Dicas para cuidar dos cachorros nos dias muito quentes

Os dias muito quentes prejudicam a saúde e o bem-estar. Veja como cuidar dos cachorros em dias muito quentes.

Veja algumas dicas para cuidar dos cachorros nos dias muito quentes. No Brasil, faz calor praticamente durante o ano inteiro, com exceção de algumas regiões mais elevadas. Mesmo assim, quando o inverno se despede, a primavera se anuncia com dias mais quentes e ensolarados. É preciso cuidar da saúde e do bem-estar de todos – e isto inclui os cachorros.

O fenômeno El Niño está de volta e promete um verão mais quente para as regiões Sudeste e Sul (onde também haverá mais chuvas fortes). No norte do país, as chuvas diminuem, causando secas no Nordeste e incêndios na Amazônia.

O próximo verão irá sentir os efeitos do El Niño, com frentes quentes avançando sobre todo o país e prometendo quebrar recordes de temperatura. Veja como cuidar dos cachorros de forma simples, garantindo que os peludos fiquem refrescados, hidratados e saudáveis.

Dicas para cuidar dos cachorros nos dias muito quentes

As dicas para cuidar do cachorro em dias muito quentes

Assim como acontece com muitos de nós, as altas temperaturas podem representar um verdadeiro pesadelo para os cachorros. A espécie evoluiu em regiões temperadas da Europa e da Ásia, mas, acompanhando os humanos, os peludos se tornaram cosmopolitas e vivem em todos os pontos do planeta, com exceção da Antártica.

Mesmo com esta notável capacidade de adaptação, o calor extremo interfere no metabolismo: os cachorros sentem mal-estar, reduzem as atividades físicas e, se não houver um cantinho mais fresco, podem ter a saúde comprometida.

Algumas doenças causadas pelo calor são potencialmente fatais e, por isso, a exposição direta ao Sol deve ser evitada nos dias quentes. Na medida do possível, os tutores devem distribuir tigelas com água fresca por toda a casa.

A seguir, relacionamos os maiores riscos para os cachorros nos dias muito quentes.

Cuidado com a desidratação

Um cachorro adulto pode ter 60% do corpo formado por líquidos. Nos filhotes, o percentual pode atingir 85%. Sem a reposição adequada, todo o organismo se ressente e passa a apresentar anomalias e disfunções.

Dicas para cuidar dos cachorros nos dias muito quentes

Os primeiros sinais da desidratação são o cansaço e a apatia, seguidos por náuseas e vômitos. Se nenhuma providência for tomada, os rins se tornam as primeiras vítimas graves da falta de água. Se a negligência for prolongada, poderá se instalar uma insuficiência renal.

Os tutores responsáveis nunca se esquecem de conferir a qualidade dos alimentos (rações e petiscos), mas é importante garantir também a qualidade da água, que precisa ser potável, limpa e fresca. Água sem tratamento, contaminada com esgoto ou com produtos químicos compromete a saúde dos peludos.

O acesso à água fresca é fundamental e se torna ainda mais importante nos dias muito quentes. Os cachorros que recebem ração seca devem receber volumes maiores. Outra opção é regar a ração com caldos naturais (carne, legumes, etc.), iogurte natural, etc.

Os cachorros devem ser incentivados a beber água desde filhotes. Os tutores podem improvisar brincadeiras com borrifadores ou mangueiras. Uma boa opção é preparar picolés para os peludos, que podem ser pedras de gelo recheadas com frutas, legumes, pedaços de carne, etc.

Alguns bebedouros fazem a água circular e cair em pequenas cascatas. O movimento e o barulho atraem a atenção dos cachorros, incentivando a hidratação. Mas, de qualquer forma, um simples cubo de gelo – gelado, brilhante e escorregadio – é suficiente para despertar a curiosidade dos peludos.

Lembre-se: uma tigela de água no quintal, exposta ao sol e ao calor, não é uma fonte adequada para matar a sede e, além disso, a elevação das temperaturas favorece a proliferação das bactérias eventualmente presentes. Nos dias muito quentes, a água precisa ser trocada pelo menos a cada duas ou três horas.

A insolação é um perigo para os cachorros

É um quadro preocupante decorrente da exposição direta ou indireta ao sol. O tempo necessário para causar problemas varia de cachorro para cachorro. Os cães de pequeno porte, os braquicefálicos (de focinho achatado), de pelagem clara e/ou espessa, longa e abundante, são os mais suscetíveis.

O sinal mais evidente da insolação é a respiração ofegante ou acelerada. Os cachorros também podem apresentar mucosas secas, gengivas e língua em tons vermelhos muito vivos (podem também surgir hematomas no interior da boca), pele quente e frequência cardíaca acelerada indicam que é hora de procurar ajuda de um veterinário.

Dicas para cuidar dos cachorros nos dias muito quentes

Outro sinal comum é a salivação excessiva. Os cachorros praticamente não suam (as glândulas sudoríparas se concentram nos dedos, entre os coxins plantares). Por isso, eles usam a saliva (ou baba) para, à medida que o líquido evapora, resfriar o focinho e a boca, assim como o ar que penetra nas vias aéreas. Quando o volume da saliva aumenta muito, pode indicar que o peludo não está conseguindo controlar a temperatura corporal.

Em quadros mais severos, o cachorro pode se apresentar desorientado, com andar cambaleante. É preciso consultar o médico, mas, enquanto o tutor leva o peludo, pode-se espirrar água no corpo todo, especialmente na região do focinho.

O tratamento é simples: basicamente, se resume à hidratação, para repor os líquidos perdidos. Pode ser necessário usar soro endovenoso, para repor alguns eletrólitos perdidos pelo animal. Em geral, a recuperação é completa em alguns dias.

Um quadro clínico à insolação é a intermação ou heatstroke (em tradução livre, “ataque de calor”). É uma condição em que o organismo produz uma quantidade de calor acima do normal ou não é capaz de dissipar esse mesmo calor.

A condição é particularmente frequente nos cães braquicefálicos, mas pode ser observada em qualquer cachorro. O avanço da idade também favorece a instalação das crises. Em casos muito severos, a temperatura interna pode chegar aos 43°C, com danos aos pulmões, coração, rins e fígado que podem ser irreversíveis.

Quando aliado a altas temperaturas no ambiente, um heatstroke pode inclusive ser fatal. Por isso, é preciso manter uma rotina de consultas médicas, especialmente com os cães suscetíveis à doença, que é caracterizada pelos seguintes sintomas:

  • cansaço e fraqueza sem motivo aparente;
  • respiração muito ofegante;
  • vômitos e/ou diarreias;
  • redução do volume da urina, que pode ficar avermelhada ou castanha;
  • desmaios;
  • convulsões;
  • temperatura acima dos 40°C (ela deve ser medida com termômetro retal).

Nos casos de intermação, o cachorro não deve ser imerso em água fria, que pode causar um choque térmico fatal. Medicamentos antitérmicos não devem ser ministrados, mesmo que tenham sido receitados anteriormente.

O tutor pode dar um rápido banho morno ou espirrar água em temperatura ambiente no focinho. Enquanto é providenciado o auxílio médico, podem ser tomados alguns cuidados:

  • abanar o cachorro (especialmente a face) com um leque ou ventilador portátil;
  • oferecer água fresca, se ele estiver consciente.

Prevenindo problemas

A maior parte dos males causados pela desidratação e a insolação podem ser evitados com alguns pequenos cuidados no dia a dia. Nos dias mais quentes do ano, o ritmo dos exercícios físicos deve ser modulado à resistência física apresentada pelos cachorros.

Os passeios devem ser feitos logo pela manhã ou no final da tarde, com temperaturas mais amenas. Durante a caminhada, os tutores devem observar as respostas orgânicas dos cachorros: se eles ficarem ofegantes, superexcitados ou incomodados, é preciso fazer uma pausa – ou levá-los no colo de volta para casa.

É importante avaliar a temperatura das calçadas. Existem botinhas para cães disponíveis no mercado, mas elas servem apenas para não sujar as patas: não aquecem no inverno, não refrescam no verão, nem deixam de ficar encharcadas nos dias de chuva.

Antes de passear, ou mesmo brincar no quintal, é preciso certificar-se de que a temperatura do chão está confortável. Os cachorros podem sofrer queimaduras nas patas, especialmente nos coxins plantares. Além de muito dolorosos, os ferimentos são porta de entrada para diversos micro-organismos que podem prejudicar a saúde.

As roupas e acessórios devem ser evitados nos dias quentes. Para os cães, a função do vestuário se limita a amenizar o frio: eles não se sentem mais ou menos elegantes por usar esta ou aquela peça. Os tutores podem usá-las, mas sempre avaliando o impacto ao bem-estar dos peludos.

Os cães de pelagem clara e curta podem usar protetores e bloqueadores solares durante os passeios ao sol. Não se trata de “frescura”: os cânceres de pele são muito comuns nos cachorros. Algumas regiões merecem maior atenção, como a face, orelhas, abdômen, ânus, escrotos e vulva, além da face medial (interna) dos membros.

Isto não significa que os cães de pelagem escura não precisam deste cuidado. O protetor solar é fundamental para todos os cachorros brasileiros, por causa da prolongada exposição ao calor e ao sol.

Os tutores não devem usar produtos destinados a uso humano. Estes protetores solares são formulados com substâncias oleosas, como óleos essenciais, que são excelentes para proteger a nossa pele, mas muito nocivos para os pelos e a pele dos cachorros. Além disso, boa parte deles apresenta perfumes, que são prejudiciais ou pelo menos desconfortáveis para os peludos.

Um dia quente é a ocasião especial para uma bela tosa, mesmo para os cães cujos padrões oficiais não permitem o corte dos pelos (nesses casos, as exposições oficiais costumam ser organizadas no outono-inverno; há tempo suficiente, portanto, para as moldagens voltarem a crescer).

A tosa regular é a mais adequada, por proporcionar melhor arejamento para a pele. Algumas especificidades precisam ser observadas, como não deixar os genitais e o ânus expostos (em cães que os têm naturalmente cobertos de fios), pelos mais longos nas orelhas e/ou nas barbelas, para protegê-las, etc.

Mergulhos, provas de natação, brincadeiras com mangueiras e borrifadores fazem a festa da maior parte dos cachorros e são muito bem-vindos em qualquer época do ano: eles aliam uma série de exercícios físicos, que ajudam a manter a boa forma dos peludos, além de colaborar para o equilíbrio emocional.

Mas, mesmo nestas brincadeiras, os tutores precisam tomar alguns cuidados. Elas devem ser evitadas nos horários de sol mais forte e os cachorros precisam ser muito bem enxugados, para evitar uma eventual proliferação de bactérias e fungos, com as consequentes dermatites e alergias.

Antes de apresentar sintomas de transtornos, os cachorros sabem indicar que estão sentindo calor. É o caso dos que recusam brincadeiras nas horas mais quentes ou elegem um cantinho com piso frio, onde fazem questão de apoiar o abdômen e as faces internas das pernas. Entender os sinais é uma boa maneira de proteger os cães nos dias mais quentes.

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