Eles ficaram famosos no longo reinado de Elizabeth II. Conheça os welsh corgi pembroke.
Com a morte de Elizabeth II, a Grã-Bretanha está no centro das atenções da imprensa. Por ter exercido as funções de chefe de Estado do Reino Unido e da Comunidade Britânica durante 70 anos, a rainha sempre influenciou hábitos – e não apenas dos súditos. Um deles é a criação de um cãozinho adorável: o welsh corgi pembroke.
De acordo com biógrafos da Casa Real britânica, a rainha criou mais de 30 cães da raça. Ao morrer, no entanto, Elizabeth II deixou quatro cães órfãos: dois corgis, um “dorgi” (cruzamento de corgi com dachshund) e um cocker spaniel inglês.
A repercussão
Uma postagem no Twitter causou grande repercussão e muito furor entre os internautas. Um perfil famoso por ironizar revistas femininas afirmou que os cachorros da rainha seriam sacrificados e enterrados com a monarca.
O post, carregado de ironia, recebeu 30 mil comentários em apenas um dia – a maioria, criticando a “sorte” dos animais. Evidentemente, os animais não serão sacrificados e provavelmente continuarão tendo uma vida regalada entre o Palácio de Buckingham (a residência oficial da realeza britânica, em Londres) e o Castelo de Balmoral (a casa de verão da família, em Aberdeenshire, na Escócia).
A “dinastia” dos corgis reais teve início com Susan, uma fêmea que a então princesa de Gales ganhou como presente de aniversário, quando completou 18 anos. A cachorra era tão querida que foi levada por Elizabeth II até mesmo em sua lua-de-mel com Phillip, o príncipe consorte do Reino Unido (1921-2021).
Susan (ou simplesmente Sue, como era chamada) viveu até os 15 anos. Ela gerou uma longa linhagem de herdeiros, com mais de 30 descendentes. Os dois corgis que estavam ao lado de Elizabeth II quando ela morreu pertencem à 14ª geração.
Os corgis marcaram o segundo período elizabetano da Grã-Bretanha. No Jubileu de Platina da rainha (70 anos no trono), comemorados em 2022, as publicações oficiais foram marcadas por um emoji inspirado na raça, devidamente coroado.
Eles também estiveram presentes na abertura dos Jogos Olímpicos de 2012, disputados em Londres. Durante os jogos, Elizabeth II protagonizou um momento inesquecível com Daniel Craig (ator que deu vida a James Bond, o agente 007).
Um vídeo promocional do evento mostrava o sétimo intérprete do agente 007 no cinema como guarda-costas da rainha, durante o voo entre Buckingham e o Estádio Olímpico. Naturalmente, a dupla estava escoltada por uma matilha de corgis.
As imagens, que evocam um filme de ação, voltaram a circular nas redes sociais. Apenas no perfil de Craig, mais de 70 mil internautas curtiram as aventuras da rainha e do agente, devidamente protegidos pela matilha.
Curiosidades
“Corgi” é uma expressão galesa que reúne duas palavras: “cor” (anão) e “gi” (cachorro). Apesar de a raça ter sido admitida oficialmente apenas em 1934, há registros rupestres de cães parecidos datados de 1.200 anos.
É provável que o corgi tenha sido levado para as ilhas Britânicas séculos atrás, pelos celtas. Eles são muito semelhantes a alguns cães pastores e de caça espanhóis (spaniels, na linguagem técnica dos cinofilistas). O cardigan recebeu os primeiros registros oficiais, mas o pembroke se tornou mais popular, especialmente com o “apoio” da rainha.
Apesar do porte pequeno e atarracado, o welsh corgi é um verdadeiro cão pastor. Ele é um animal muito persistente, consegue controlar rebanhos e mantém afastados os predadores, como ursos e lobos. Naturalmente, hoje em dia ele é adotado especialmente para companhia, mesmo porque há poucas ameaças para as manadas inglesas, escocesas e galesas.
Os cães da rainha têm um quarto especial no Palácio de Buckingham, conhecido como “Sala Corgi”. Eles são alimentados com um cardápio especial, do qual fazem parte cortes bovinos e de coelhos.
A cadela Susan – a primeira cachorra “só de Elizabeth” (anteriormente, em 1933, o rei George VI já havia presenteado as filhas com outro corgi: Dookie) 0 ficou famosa por alguns “ataques”: ela mordeu uma sentinela, um relojoeiro e um detetive, além de um policial que fazia a guarda do palácio, meses antes de morrer.
Em 2015, a rainha resolveu não adotar novos corgis. Ela não queria deixar nenhum deles órfão. No ano passado, entretanto, ela foi presenteada com dois filhotes da raça.
Em 2020, a rainha tornou-se inadvertidamente “garota propaganda” de uma linha especial: a Norfolk Natural Living lançou uma série de produtos para cães, baseada nos animais de Elizabeth II.
A predileção de Elizabeth II por welsh corgi pembroke era tão forte que, em 2002, no Jubileu de Ouro do reinado, a rainha foi representada ao lado de um cão da raça em uma moeda comemorativa da data.
O welsh corgi pembroke
A raça é reconhecida pela maioria das associações cinológicas do mundo, inclusive pela FCI (Federação Cinológica Internacional). No Brasil, o último padrão válido do corgi pembroke galês foi publicado em 2010.
A Grã-Bretanha é o país de origem e também o patrono da raça. O welsh corgi pembroke faz parte do Grupo 1 da FCI, que reúne os cães pastores e boiadeiros (exceto boiadeiros suíços). A raça pertence à Seção 1 do grupo, em que estão relacionados os pastores.
De acordo com o padrão oficial o welsh corgi pembroke é um cachorro baixo, forte, de constituição robusta, alerta e muito ativo. Ele passa a impressão de substância e resistência em um pequeno volume.
A cabeça do welsh corgi pembroke tem a forma da de uma raposa, com expressão alerta e inteligente. O topo do crânio é largo e amplo entre as orelhas: as proporções entre o tamanho do focinho e o topo do crânio devem ser de três para cinco. O stop é moderado e a trufa, sempre preta.
A mordedura do welsh corgi pembroke é em tesoura e os cães devem apresentar dentição completa (42 dentes). Os olhos são redondos, castanhos, de tamanho médio, em harmonia com a pelagem. As orelhas são mantidas eretas, com as bordas ligeiramente arredondadas.
O pescoço é relativamente longo. O lombo não pode ser curto, mas é ligeiramente afilado quando visto de cima. A linha superior é nivelada e o peito, largo e profundo, bem descido entre os braços. As costelas são bem arqueadas.
A cauda é curta. Na Grã-Bretanha, é aconselhável que seja natural. No Brasil, a caudectomia não é permitida por lei. Quando o welsh corgi pembroke está em alerta, ela é sempre portada acima no nível da linha superior.
Os ombros são bem angulados, formando ângulos retos com os braços, que se moldam ao peito arredondado. As patas dianteiras são ovais, com dedos arqueados e juntos. As almofadas plantares são bem arqueadas e as unhas, curtas.
Os membros traseiros são fortes e flexíveis, tão curtos quanto os dianteiros. A ossatura das pernas é larga em toda a extensão, até as patas. Os joelhos são bem angulados e os metatarsos são retos.
A movimentação do welsh corgi pembroke é sempre livre e ativa. Os cotovelos não podem ser soltos, nem colados ao corpo. Os braços alcançam bem à frente, sem se elevar muito do solo e em harmonia com a propulsão dos membros posteriores.
A pelagem do welsh corgi pembroke apresenta comprimento médio, com subpelo denso, que não pode ser macio, ondulado nem duro. A cor é sempre uniforme (sólida) em vermelho, sablé (zibelina), fulvo, preto ou castanho. Alguns cães apresentam manchas brancas nos membros, peito e pescoço. Um pouco de branco no alto da cabeça e no focinho também é permitido.
O welsh corgi pembroke atinge de 25 cm a 30 cm de altura na cernelha. Os machos pesam de 10 kg a 12 kg e as fêmeas, de 9 kg a 11 kg.
Existe outra variedade de corgi galês: o cardigan. Cada raça foi desenvolvida em uma região diferente no País de Gales. As diferenças são poucas: o cardigan é um pouco mais pesado (atinge até 15 kg) e porta o rabo reto, enquanto o pembroke pode trazê-lo enrolado.