10 comidas para humanos que fazem bem para os cachorros

Algumas comidas para humanos também podem ser oferecidas para os cachorros. Confira.

Existem várias comidas para humanos que são terminantemente proibidas para os cachorros. Na verdade, algumas delas também não deveriam fazer parte do nosso cardápio. Outros alimentos, no entanto, não apenas podem ser oferecidos, como podem até mesmo fazer bem para a saúde canina.

É muito difícil resistir ao olhar pidão de um cachorro, quando estamos fazendo as nossas refeições. O ideal é que os peludos não participem desses momentos, mas isso é quase impossível no dia a dia: nós comemos sentados à frente da TV, nos diversos cômodos da casa, etc.

E os peludos estão sempre lá, colados em nós. Este comportamento faz parte da natureza canina e os cachorros estão sempre nos “pegando em flagrante”, principalmente nos momentos das guloseimas.

Comidas para humanos que fazem bem para os cachorros

Nessas ocasiões, os tutores podem manter por perto alimentos para humanos que também fazem bem para os cachorros. Assim, enquanto nós nos fartamos com junkie food, os cachorros podem receber comida saudável  – e desviar os olhos, pelo menos por alguns instantes, do nosso prato.

Os cachorros são animais preferencialmente carnívoros. Isto significa que a base da dieta – entre 60% e 70% – deve ser constituída por proteínas de origem animal (carnes, ovos, etc.). mas, mesmo na natureza, eles procuram raízes, folhas e frutas.

As rações disponíveis no mercado geralmente fornecem todos os nutrientes necessários para  desenvolvimento e manutenção do organismo canino. Os petiscos e guloseimas devem ser encarados apenas como agrados extras.

Em outras palavras, eles são facultativos. Alguns cachorros adoram comidas para humanos saudáveis, por causa do sabor, textura, aroma ou mesmo pela curiosidade de comer alguma coisa diferente.

Outros, no entanto, passam longe destas “especialidades”. Se este for o caso do seu cachorro, não vale a pena insistir. Eles não ficarão mais saudáveis por comerem vegetais. Nos momentos de lazer, podem ser fornecidos petiscos industrializados, com cuidado nos rótulos para os excessos: sal, corantes, conservantes, etc.

Quando dar comidas de humanos?

É importante ter em mente que mesmo os alimentos saudáveis são fontes de calorias e, quando estas não são consumidas, o resultado é o sobrepeso e a obesidade. Muitas comidas para humanos fazem bem para os cachorros, mas precisam ser encaradas como petiscos.

A regra geral é que as comidas extras, servidas em lanches, brincadeiras e momentos especiais, não devem ultrapassar 10% do total calórico ingerido. Frutas calóricas, como abacate e coco, não devem passar dos 5%.

Esses alimentos podem ser usados durante o adestramento, como recompensas iniciais para os acertos. Na segunda etapa do treinamento, é importante levar os cachorros a encararem os reforços positivos – agrados, palavras de encorajamento, etc. – como o prêmio em si, sem a necessidade de presentes extras.

É igualmente fundamental incorporar os petiscos e guloseimas à dieta do cachorro. Desta forma, um alimento rico em proteínas deve provocar um “desconto” na quantidade diária de ração (ou comida caseira).

Da mesma forma, alimentos gordurosos precisam ser oferecidos com muita moderação, sempre considerando as características individuais dos cachorros. Fornecer um pedaço de coco seco, por exemplo, é altamente nutritivo, mas é contraindicado em dois casos:

  • quando o cachorro apresenta tendência a engordar. O coco (inclusive a água) é altamente calórico;
  • quando o cachorro gosta de engolir sem mastigar. A textura do coco é rígida e requer mastigação. No caso dos animais vorazes, apesar de altamente nutritivo, o coco pode inclusive causar obstruções na faringe e no esôfago.

Os cachorros podem receber as comidas para humanos saudáveis apenas como petiscos e recompensas. A maioria das rações disponíveis no mercado, especialmente as rotuladas como “premium” e “super premium”, já fornecem todos os nutrientes necessários, sem necessidade de suplementação.

Por outro lado, em alguns casos específicos, estes alimentos podem ajudar bastante. É o caso de animais convalescentes de traumas, dos idosos e das fêmeas lactantes. É importante comunicar ao veterinário sobre os hábitos alimentares dos peludos.

Todos os cães podem receber qualquer fonte de proteína animal: peixes, aves, carne suína, bovina, etc. Apesar de eles não terem muitos terminais gustativos – o sabor não importa muito para os peludos – cada peludo tem preferências individuais e pode recusar esse ou aquele petisco.

De qualquer maneira, carnes e qualquer outro tipo de comida que usamos na nossa alimentação não podem ser preparados com temperos e condimentos. Devem ser preparados apenas cozidos em água.

O sal de cozinha interfere no equilíbrio hídrico do organismo, podendo causar retenção de líquidos. O alho e a cebola são tóxicos. Alguns peludos apreciam as pimentas mais leves (inclusive pimentões), mas elas podem retardar a digestão e/ou causar intoxicações leves.

As frutas aqui indicadas podem ser oferecidas in natura. Outra opção é congelá-las em cubos de água. Os cachorros são curiosos e lamberão o gelo até encontrar o pedaço de fruta. A estratégia também melhora a hidratação dos peludos.

Comidas para humanos que fazem bem para os cachorros

Confira alguns dos alimentos de humanos que podem ser servidos para cachorros:

01. Abóbora

A fruta é especialmente indicada como base da comida canina caseira. A textura da polpa envolve os demais ingredientes, formando uma pasta homogênea, de fácil mastigação e digestão.

A abóbora deve ser oferecida sem casca (que é muito dura, difícil de ser rompida) nem sementes (que são depósitos de algumas substâncias tóxicas para os cães). Mesmo secas e torradas, as sementes não devem ser dadas aos peludos.

Cozinhe a polpa em água, até desmanchar (para formar a base) ou apenas para amolecer um pouco – alguns cachorros gostam de sentir que estão “mordendo a presa” e desprezam alimentos macios.

A abóbora é rica em vitaminas A, B e E, além de fornecer fibras e ser fonte de cálcio. Ela é especialmente para os cães adultos saudáveis, por causa da ação antioxidante, que retarda o envelhecimento celular. Uma tigela de carne com abóbora pode substituir uma refeição.

02. Alface

Todas as variedades podem ser oferecidas: crespa, lisa, roxa, verde, etc. O ganho nutricional não é relevante para os cachorros, mas muitos deles gostam muito de mastigar estas folhas.

A saladinha de cada dia deve resumir-se a no máximo duas folhas. O teor calórico é praticamente nulo, mas a alface é muito rica em fibras, que podem atrapalhar o trânsito intestinal. É importante lavar muito bem as folhas, porque as hortas brasileiras costumam ser “premiadas” com doses generosas de agrotóxicos.

A alface é fonte de vitaminas A, B e K, cálcio, ferro e potássio. As quantidades, no entanto, são mínimas – nas nossas saladas, a verdura geralmente é servida com outros ingredientes, que potencializam o ganho nutricional. Mesmo assim, muitos cachorros acham divertido brincar com uma folha, talvez por causa da diferença de texturas.

03. Banana

Ela pode ser oferecida com casca e tudo. Tecnicamente, a banana não é uma fruta – ela não tem sementes. Por isso, pode ser dada inteira para os cães. As tentativas de chegar à polpa acabam sendo uma brincadeira divertida.

Naturalmente, a banana precisa ser lavada antes, para eliminar impurezas. O cultivo não requer altas doses de fertilizantes, mas os cachos costumam receber grande quantidade de pesticidas e fungicidas.

A banana é rica em vitaminas A, B e C e também fornece três tipos de açúcares: sacarose, glicose e frutose. Ela também oferece uma pequena quantidade de sais de potássio, que fortalecem os ossos e ajudam a controlar a pressão arterial.

Para os pequenos, os tutores devem retirar a casca e oferecer a banana em rodelas (duas ou três, no máximo). Existe uma crença de que a banana ajuda a regular o trânsito intestinal, mas não está comprovado cientificamente que ela ajude a combater diarreias e constipações.

04 Batata-doce

Assim como outras variedades dos tubérculos, a batata-doce, uma das estrelas da nutrição fit, também pode ser servida para os cachorros. Ela deve ser cozida apenas em água e servida sem a casca.

Ofereça a batata-doce em pedaços pequenos (mesmo no caso dos cachorros grandões). A dentição canina não foi dimensionada para triturar alimentos muito macios. O tubérculo é um excelente suprimento energético, indicado especialmente para os cães atletas.

A batata-doce é rica em vitamina A, cálcio, potássio e fibras alimentares. Ela fortalece ossos, músculos e articulações. Por outro lado, é muito calórica e, por isso, não é indicada para cães sedentários (lembrando que os pequenos que escalam o sofá e a cama o dia inteiro podem ser considerados fisicamente ativos).

05. Cenoura

A raiz pode ser servida crua ou cozida em água, inteira ou em pedaços. Alguns cachorros apreciam principalmente os snacks de cenoura, provavelmente por causa da textura mais rígida. Depois do cozimento, aproveite a água para outras receitas.

A cenoura apresenta baixo teor calórico, é rica em fibras, vitaminas A e C e betacaroteno, substância que fortalece os olhos, a pele e a pelagem. As raízes são úteis também para auxiliar na higiene bucal.

06. Couve

A couve e outras verduras verde-escuro (brócolis, couve-flor, couve-de-bruxelas, espinafre) são excelentes fontes de cálcio, ferro, fósforo, potássio e vitaminas A, C e K. Em geral, elas ja são oferecidas na comida caseira, cozidas juntamente com a proteína animal.

É preciso tomar um cuidado: a couve é muito rica em fibras alimentares e isso pode causar diarreias e dores abdominais, especialmente nos cães que não estão acostumados. Os tutores podem oferecer pequenas quantidades, até que o organismo se acostume.

Nos vegetais folhosos verde-escuros (e também na beterraba), o cálcio está presente na forma de oxalatos (uma forma de ácido), que favorecem a formação de cálculos renais em animais predispostos à doença. Na dúvida, é melhor consultar o veterinário.

07. Maçã

Uma fatia ou duas, de acordo com o porte, podem ser dadas para os cachorros diariamente. Eles costumam apreciar a textura mais firme, mas facilmente rompida da polpa da maçã.

É possível que eles rejeitem a casca, mas, como ela é rica em ferro, uma estratégia é oferecer a fruta em pequenos cubos.

A polpa da maçã fornece vitamina A e algumas do complexo B, nutrientes importantes que fortalecem o sistema imunológico, protegem a pele e têm ação antioxidante. A fruta deve ser oferecida sem as sementes.

No caso dos marinheiros de primeira viagem, a maçã deve ser oferecida com a supervisão dos tutores. É preciso estar atento a eventuais distúrbios na digestão. Se os peludos aceitarem bem, a fruta pode ser oferecida diariamente.

08. Manga

A casca é muito rígida e deve ser retirada, mas a polpa é rica em vitamina C e fibras vegetais. A manga é indicada especialmente para cachorros que sofrem com constipação (prisão de ventre).

A semente da manga, apesar de parecer um brinquedo divertido, não deve ser dada. Ela é oca e, quando quebrada, pode apresentar alguns estilhaços pontiagudos. Eles não chegam a causar danos a órgãos internos, mas podem machucar a língua e a gengiva.

O ditado “parece um cão chupando manga” é injusto, tanto com os cães, quanto com as mangas. Além disso, os peludos devoram a fruta rapidamente, ficando difícil conseguir observar o “ato”.

Algumas mangas apresentam uma quantidade considerável de fibras na forma de fiapos, que podem ficar presas aos dentes dos cachorros (e aos nossos também). Depois do lanche, a higiene bucal é fundamental.

09. Melão e melancia

As duas frutas são excelentes para a hidratação do organismo canino, sendo ideais especialmente nos dias quentes: uma boa hidratação garante a saúde da pele e da pelagem, além de contribuir para todo o equilíbrio metabólico.

As duas frutas são ricas em vitaminas B e C, ferro, fósforo, potássio e fibras. Elas devem ser dadas com moderação, sempre sem casca nem sementes – que podem inclusive causar obstrução intestinal.

A casca também pode causar engasgos e outros acidentes na boca e na faringe, especialmente entre os cachorros de pequeno porte. Ela também é de difícil digestão, podendo provocar desequilíbrios e dores abdominais.

O melão e a melancia também podem ser liquidificados (na centrífuga ou no liquidificador) para substituir parte da água oferecida diariamente. Neste caso, eles não fornecem fibras, mas todos os demais nutrientes estão presentes.

Os sucos também podem ser misturados à água de coco – a maioria dos cachorros gosta muito do sabor. Eles podem ser servidos à temperatura ambiente ou congelados, na forma de picolés. Além de nutritivos, são divertidos. Mas, nos dias em que os tutores oferecerem esses agrados, a quantidade de ração deve ser reduzida em 20% para os cães pequenos e médios.

10. Pepino

É indicado especialmente para os cães que estão acima do peso, mas os snacks podem ser oferecidos para todos os cachorros, sempre sem casca nem sementes, que são muito indigestos.

O pepino é da mesma família do melão e da melancia, como benefícios semelhantes. A textura agrada os cachorros e ele pode ser servido frio, como um refresco nos dias quentes. A fruta (sim, pepino é uma fruta) é rica em flanonoides e lignanas, que retardam o envelhecimento celular. Ele ajuda a regular o trânsito intestinal, fortalece a pele, unhas, pelos e olhos e, por ser fonte de potássio, melhora a frequência cardíaca.

Evite os alimentos abaixo:

Alguns alimentos humanos, apesar de muito nutritivos e benéficos para a nossa saúde, podem prejudicar bastante o funcionamento do organismo dos cães. Portanto, eles devem ser evitados. É o caso de:

aspargos – eles não chegam a ser nocivos, mas são desnecessários. Crus, são muito duros, difíceis de engolir. Cozidos, perdem a maior parte dos nutrientes. Não faz sentido oferecer aos cachorros;

batata – o consumo está liberado, mas em pequenas porções. A batata-inglesa, especialmente, é rica em solamina, que pode deprimir o sistema nervoso central, causando confusão (especialmente entre os pequenos). Na batata-doce, inhame e mandioquinha, a solamina está presente apenas na casca;

brócolis – deve ser oferecido em pequenas quantidades (um florete para cães médios e grandes). O vegetal é rico em isotiocianatos, que podem causar irritação da mucosa gástrica. Cuidado com os talos, que podem provocar obstruções do esôfago;

cebola – juntamente com o alho, alho-poró e cebolinha, a cebola está definitivamente banida do cardápio canino. A alicina, presente nas plantas do gênero Allium, é nociva para cães e gatos;

cogumelos – para os humanos, apenas 100 das mais de 100.000 espécies catalogadas é tóxica. No entanto, eles causam problemas gastrointestinais nos cães (quando não são totalmente venenosos). Além disso, boa parte é comercializada em conserva (salmoura), substância contraindicada para os peludos;

tomate – a fruta é segura, mas as partes mais verdes (como talos e fibras do tomate ainda não maduro) são ricas em solamina, que não é recomendada para os cães. Berinjela, pimentão e jiló também apresentam a substância, mas em quantidades bem menores;

uvas (inclusive passas) – em qualquer variedade, as bagas são prejudiciais aos cachorros. Toda a planta (sementes, casca, polpa e mesmo as folhas da videira) são nocivas. A ciência ainda não descobriu os motivos, mas a ingestão causa problemas graves ao sistema digestório.

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