam eliminar algumas anomalias. A acondroplasia (nanismo) é uma delas.

Diversos canis no Brasil estão investindo no aprimoramento do pitbull monster.

A raça já é reconhecida pelas seguintes entidades:

  • American Bully Brazilian Registry (ABBR);
  • Instituição Brasileira de Registro de Cães (IBRC);
  • International Bully Coalition (IBC);
  • Kennel Club da América Latina (ALKC);
  • Sociedade Brasileira de Cinofilia (Sobraci);
  • Cinofilia Brasileira (Cinobras).

Nesta última, o pitbull monster foi classificado no grupo dos terriers (assim como os pitbulls na maior parte do mundo), apesar de a raça em desenvolvimento apresentar maior afinidade com os cães gigantes (molossoides, como o fila brasileiro e o dogue alemão).

Quanto custa um pit monster?

Em uma rápida pesquisa nos sites dos canis que criam a raça, um filhote de pitbull monster está sendo vendido entre R$ 4.000 e R$ 4.500. O preço das fêmeas é um pouco superior. O valor não inclui o registro do cachorro nos clubes de cinofilia.

Vale lembrar que este é apenas o investimento inicial. Os candidatos a tutores de um pitbull monster precisam ter em mente que se trata de um cachorro de grande porte. Ele deve receber, em média, de 500 a 800 gramas de ração de boa qualidade diariamente.

Além disso, há os custos com veterinários (vacinas, vermifugação, acompanhamento nutricional, etc.). Os tutores também precisam matricular os cães da raça em uma academia canina, para garantir o bom desenvolvimento físico e emocional. A mensalidade varia de cidade para cidade, mas, nas grandes metrópoles brasileiras, é de R$ 300 a R$ 400.

A saúde do pit monster

Ao escolher um animal para adoção, é preciso colher o máximo possível de informações sobre os genitores, para reduzir a ocorrência de possíveis problemas de saúde, que, ao lado de prejudicar o bem-estar do pet, também oneram o orçamento doméstico.

Ainda não existem estudos suficientes para identificar prováveis anomalias congênitas. O pitbull monster foi desenvolvido a partir de raças esportivas e de companhia; desta forma, não é esperado que eles sejam agressivos ou territorialistas, mas podem ser dominantes.

Os problemas mais comuns são aqueles que afetam os cães molossoides: displasia de quadril e de cotovelo. Já foram identificados vários casos de desvios na coluna vertebral e algumas cardiopatias, mas ainda é prematuro dizer que eles são específicos da raça.

A pelagem curta do pit monster, além de dispensar escovações muito frequentes (uma escovação semanal é suficiente), também elimina a necessidade de tosas. O risco de infestações por insetos parasitas também é reduzido (em relação aos cães de pelagem longa).

Os banhos podem ser quinzenais e a principal preocupação dos tutores deve ser com os exercícios físicos, que precisam ser intensos: não se pode esquecer que o pitbull monster foi desenvolvido inicialmente como cão de tração. A atividade física, junto com a alimentação balanceada, é a principal para os tutores.

O pitbull monster é perigoso?

Quem se aproxima de um cão da raça fica com a impressão que o nome indica: o pitbull monster é realmente monstruoso. A constituição física transmite poder, força, truculência e muito dinamismo. Este cachorro não é indicado para tutores principiantes.

Eles são corajosos, confiantes e estão sempre alertas. Um pitbull monster precisa receber adestramento avançado, praticar esportes e começar a receber o treinamento básico a partir do momento da adoção.

O pitbull monster precisa igualmente ser socializado desde filhote. Ele deve passear pelo menos uma vez por dia por mais de 40 minutos – de preferência, dois passeios são ideais. Os cães da raça devem aprender a conviver com outros humanos, cachorros e gatos, para garantir o aprendizado e o equilíbrio emocional.

Apesar do preconceito, o pitbull monster pode ser um cachorro dócil e amistoso, inclusive com desconhecidos. Tudo depende da educação ofertada. Os cães da raça preferem ser filhos únicos, uma vez que são dominantes e podem não saber interagir com outros pets de forma adequada.

De acordo com a legislação brasileira, esta é uma das raças cujos cães precisam ser conduzidos com focinheira e guia curta durante os passeios. Com o adestramento correto, no entanto, eles dificilmente partem espontaneamente para a agressão.

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