Apesar do “pecado”, o cachorro que roubou pão na missa está viralizando nas redes sociais.
O caso aconteceu em Nobsa, uma cidade do Departamento de Boyacá, na região central da Colômbia. Um dos fiéis presentes estava filmando a missa e registrou o momento em que um cachorro se aproximou do altar e roubou um pão.
O cachorro atrevido – ou apenas faminto – foi flagrado durante a celebração da missa no Santuário de Nossa Senhora de Belencito. O protagonista da história é um vira-lata caramelo. Com a repercussão na internet, a imprensa mundial noticiou o roubo e transformou o cão em uma estrela acidental.
A apropriação
O alimento estava em uma mesinha auxiliar, ao lado do sacerdote. Nas imagens, que viralizaram nas redes sociais, é possível observar o cachorro se aproximando lentamente, erguendo-se com cuidado e abocanhando o pão.
O peludo parece não ter consciência do “pecado” cometido, porque ele se afastou tranquilamente do altar, depois de ter garantido uma das refeições diárias. A maioria dos fiéis nem sequer notou o roubo.
Na verdade, o pão colocado na mesinha auxiliar era apenas simbólico. O alimento consagrado estava em uma bandeja especialmente preparada, sobre o altar. Para os católicos, a hóstia é o corpo de Jesus, sacrificado para a salvação da humanidade. Os fiéis recebem o corpo consubstanciado no pão durante o sacramento da eucaristia.
O vídeo foi postado nas redes sociais por Rúben Dario Toro López, que legendou as imagens com a seguinte frase: “Acredito que este cachorro se superou no quesito heresia”. Apenas no Twitter, as imagens já foram compartilhadas por mais de 30 mil seguidores.
López abriu a discussão na sua página virtual afirmando ironicamente: “Firulais vai ser excomungado”. “Firulais é o termo genérico para vira-lata nos países latino-americanos que falam espanhol.
Já a excomunhão é uma penalidade da Igreja Católica que consiste em excluir um fiel da comunhão dos bens espirituais comuns, geralmente aplicada para os que negam reiteradamente os dogmas religiosos. Obviamente, López foi bastante irônico nos comentários.
No Facebook, o perfil Fabio Motos postou as imagens obtidas pelo colombiano e já recebeu mais de um milhão de interações – inclusive 78 mil comentários – sobre a “participação especial” do vira-lata caramelo na missa.
Nos comentários, houve quem se posicionasse contrário à “profanação”, mas a maioria dos internautas apenas se divertiu com o roubo do pão. Alguns aproveitaram para dizer que “o vira-lata caramelo tem a alma mais pura que a dos humanos”.
O certo é que o cachorro, aproveitando um momento de distração do sacerdote católico, acabou roubando não apenas o pão, mas também a cena. Poucas pessoas se posicionaram contra o peludo.
Na verdade, o cachorro não roubou nada. Cães não têm percepção de propriedade, que é um conceito tipicamente humano. A igreja colombiana se absteve de comentar o gesto do peludo, dizendo apenas que “é preciso alimentar os famintos”.
Na maioria dos comentários, os internautas ressaltam a inocência dos cachorros: “A inocência dos animais não tem preço, eu os amo”, comentou uma usuária do Facebook. Outra escreveu: “O cachorrinho também faz parte do reino de Deus”.
Cachorro pode entrar na igreja?
Há poucos meses, um não-casamento se tornou viral nas redes sociais, porque o padre responsável pela celebração encerrou a cerimônia quando viu que dois cachorros eram os responsáveis por levar as alianças até o altar.
No entanto, não existe uma regra única para a presença de cães na igreja. Se você está pensando em convidar o seu cachorro para ser dama de honra ou pajem, é melhor verificar previamente quais são as regras na igreja escolhida para o casamento.
No Santuário Nacional de Aparecida (SP), por exemplo, não há restrições contra a presença de cães no templo consagrado à padroeira católica do Brasil. O site do santuário relaciona as regras para conduzir cães nos locais sagrados.
Os responsáveis pela igreja pedem apenas que os tutores tenham bom senso e não introduzam animais muito grandes ou agitados. Além disso, é preciso lembrar que, por lei (e não por regra eclesiástica), os animais agressivos e/ou de grande porte devem ser conduzidos com coleira e focinheira.
Vale lembrar que, no caso de cães guia, a presença é franqueada em qualquer lugar público, o que inclui igrejas, mesquitas, sinagogas e outros locais de veneração e culto religioso. Pessoas que dependem de cachorros para se orientar e locomover têm o direito de permanecer ao lado dos seus peludos.