Ela sabe que não deve subir no sofá, mas inventou um jeito para burlar a regra e ficar confortável.
Lexi é uma linda cadela da raça boxer, que aprendeu de uma maneira não muito agradável que é proibido subir no sofá da sala. Certa tarde, quando ainda era filhote, depois de brincar no gramado do jardim, ela entrou em casa e “decorou” os móveis com manchas de lama. Desde então, ela foi ensinada que não deve subir no sofá – mas Lexi encontrou um jeito divertido para burlar a regra.
A tutora de Lexi, Donna Wolford, disse em entrevista ao The Dodo, que a cachorra sabe muito bem o que pode e o que não pode fazer, mas a expressão triste e o ar pidão fazem com que ela desarme todos os membros da família. As imagens viralizaram nas redes sociais, especialmente no Rumble, site canadense de partilha de vídeos.
A estratégia de Lexi
A cachorra foi ensinada rapidamente a não entrar na sala antes de limpar as patas e a nunca subir no sofá, para não sujar as almofadas. O adestramento teve início quando ela ainda era filhote e é uma excelente recomendação para tutores de boxers, porque eles são cães de grande porte e não devem ser acostumados a se comportar como se fossem cãezinhos de colo.
Para estimular ainda mais a cachorra, Donna instalou uma caminha para Lexi na sala, junto ao sofá. Era uma forma de ela não se sentir excluída quando a família estava reunida. Além disso, os carinhos estavam sempre ao alcance das mãos.
Mas Lexi queria mais. Mesmo observando o comportamento exemplar da irmã mais velha (a também boxer Lucy), ela não gostava da proibição e encontrou uma maneira de burlar a regra. Desde então, “ela sobe no sofá sem subir no sofá”.
Lexi sabe que o sofá está além dos limites das comodidades permitidas para ela. A boxer é inteligente e sempre aprende com rapidez e facilidade. A primeira tentativa de “ir um pouco além” era alternar o olhar, entre o conforto do sofá e o olhar vigilante da tutora. Mas Donna conseguiu resistir aos apelos mudos, mas gritantes de Lexi.
Em seguida, a cachorra encontrou a solução definitiva. Prática e fácil, a estratégia de Lexi não requer prática, tampouco habilidade. Ela simplesmente começou a descansar a cabeça nas almofadas, enquanto mantinha o tronco e as pernas no chão.
É difícil resistir a tanta meiguice. Quando a cachorra percebeu que não recebia sonoros “nãos” ao apoiar a cabeça, foi experimentando um pouco mais de liberdade. Não era desobediência, tratava-se apenas de uma licença poética.
Gradualmente, Lexi passou a apoiar o peito e as pernas dianteiras. Um pouquinho a mais de cada vez. Por fim, a cachorra revelou a estratégia completa para burlar as regras de convivência: ela deita-se no sofá, mas mantém as patas para fora. Tecnicamente, ela não está no sofá.
Na lógica de Lexi, você não está deitado no sofá, se as suas pernas traseiras estão apoiando no chão – ou balançando no ar, quase rentes ao estofado. Se houver alguém sentado, ela pode subir no colo – da mesma maneira, não “está” no sofá, mas está onde mais gosta: ao lado dos parentes.
Lexi ajustou as novas posições de forma tão sofisticada que hoje, já adulta, ela parece ficar totalmente confortável e relaxada com as patas balançando para fora do móvel. Ela continua cumprindo a regra – ou, pelo menos, tem certeza de que ninguém percebeu que ela encontrou um jeito criativo e cativante de burlar a regra.
A cachorra aproveitou para usar a mesma técnica quando decide dormir com o irmão humano. Ela esparrama o corpo sobre o adolescente, instala-se confortavelmente, mas mantém as pernas para fora. Ninguém pode dizer que ela está desobedecendo.
Mas mesmo quem tentar terá uma tarefa difícil pela frente: resistir aos olhos tristes e carentes. Quem já encarou um boxer sabe que os cães da raça são especialistas em fazer cara de coitadinhos. Eles parecem frágeis, desabrigados, sem carinho e, com isso, conquistam tudo o que querem.
Talvez a melhor parte da convivência entre humanos e caninos seja justamente esta: vê-los burlando pequenas regras para garantir que estejam o mais perto possível dos tutores. Afinal, eles só querem agradar, proteger e defender. E ganhar carinhos e afagos, sempre que possível. Cães usam a meiguice em seu próprio favor.