Como acalmar um cachorro que quer cruzar?

Não é uma tarefa fácil. Veja como atenuar os sinais e acalmar um cachorro que quer cruzar.

Acalmar um cachorro que quer cruzar, seja macho, seja fêmea, é uma tarefa complicada. Os cães, assim como todos os animais superiores, sempre procuram parceiros sexuais para acasalar e perpetuar a espécie.

Tudo começa quando as fêmeas entram no cio, o período fértil (em que elas podem engravidar e estão receptivas ao ato sexual). Imediatamente, todos os machos íntegros (não castrados) das redondezas começam a captar os feromônios, mesmo sem contato direto.

As cachorras não esterilizadas podem entrar no cio duas vezes por ano – e as de pequeno porte podem se tornar sexualmente maduras entre seis e oito meses de vida. Além disso, elas não experimentam a menopausa: tecnicamente, mesmo as fêmeas idosas podem acasalar, gestar e parir filhotes.

Como acalmar um cachorro que quer cruzar?

Problemas à vista

Quando os cachorros querem cruzar, os tutores passam por algumas situações constrangedoras. Passear com uma cachorra no cio é praticamente um convite para o acasalamento. Os machos identificam as prováveis parceiras sexuais pelo olfato, sem necessidade de contato visual.

Os feromônios exalados pelas fêmeas podem ser captados a alguns quilômetros de distância. Podem ocorrer situações perigosas, como as fugas. Mesmo um cachorro que vive em apartamento é capaz de captar os sinais, sem necessidade de interagir ou até mesmo ver uma parceria potencial.

Tanto as fêmeas quanto os machos podem tentar escapar, para encontrar as “almas gêmeas” (pelo menos, por alguns dias). Alguns tutores franqueiam o acesso dos cachorros às ruas, sem supervisão, e o resultado quase sempre é uma gravidez indesejada.

Os animais podem se afastar de casa a ponto de não conseguirem mais identificar as referências: eles ficam perdidos. Além disso, eles podem sofrer acidentes, como atropelamentos e quedas.

Os problemas maiores são as brigas, especialmente entre os cachorros machos. Os animais com tendências dominantes são os mais expostos. O contato com animais desconhecidos também predispõe a algumas infecções virais e bacterianas, que podem prejudicar a saúde dos peludos, inclusive causando a morte.

A castração

Os tutores precisam tomar algumas providências para garantir que os pets fiquem um pouco mais tranquilos. O ideal é castrar os cachorros (machos e fêmeas) não destinados ao acasalamento o mais cedo possível: esta é a melhor maneira para acalmar os peludos.

Os veterinários recomendam que as fêmeas sejam castradas entre o primeiro e o segundo cio. Os machos precisam esperar até que completem o primeiro ano de vida. Como regra geral, os cães de pequeno porte se tornam sexualmente maduros entre seis meses e um ano, enquanto os maiores, como o São Bernardo, podem alcançar a maturidade apenas depois de completar dois anos.

Por isso, é importante seguir as orientações do veterinário. No primeiro ano de vida, as consultas médicas são mais frequentes, tanto para vacinas e vermífugos, quanto para o controle do desenvolvimento físico.

Como acalmar um cachorro que quer cruzar?

O profissional que acompanha os peludos consegue reunir um número maior de informações sobre cada indivíduo e determinar o melhor momento da castração. O procedimento, no entanto, pode ser feito em qualquer idade.

Existe um mito que diz: os cachorros precisam cruzar pelo menos uma vez na vida. Não existe nenhum fundamento nesta afirmação. Para os cães, o ato sexual é uma função biológica, com vistas exclusivamente à geração de descendentes.

Se eles não tiverem estímulos – a castração faz cessar a produção dos hormônios sexuais – os cachorros simplesmente não sentirão falta da atividade sexual.

Outra questão importante é que, além de evitar brigas, fugas, acidentes e filhotes indesejados, a castração também reduz a incidência de algumas doenças. O número de casos de cânceres de mama, ovário e útero (nas cadelas) e de testículos, próstata e pênis (nos machos) é bem menor entre os animais esterilizados.

As fêmeas, quando castradas entre o primeiro e o segundo cio, não desenvolvem a piometra – uma inflamação uterina causada pela preparação do órgão para gestar os filhotes, que acontece a cada ciclo reprodutivo.

Além disso, os cães castrados se tornam mais tranquilos e calmos. Os comportamentos territorialistas e dominantes são atenuados – as diferenças são mais visíveis entre os machos, que também deixam de levantar a pata para urinar (e marcar o território). Outra conduta evitada é o montar em objetos e até mesmo as pernas dos tutores, que é comum tanto entre machos quanto entre fêmeas.

Como acalmar?

Mesmo com todos os benefícios, a decisão sobre castrar ou não os cachorros é uma decisão exclusiva dos tutores. É possível inclusive optar por laqueaduras e vasectomias. Nestes casos, o ciclo das fêmeas permanece inalterado (inclusive com os acasalamentos), mas elas perdem a capacidade de gerar filhotes.

Os machos submetidos à vasectomia, por outro lado, apresentam uma redução sensível no interesse sexual. Eles se tornam mais dóceis e deixam de exibir alguns comportamentos agressivos ou violentos. Tudo depende, naturalmente, do temperamento de cada animal.

Como acalmar um cachorro que quer cruzar?

Os tutores precisam ficar atentos principalmente aos sinais emitidos pelos cachorros “adolescentes”: entre seis meses e dois anos de idade, eles se tornam maduros e são mais impetuosos e curiosos. A maior parte das fugas (e gestações indesejadas) acontece nos dois primeiros anos dos peludos.

Para acalmar os cachorros íntegros (não esterilizados) e evitar os cruzamentos, perseguições, fugas e brigas, os tutores têm algumas alternativas, que podem ser aplicadas de acordo com o temperamento de cada animal.

01. Passeios, caminhadas e perambulações

Os tutores precisam impedir o acesso à rua sem supervisão – os cachorros não podem sair de casa sem o acompanhamento de um humano adulto. Além disso, devem ser conduzidos com guia e coleira, para refrear os instintos caso eles se deparem com oportunidades de acasalamento.

Mesmo nos dog parks, os cachorros devem ser soltos apenas em situações especiais. As fêmeas no cio não podem circular livremente e, para os machos, é preciso certificar-se de que não haja nenhuma parceira nas proximidades.

02. A educação básica

Antes mesmo do primeiro passeio, os cachorros precisam ser adestrados para obedecer aos comandos dos tutores. Assim que são adotados, os filhotes (e mesmo animais adultos) precisam aprender o significado do “sim”, “não”, “fica”, etc., além de entender o controle dos humanos durante as caminhadas.

É difícil refrear um cachorro quando ele percebe a presença de um parceiro sexual disponível, mas os cães mais obedientes podem concordar em atender às ordens dos tutores. Esta providência, no entanto, perde quase todos os efeitos no caso de animais mais independentes, persistentes e dominantes.

03. A adolescência

O adestramento também é importante quando os cachorros começam a montar nas pernas dos tutores, em almofadas e outros objetos. Isto é comum para machos e fêmeas e costuma ter início no segundo semestre de vida.

A esta altura, os cachorros já devem ter introjetado os comandos básicos – mas nunca é tarde para aprender: mesmo os adultos são capazes de assimilar novos conceitos. Portanto, depois de entender o que significa o “não”, basta que o tutor fale firmemente.

Depois de algumas tentativas, os peludos conseguem compreender que o comportamento é indesejado e, felizmente para nós, os cachorros gostam de nos agradar e eliminam com facilidade as condutas não estimuladas pelos tutores.

Para reduzir a excitação dos cachorros, os tutores também podem utilizar um vaporizador e espirrar água quando eles demonstram interesse sexual. Não é preciso (nem oportuno) encharcar os peludos: basta que eles associem o comportamento inadequado ao spray. Esta técnica não é útil para todos, já que alguns cães adoram brincar com água.

04. Atividades divertidas

Enriqueça o ambiente – mesmo dentro de casa, os cachorros percebem os sinais emitidos – eles identificam os hormônios sexuais a grandes distâncias. Sem contato direto, no entanto, eles não sabem exatamente como reagir.

Por isso, é importante manter o interesse nos ambientes em que os peludos circulam. Os tutores podem providenciar brinquedos, petiscos, reproduções de áudios e vídeos, deixar uma peça de roupa quando estão ausentes, para que os cães se ocupem.

05. Exercícios físicos

Não existe uma relação direta entre as atividades físicas e o controle dos desejos sexuais dos cachorros, mas manter o cachorro saudável, com o peso adequado, garante o equilíbrio físico e emocional.

Um cachorro que se exercita diariamente por pelo menos meia hora, por exemplo, dedica mais tempo para explorar ambientes. Além disso, as atividades fortalecem os vínculos com os tutores – e, quanto mais próxima for a relação, maior será a disponibilidade dos peludos para aceitar as regras da casa.

06. Medicamentos

Existem anticoncepcionais injetáveis que podem ser aplicados nas fêmeas não castradas para inibir a ovulação. Com isso, elas não entram no cio, mas o ciclo reprodutivo se mantém e o interesse sexual voltará a ser exibido em um ou dois meses.

Para os machos (e também para as fêmeas no cio), não é recomendável usar nenhum medicamento, que pode ter efeitos colaterais indesejáveis. Se o comportamento dos cachorros for muito agressivo ou violento, os tutores precisam consultar um veterinário.

Da mesma forma, não adianta tentar disfarçar o odor dos feromônios (que não é sentido pelo nosso olfato, mas atrai os machos). Dar banhos, usar perfumes e desodorantes não causa nenhum efeito.

Além disso, algumas substâncias presentes nos perfumes podem irritar a pele, causar alergias, descamação, perda de pelos, etc. Os cachorros apresentam tendência para se lamber – e os perfumes podem inclusive provocar danos internos.

Aviso importante: O nosso conteúdo tem caráter apenas informativo e nunca deve ser usado para definir diagnósticos ou substituir a consulta com um veterinário. Recomendamos que você consulte um profissional de confiança.

Você também vai gostar...