26 raças de cães mais leais aos tutores 

Todos os cães são conhecidos por serem leais e fiéis, mas algumas raças caninas se destacam. 

Cães e humanos convivem há milênios, e há bons motivos para o sucesso desta parceria entre espécies. Os cachorros são guardiães e protetores, além de serem igualmente afetuosos, amigáveis, divertidos e brincalhões. Uma das características caninas que mais se destaca é a lealdade: os peludos são os nossos melhores amigos. 

Existem milhares de histórias sobre a coragem e desprendimento dos cães, que vão dos cuidados com bebês até o sacrifício para garantir a integridade e a vida dos tutores. Mas, os cachorros foram adaptados a diversas atividades. A partir desta seleção artificial, algumas raças se destacaram por serem mais fiéis. 

Isto não significa que os cachorros independentes, autônomos, persistentes e teimosos deixem de dar mostras de lealdade e fidelidade. Mesmo o mais egocêntrico dos peludos é capaz de dar mostras do zelo que nutre pelos tutores. No dia a dia, por outro lado, algumas raças se destacam pela dedicação e companheirismo aos seus humanos. 

Para servir e proteger 

Relacionamos a seguir as raças de cães mais leais aos tutores. Alguns se destacam para escolher um líder entre os membros da família e defendê-lo com a própria vida. Outros dividem a atenção com todo o grupo – inclusive outros pets e muitas vezes se tornam exemplos emocionantes de dedicação, fidelidade e lealdade à toda prova. 

01. Akita 

Um cachorro da raça se tornou um ícone de lealdade. Na década de 1920, Hachiko manteve uma rotina diária que se estendeu por nove anos. Ele saía de casa sob chuva, sol ou neve para esperar o tutor em uma estação de trens em Tóquio. 

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Hachiko conviveu com o tutor, um professor universitário, durante apenas dois anos. Certo dia, o melhor amigo sofreu um ataque do coração enquanto estava no trabalho e nunca mais voltou para casa. O akita, no entanto, permaneceu indo todos os dias esperá-lo na estação, até a morte. 

Em geral, o akita é descrito pelos próprios tutores como um cachorro mal-humorado. Efetivamente, ele é independente, persistente e pode ignorar os apelos dos humanos da família, mas, quando surge uma situação de emergência, os cães da raça não medem esforços para proteger a todos. 

02. Basset hound 

Suave, doce e muito pacato, o basset hound é mais conhecido pelos olhares constantes que lança aos tutores quando quer ou precisa de alguma coisa, mas este cachorro baixinho e corpulento é extremamente leal. 

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Matt Cardy/Getty Images

O basset hound é muito consciente em relação às tarefas que precisa desenvolver no dia a dia. Ele tem certeza de que deve proteger todos os membros da família e, mesmo sem grande resistência e força física, dá exemplos constantes de fidelidade. 

Outro ponto favorável aos cães da raça é que eles possuem um faro extremamente apurado, inclusive em comparação a outros cachorros, famosos pela capacidade olfativa. Eles percebem a aproximação dos tutores a algumas quadras de distância e já dão início a uma espera ansiosa: quando os humanos finalmente chegam, os basset hounds fazem questão de demonstrar a saudade que sentiram e a alegria com o reencontro. 

Nos festejos intermináveis, eles não são capazes de derrubar os tutores, mas passam um bom tempo oferecendo carinhos e lambeijos. Em seguida, deitam-se ao lado ou aos pés dos grandes amigos e cochilam tranquilamente: a paz está restaurada, pelo menos até a próxima saída da família. 

03. Beagle 

Ele é manso, dócil, muito brincalhão e adora a companhia da família. A raça foi desenvolvida para a caça em matilha e, com isso, o beagle desenvolveu o senso de companheirismo e camaradagem, sempre atento às tarefas que precisa desenvolver. 

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Artem Beliaikin/Unsplash

O beagle é um guardião incansável. Se houver um bebê em casa, ele provavelmente se instalará junto ao berço e pode ser utilizado como uma babá eletrônica: se alguma coisa estiver errada, ele dará o alerta. 

Esta característica também está relacionada ao instinto de caça. O beagle é um cachorro de pequeno porte, apesar de ágil, rápido e muito confiante. Quando ele seguia rastros de presas na Inglaterra do século 19, era preciso chamar atenção sempre que encontrava um animal para a matilha seguir. 

Até hoje, o beagle é incansável, persistente e muito barulhento – não é uma raça para quem não gosta de excesso de latidos. Ele também é capaz de proteger todos os membros da família e até mesmo outros pets – não é incomum que um cão da raça adote um filhote para aquecê-lo e aconchegá-lo. 

04. Boiadeiro australiano 

Ele também é conhecido como blue ou red heeler, de acordo com a pelagem. Em inglês, heeler significa calcanhar e, por extensão, o termo é usado para designar também os amigos mais próximos, as pessoas de total confiança. 

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Rústico e muito eficiente – na Austrália, ele é usado até hoje para o manejo de gado bovino – o boiadeiro australiano faz de tudo que estiver ao seu alcance para manter a segurança e o bem-estar de toda a família. Ele sente necessidade de proteger os melhores amigos. 

Os cães da raça são igualmente fortes e atléticos. Eles gostam de correr, perseguir presas (inclusive discos e bolinhas), encontrar pistas e rastros: ele raramente fica parado. Um boiadeiro australiano costuma se levantar várias vezes durante a madrugada para fazer rondas pela casa ou o quintal. 

Em geral, o boiadeiro australiano elege um chefe entre os membros da família, apesar de se dedicar a todos os membros. Ele estabelece a própria rotina, que só é alterada quando o líder da casa propõe novas atividades. 

Dócil e amigável, o boiadeiro australiano se dá bem com toda a família, inclusive com outros pets. Ele estabelece relações pessoais diferenciadas e parece ser dotado de um relógio interno, com o qual tenta controlar as entradas e saídas da família. Quem quer um parceiro para treinos mais complexos ficará muito satisfeito com um cão da raça em casa. 

05. Border collie 

Ele recebeu este nome por ter sido desenvolvido na fronteira entre a Inglaterra e a Escócia. O border collie ocupa o topo do ranking no livro “A Inteligência dos Cães”, do psicólogo inglês Stanley Coren. A publicação é uma espécie de bíblia sobre o adestramento canino. 

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Criada para o pastoreio (de ovelhas coolly), a raça é relativamente recente: o padrão oficial foi publicado pelo The Kennel Club há pouco mais de cem anos. Ele adora exercícios físicos e estimulações mentais, que garantem o equilíbrio e a boa forma. 

Um border collie estabelece relações diferenciadas com os parentes humanos e é extremamente dedicado a todas as tarefas propostas – seja uma brincadeira, seja tomar conta de uma criança pequena. 

Ele é extremamente inteligente. Uma pesquisa da Universidade de Edimburgo, publicada em 2011, demonstrou que o border collie é capaz de assimilar o significado de mais de mil palavras e comandos. Esta capacidade o coloca como um dos mais indicados para atividades como agility, rastreamento e competições de obediência. 

06. Cane corso 

Ele impressiona pelo tamanho (um macho atinge 68 cm de altura na cernelha) e, principalmente, pela cara de poucos amigos. O cane corso já foi um cão de guerra – a raça descende do canix pugnax, que acompanhou os guerreiros romanos em suas conquistas pelo Mediterrâneo. 

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Mas, apesar da fisionomia carrancuda, o cane corso pode surpreender positivamente: ele é um cachorro atlético, dócil, guardião e totalmente leal aos tutores, que precisam se esforçar para acompanhar o ritmo: os cães da raça devem caminhar diariamente por pelo menos 40 minutos, além dos exercícios físicos em casa. 

Ele precisa de espaço – um quintal grande é o ideal – mas também da companhia da família. Isolado, o cane corso pode se tornar agressivo e mal-humorado. Será sempre um excelente cão de guarda, mas os tutores perderão a oportunidade de travar uma bela amizade incondicional. 

O cane corso late pouco, odeia gatos e outros pets, mas ama crianças, a quem protege é um amigo brincalhão e divertido: este canzarrão permite que os pequenos até mesmo montem nele. Com estranhos, ele é bastante reservado. Curiosamente, o cane corso é muito friorento – o que, de qualquer forma, o torna ideal para o clima brasileiro. 

Em algumas cidades brasileiras, o cane corso precisa obrigatoriamente usar focinheira em espaços públicos. Ele não é um cachorro para tutores de primeira viagem, porque precisa de adestramento firme. Bem educado, no entanto, ele se torna um amigo leal e divertido para todas as horas. 

07. Chihuahua 

Este cãozinho minúsculo é apegado a toda a família, mas costuma demonstrar lealdade integral a apenas um membro, a quem elege como líder. Apesar do porte (ele mede de 15 cm a 25 cm de altura), o chihuahua é muito dedicado e acredita ser o guardião da casa. 

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Aliás, é muito importante socializar o chihuahua. Desde filhote, ele precisa aprender os comandos básicos e ser submetido a algum tipo de treino de obediência. Os cães da raça também precisam passear diariamente, para garantir a socialização necessária. Do contrário, eles podem se tornar mal-humorados e até agressivos com pessoas estranhas. 

O chihuahua pode conviver com crianças pequenas, mas as interações precisam ter a supervisão de um adulto. O cãozinho tende a se identificar como o “bebê da família” e pode ser ciumento. Bem adestrado, no entanto, ele se torna amigável e sociável, apesar de naturalmente desconfiado com pessoas de fora do círculo familiar. 

08. Cocker spaniel 

Engana-se quem pensa que o cocker spaniel é um cachorro parecido com a Lili, estrela de “A Dama e o Vagabundo”. Ele é um cachorro rústico, resistente e muito ativo, mas é também extremamente confiável, tranquilo, afetuoso e equilibrado. 

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O cocker spaniel é um caçador; por isso, os tutores não devem esperar um comportamento elegante e sofisticado. Ele gosta de brincar, correr e pular – a raça é especializada na caça de pequenas aves e costuma ter um “bote certeiro”. 

Os cães da raça são dotados de um forte instinto protetor. São duas raças, aliás: o americano é menor do que o primo inglês, com pelagem bem mais longa e lisa. O cocker spaniel inglês exibe um focinho mais quadrado e grosso, com stop bem pronunciado. 

Um cocker spaniel é sempre ativo e ágil: ele está sempre atrás de brincadeiras e explorações. Os tutores precisam garantir uma rotina de exercícios, passeios e jogos intelectuais, a par de escovar os pelos a cada dois dias – este é o momento ideal para inspecionar a pele e as orelhas, uma vez que a raça é suscetível a otites e dermatites. 

Os cães das duas raças são bem-humorados, divertidos e brincalhões. Eles costumam se dar muito bem com crianças e outros animais de estimação. Extremamente leais e guardiães, eles podem se mostrar um pouco desconfiados com pessoas estranhas, especialmente em casas com crianças e idosos. 

09. Corgi galês 

A estrutura física da raça é única: o corgi galês apresenta pernas curtas e tronco alongado, que lhe conferem uma movimentação singular. Nativos do País de Gales, eles eram os prediletos da rainha Elizabeth 2ª (1926-2022), que, ao morrer, mantinha nove cãezinhos – no total, ela criou mais de 30 corgis. 

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Apesar da mobilidade reduzida, que é mais aparente do que real, o corgi galês já foi empregado como cão de pastoreio. Por isso, ele precisa de uma rotina de exercícios leves e moderados, para manter a boa forma e evitar o sobrepeso. 

São duas variedades: pembroke e cardigan, que se diferenciam basicamente pela pelagem mais exuberante dos cardigans. O corgi galês é amoroso, companheiro, inteligente e muito obediente. Ele quase sempre desenvolve um profundo senso de responsabilidade em relação à família. Estes baixinhos estão sempre conferindo se está tudo certo em casa. 

Ele ama crianças e outros animais. Costuma receber bem os visitantes, mas pode resolver morder calcanhares, uma característica dos cães pastores, que mordiscam os pés de vacas e ovelhas para obrigá-las a se deslocar de um lugar para outro. Eles não são agressivos, mas é preciso supervisionar as atividades com crianças pequenas. 

10. Dachshund 

A raça foi desenvolvida para combater e exterminar roedores, especialmente nos canteiros e hortas das casas alemãs. Graças à maior proximidade com os membros humanos da família, o dachshund foi um dos primeiros a ser admitido, ainda no século 19, como cão de companhia, e não apenas de trabalho. 

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Os cães da raça são afetuosos e muito dedicados a todos os membros da família. Guardiães, eles podem resolver dormir no chão, junto à porta, para certificar-se de que nada de mal aconteça com os melhores amigos. 

O dachshund precisa ser socializado desde filhote, para não se tornar um cachorro muito ciumento. Ele gosta de crianças e outros pets, mas, quando não está acostumado, pode ficar incomodado com o movimento e principalmente com a atenção dedicada aos “colegas”. 

O “salsicha” é muito brincalhão, dotado de extrema curiosidade e gosta de interagir com os tutores. Um cuidado especial deve ser tomado com os canteiros do jardim, já que o dachshund gosta muito de escavar a terra e pode acabar destruindo as plantas e flores. 

11. Dálmata 

Elegante, esbelto e atraente, o dálmata foi desenvolvido, na costa da Croácia (a Dalmácia) para acompanhar carruagens: ele seguia à frente dos coches, para alertar pedestres e motoristas, pedindo passagem para a família. 

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As carruagens foram aposentadas há muito tempo, mas o dálmata manteve o comportamento guardião e defensor. Sempre sofisticado, ele impressiona pelo trote ritmado, pelo barulho dos latidos e pela beleza das manchas pretas ou castanhas espalhadas na pelagem branca. 

Extrovertido, sensível, brincalhão e muito ativo, o dálmata é um excelente companheiro para todos os membros da família. Ele costuma ser obediente e bem-humorado, mas pode precisar de treinamento extra, especialmente quando a rotina familiar é alterada. 

Quem quer um companheiro fiel para muitas brincadeiras fica muito satisfeito com a presença de um dálmata. Ele precisa ser socializado desde filhote, porque é naturalmente territorialista, mas é geralmente dócil e muito inteligente. Um dálmata passa o tempo todo tentando agradar a família. 

12. Doberman 

A fama da raça é de cães violentos e até mesmo traiçoeiros, mas isto é devido principalmente aos tipos apresentados no cinema. Nos anos 1980, o doberman era o exemplo de cão agressivo, título que já foi dado ao buldogue inglês, ao mastim napolitano, ao pitbull, etc. 

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Mas, na verdade, o doberman é um cachorro forte, fiel e muito equilibrado. A raça foi desenvolvida na Alemanha, no século 19, por um cobrador de impostos que precisava de apoio em suas viagens, nas quais transportava valores e corria sérios riscos de assaltos e roubos. 

Assim surgiu o doberman, que está sempre atento. É um cachorro protetor, inteligente, corajoso, confiante e muito obediente. É também cheio de energia e, por isso, exige esforços físicos por parte dos tutores, nos passeios e brincadeiras, para manter a boa forma e o equilíbrio emocional. 

Ele é também muito elegante e atraente. De acordo com a legislação brasileira, os cortes nas orelhas e na cauda são proibidos, mas isto apenas melhora a aparência e a coordenação dos dobermans. Esbelto e musculoso, ele está sempre alerta e pode ser um problema para os invasores. 

13. Dogue alemão 

Grande, forte e imponente, este é um excelente cão de guarda. O porte avantajado quase sempre é suficiente para manter os estranhos mal-intencionados à distância, mas o dogue alemão também pode atacar, quando se sente desafiado. 

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Ao mesmo tempo, o dogue alemão é um cachorro brincalhão e companheiro. Ele é parceiro fiel de toda a família, exigindo supervisão de um adulto nas interações com crianças e pessoas mais frágeis, basicamente em função do tamanho e do peso. 

Os cães da raça são muito bem-humorados e estão sempre disponíveis para brincadeiras, correrias e explorações – vale lembrar que o Scooby-Doo, personagem do desenho animado, é um dogue alemão. Territorialista, o dogue alemão parece saber que não precisa ser violento para manter os perigos longe da família. 

Ele é também um cachorro silencioso, naturalmente tranquilo e muito recomendado para famílias numerosas. O dogue alemão estabelece relações diferentes com cada parente e desenvolve cuidados especiais com os mais frágeis. 

14. Golden retriever 

Ele é principalmente um excelente parceiro de brincadeiras. O golden retriever descende de antigos cães d’água, mas a raça foi desenvolvida na Inglaterra especificamente para companhia, apesar de ser também muito empregada na guarda de pessoas e bens. 

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O golden retriever tende a assumir características dos membros da família: ele pode tanto ser um cachorro tranquilo e reservado, quanto um palhaço sempre em busca de diversão. Ele adora atividades aquáticas e pode se tornar um excelente companheiro para mergulhos, apesar de se contentar também brincando com uma mangueira ou mesmo com um borrifador. 

Apesar do porte e da força física, o golden retriever é basicamente um cachorro muito amoroso. Ele não pode ser considerado um cão de guarda, mas, se necessário, é capaz de defender a família literalmente com unhas e dentes. 

Além de tudo, o golden retriever é gracioso, elegante e cheio de charme. A pelagem longa confere um aspecto ainda mais nobre e os cães da raça parecem ter prazer em ser admirados. Ativos e brincalhões, eles também conseguem dosar a energia de acordo com a situação. Muitos cães da raça são treinados para acompanhar deficientes visuais, auditivos e portadores de transtornos do espectro autista, além de atuarem como cães terapeutas, coadjuvantes no tratamento de ansiedade, síndrome do pânico, depressão, etc. 

15. Lulu da Pomerânia 

Este pequeno notável é um verdadeiro guardião, apesar do porte. O lulu da Pomerânia, cujo nome oficial é spitz alemão anão (zwergspitz, em alemão), é um cão considerado primitivo – os que preservam características mais próximas aos lobos. 

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Naturalmente, com apenas 20 cm de altura e no máximo 3 kg de peso, o lulu da Pomerânia não pode ser empregado como cão de guarda: um tapa de um invasor seria suficiente para colocá-lo fora de combate. Mesmo assim, ele é descrito como cachorro de alerta: nada fora da rotina passa batido pelos sentidos apurados dos cães da raça. 

Ele precisa ser adestrado desde filhote, para não se tornar ciumento e possessivo. O lulu da Pomerânia é um protetor nato, mas não pode confundir as tarefas e acabar acreditando que é o dono dos tutores. 

Além de ser um guardião incansável e sempre atento, o lulu da Pomerânia é um cachorro muito fofo e brincalhão. É preciso tomar alguns cuidados para não o machucar com movimentos bruscos, mas o tutor precisa saber que terá sempre um defensor nas proximidades. Em troca, ele aceita colo, carinhos e cafunés. 

16. Mastim napolitano 

É mais uma raça considerada agressiva e violenta – o mastim napolitano, em algumas cidades brasileiras, também precisa ser conduzido com focinheira e guia curta nos espaços públicos. Mas, vale dizer, nenhum cachorro é feroz, a menos que seja estimulado para atacar. 

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A principal preocupação é com a educação: ele deve receber treinamento de obediência e socialização desde filhote, para aprender a conviver com crianças, outros pets e pessoas estranhas que cruzam o seu caminho. 

O mastim napolitano é um cão molossoide (de porte gigante), atingindo até 68 cm de altura e pesando 58 kg: uma verdadeira potência. Mesmo assim, os cães da raça podem conviver sem problemas com crianças pequenas e gatos, desde que sejam educados. A relação com outros cachorros é sempre um pouco mais complicada. 

Trata-se de um cão de guarda, que exige espaço para se exercitar. Ele late pouco e não gosta de treinamentos muito intensos, como agility, por exemplo. Por outro lado, torna-se muito apegado à família e precisa ser bem adestrado, para não confundir estranhos com invasores. 

A raça é bastante antiga (todos os cães do tipo mastim são descendentes do milenar mastim tibetano), mas quase se perdeu e a criação foi retomada apenas depois do final da Segunda Guerra Mundial. O padrão foi publicado em bases definitivas em 1956. 

O mastim napolitano não é um cachorro para pessoas inexperientes. Ele exige treinamento de comandos básicos e também de obediência. O ideal é que seja adotado por pessoas que tenham afinidade com raças de grande porte. Com educação e bom tratamento, ele se torna um companheiro para todas as horas, defensor incondicional da família. 

17. Pastor alemão 

Ele é o modelo típico de cão policial. Também conhecido como lobo alsaciano, poderia ser chamado de pastor francês, uma vez que França retomou a região da Alsácia há pouco mais de cem anos, com o fim da Primeira Guerra Mundial. 

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Um pastor alemão quase sempre é descrito como “grande e bravo”, mas a maioria destes cães podem surpreender; eles não são necessariamente agressivos e são muito inteligentes, obedientes, afetuosos e tolerantes, inclusive com crianças pequenas. 

Desenvolvida para o pastoreio, a raça já atuou para guarda de patrimônio, caça, operações militares (inclusive bélicas), resgate de vítimas, rastreamento de armas, drogas e mercadorias contrabandeadas, apoio a terapias, etc. O pastor alemão é, por definição, um cachorro de trabalho. 

A inteligência do pastor alemão é impressionante. Os cães da raça estão sempre querendo agradar os tutores, o que torna o aprendizado ainda mais rápido e eficiente. O pastor alemão é também um grande companheiro, disposto a sacrificar a própria vida para garantir a segurança da família. 

Ele é também um cão esportivo: o tutor ideal não pode ser sedentário. Extremamente sociável, o pastor alemão é um parceiro ideal para todo tipo de pessoas, das crianças aos idosos. Os cães da raça são afetuosos, protetores, brincalhões e muito bem dispostos. 

18. Pastor húngaro 

Desenvolvido no leste europeu para pastorear ovelhas, o kuvasz aprendeu a delimitar áreas e impedir que o gado se espalhasse por “espaços indevidos”. Durante este treinamento, estes cães desenvolveram a inteligência e a capacidade de interagir com humanos e outros animais. 

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A raça não é popular no Brasil, mas é uma excelente opção, tanto para guarda, quanto para a convivência com a família. Um kuvasz nunca é pego de surpresa: ele sempre avalia espaços e situações, para garantir a segurança e o bem-estar. 

Ele é também muito bem-humorado: pode passar horas brincando, seja em atividades intensas (corridas, treinos de tração, agility, etc.), seja no monitoramento de bebês e crianças pequenas. O kuvasz é naturalmente protetor e esta característica é ainda mais evidente quando ele está próximo a seres mais frágeis. 

Os cães de raça são bastante autônomos: eles estabelecem uma rotina e não precisam de comandos especiais para agir. Quem gosta de ensinar truques complexos certamente se surpreende favoravelmente com a parceria. 

Outra característica pode atrair alguns tutores: a pelagem do kuvasz é descrita como “autolimpante”: poeira, terra, pólen e até mesmo parasitas como pulgas e carrapatos dificilmente aderem aos fios, que, mesmo úmidos, não exalam o odor de “cachorro molhado”. 

19. Pitbull 

De acordo com o padrão oficial do american pit bull terrier “não é a melhor escolha para guarda, por ser extremamente amigável até mesmo com desconhecidos; comportamento agressivo com seres humanos não é característico da raça e, por isso mesmo, é extremamente indesejável”. 

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Esta é a descrição do pitbull, que contrasta com a imagem que a maioria tem sobre a raça. Na verdade, ele foi desenvolvido como cão de briga e continua se mostrando agressivo com outros cães, mas a violência contra humanos quase sempre ocorre em função da educação incorreta e da falta de socialização. 

O pitbull pode ser descrito como generoso e leal. Ele é muito companheiro e adora a companhia dos tutores, que costuma procurar o tempo todo: desta forma, ele sente segurança e continência: a tendência é que ele retribua esta sensação com parceria e obediência. 

Por isso, é fundamental que o pitbull interaja com as pessoas. Se ele for mantido isolado, no fundo do quintal, certamente desenvolverá características indesejáveis. É igualmente importante que ele tenha uma boa rotina de exercícios, que podem ser intensos, porque os cães da raça sempre têm energia para gastar. 

Um pitbull precisa de espaço para correr, saltar e explorar. Quando é socializado, ele não apresenta problemas no relacionamento com crianças e aceita até mesmo a presença de estranhos. Naturalmente, a força e agilidade destes cães precisa ser considerada nos momentos de interação: eles podem derrubar pessoas frágeis com muita facilidade. 

20. Poodle 

Esta é uma raça perfeita para todo tipo de famílias e lares. O poodle apresenta quatro variedades de tamanhos diferentes: toy (24 cm a 28 cm), miniatura (29 cm a 35 cm), standard (36 cm a 45 cm) e grande ou gigante (45 cm a 60 cm). 

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Encarado quase sempre como um cachorro de colo, o poodle é um animal de trabalho: ele é rústico, resistente e muito apegado aos tutores. Os ancestrais da raça foram empregados para resgatar aves abatidas no voo: para tanto, era preciso mergulhar em lagoas frias no interior da França. 

A própria tosa clássica do poodle não tem nada de elegante (apesar de estes cães serem naturalmente atraentes): os tutores criaram um corte para reduzir a densa pelagem crespa, áspera e espessa, sem prejudicar o aquecimento em áreas estratégicas, como o topo da cabeça, o peito e as articulações das pernas. 

Extremamente inteligente, o poodle também já atuou em circos e espetáculos itinerantes, apresentando truques para a plateia, que ficava entusiasmada com cães andando de patinete, executando números de sapateado e até saltando através de círculos de fogo. 

O poodle está sempre disposto a brincar e quer agradar os tutores. Isto facilita bastante o aprendizado, permite o ensino de várias habilidades e fortalece os vínculos da dupla. Os cães da raça são também entusiasmados e muito apegados. 

O grande problema em criar um poodle é tratá-lo como se fosse um bebê humano. Por mais que ele goste de colo e de mimos, é preciso ter em mente que ele é um cachorro e precisa agir como tal. Desta maneira, ele mantém o equilíbrio físico e mental. 

21. Retriever do Labrador 

É uma das raças mais populares no Brasil e a preferida entre os cães de grande porte. Não é para menos. O retriever do Labrador é divertido, afetuoso, agitado, curioso e inteligente. Além disso, é muito bonito e atraente. São três as variedades: bege, chocolate e preto, todas com pelagem curta. 

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Este é mais um cão de trabalho, desenvolvido por pescadores na península do Labrador (leste do Canadá), no século 19. Os ancestrais da raça eram “aprendizes de faz-tudo”: transportavam bagagens e mercadorias para os barcos, vigiavam as redes e até mesmo saltavam na água para recuperar uma presa perdida – e, às vezes, para salvar a vida de um marinheiro. 

Atualmente, eles são adotados basicamente para companhia, mas o instinto de proteção e defesa se manteve intacto: um retriever do Labrador não se coloca em posição de salvamento apenas quando vê um parente em apuros, mas pode se decidir a salvar pessoas estranhas. 

Além de ser mestre em salvamentos, o retriever do Labrador é afetuoso, muito apegado a toda a família – crianças, adultos, idosos, outros pets e até visitantes. Ele gosta de brincar e agitar. Os cães da raça são inteligentes, obedientes e, por isso, muito fáceis de treinar. 

22. Samoieda 

Ele é um parente próximo do husky siberiano e também perambulou durante muito tempo através das estepes geladas do norte da Rússia. O samoieda descende diretamente dos lobos-cinzentos, ancestrais dos cães domésticos. 

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A pelagem toda branca confere um ar aristocrático aos cachorros da raça, que são muito fofos, especialmente quando ainda são filhotes. O samoieda é muito inteligente e ativo, alerta para garantir a segurança da família. 

É um caçador nato, além de ser um excelente cão de guarda. Mesmo assim, os cães da raça são meigos e gentis, especialmente com crianças. Nas tribos em que a raça se desenvolveu, era comum aconchegar as crianças pequenas entre os cachorros, para que elas ficassem aquecidas. 

Sempre vigiando os filhotes dos tutores, o samoieda aprendeu a importância da gentileza e do carinho. Apesar de ser um cão de porte médio, ele adora carinhos e mimos; se pudesse, pularia no colo dos tutores o tempo todo. 

Mas, fiel e continente, o samoieda também sabe ser divertido – e até mesmo um pouco bagunceiro. Esta é uma herança dos tempos em que ele puxava trenós na Sibéria. Estes cães se tornaram fortes, resistentes e muito sociáveis, porque sempre trabalharam em equipe. 

23. São Bernardo 

Para falar de gentileza, elegância e porte gigantesco, o melhor exemplo é o São Bernardo. Os machos da raça ultrapassam os 80 kg e atingem até 90 cm de altura. Em pé sobre as patas traseiras, eles alcançam facilmente o rosto de um homem de 1,90 metro. 

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Mas eles são muito tranquilos, característica desenvolvida nas longas rondas pelas montanhas suíças e austríacas em busca de viajantes perdidos ou vítimas de nevascas e avalanches. Os cães da raça já salvaram milhares de pessoas nos Alpes e continuam sendo empregados em operações de resgate. 

O único cuidado que os tutores precisam ter é com as interações com crianças pequenas e pessoas fragilizadas. Por causa do porte grande e do peso, um São Bernardo pode causar acidentes involuntários. Inadvertidamente, ele é capaz de derrubar até mesmo adultos saudáveis. 

Os chamados “anjos dos Alpes” são também divertidos e brincalhões, mas acusam um instinto de proteção que vai muito além. Não por acaso, eles já foram retratados como babás (em “Peter Pan”, dos Studios Disney, é um São Bernardo que toma conta dos irmãos Wendy, Miguel e João. 

24. Shiba inu 

Ele pode ser descrito como um akita em miniatura, mas quem vive com um shiba sabe que estes cães são uma verdadeira overdose de afeto e apego. A aparência lembra a de uma raposa e ele parece estar sempre sorrindo. 

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O shiba não é tão pequeno, afinal. Um macho pode atingir 40 cm de altura e pesar até 15 kg. Ele gosta de correr e pular; por isso, precisa ser levado para passear diariamente. Mas os cães da raça conseguem se adaptar à vida de apartamentos pequenos, desde que as caminhadas estejam garantidas. 

Ele é muito ágil e agitado, exigindo a companhia de pessoas com disposição para correr e brincar. Mas é igualmente capaz de respeitar o ritmo de crianças pequenas ou de pessoas com dificuldade de locomoção. 

Na presença de estranhos, o shiba se mostra tímido e reservado, mas é um verdadeiro palhaço quando a família está reunida. Ele desconfia naturalmente de qualquer pessoa desconhecida e pode mostrar sinais de agressividade se entender que um estranho está se aproximando demais de um “protegido”. 

25. Terra nova 

Esta raça é aparentada com os golden retrievers e retrievers do Labrador. O terra nova foi desenvolvido na Newfoundland (“nova terra descoberta”), no Canadá. Ele descende de cães nativos da América do Norte mestiçados, no século 10, com animais trazidos por navegantes vikings. 

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O porte é maior do que o dos primos pescadores. O terra nova também desenvolveu habilidades de caça em terra firme: por isso, é mais silencioso, precavido e atento a ruídos e aromas. É um cachorro rústico, que precisa de atividades físicas intensas, mas nunca recusa um carinho. 

Os cães da raça são totalmente devotados à família, que defendem com uma ferocidade insuspeita, em casos de agressão. Todos os cães d’água são bastante protetores e o terra nova alia esses instintos com o porte maior e maior resistência física. 

Vivendo como cão de companhia, o terra nova preservou as características de lealdade e guarda. Ele é bastante gentil e atencioso com crianças, podendo inclusive interferir em algumas brincadeiras, se considerar que elas envolvem qualquer tipo de risco. Ele precisa de espaço para explorar, mas pode viver em apartamentos, desde que caminhe diariamente. 

26. Wolfhound irlandês 

Ele é um dos sobreviventes dos cães lebréis da Irlanda, apresentados em relatos e ilustrações. A ilha era habitada por milhares destes cachorros, que entraram em declínio no início do século 19. O wolfhound foi recriado a partir de cruzamentos com cães ingleses, escoceses e franceses. 

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Max Mumby/Indigo/Getty Images

Ao lado do dogue alemão, o wolfhound irlandês é o cachorro mais alto do mundo, chegando aos 90 cm de altura. A pelagem áspera e densa é outra característica específica da raça. Aposentado das caçadas, ele é adotado hoje em dia basicamente como cão de companhia. 

A maioria dos lebréis desenvolveu personalidades independentes, mas o wolfhound irlandês é um cachorro bastante apegado à família. Apesar do porte grande, é um animal tranquilo e dócil. Extremamente atento, ele tem o costume de fazer várias rondas pela casa, para certificar-se de que está tudo em ordem. 

Este grandalhão também tem vocação para ser babá: ele adora crianças e, mesmo quando é criado sozinho, adora quando a casa se enche de gente. Mesmo assim, na presença de estranhos, ele sempre se posiciona junto ao tutor, para prestar socorro em qualquer eventualidade. 

Conclusão 

Como já foi dito, todos os cachorros podem ser caracterizados pela lealdade. O instinto de defesa e proteção, que acompanha os canídeos domésticos há milhares de anos, os torna muito próximos à família humana, que eles entendem ser preciso proteger. 

As raças apresentadas, no entanto, se destacam pelos cuidados e pelo devotamento. Naturalmente, tudo depende também de características individuais: afinal, sempre é possível encontrar um buldogue inglês atlético, um bloodhound divertido ou um poodle desinteressado. 

Desta forma, se a ideia é aproveitar a lealdade canina, é importante avaliar os pais do candidato a ser adotado, para verificar como eles agem com a família, a casa e a vizinhança. O filhote também precisa ser analisado: os mais atrevidos sempre se destacam na ninhada. 

O ponto mais importante, no entanto, é a educação. O cachorro aprende a se comportar de acordo com aquilo que, aos olhos dele, é importante para os tutores. Se a família acha engraçado um cachorro violento, ele será violento; se acha fundamental que seja atlético, ele repetirá este comportamento. 

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