Bombeiros encontram cadela abandonada com ninha de “bebês de vaca”

A ninhada de Rosie, uma cachorra mestiça, está sendo chamada de “filhotes de vaca”.

Rosie é uma cachorra mestiça de golden retriever. Como tantos outros pets, ela estava abandonada nas ruas, quando um casal de trabalhadores a encontrou e, percebendo o estágio avançado da gravidez da peluda, decidiu resgatá-la. Os filhotes nasceram em uma casa confortável, mas, para surpresa de todos – inclusive da mãe –, a ninhada era bem diferente.

A cachorra sem raça definida deu à luz quatro cãezinhos malhados – em pouco tempo, eles foram batizados de “filhotes de vaca”. O casal vive em Raleigh, capital da Carolina do Norte (região sudeste dos EUA) e sempre posta as aventuras dos filhos de quatro patas nas redes sociais.

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Os filhotes de Rosie

A cachorra mestiça foi acolhida por Katie e John Black. Desde 2009, o casal desenvolveu o hábito de recolher cães abandonados nas ruas. Katie e John oferecem os primeiros cuidados, providenciam consulta veterinária, castração e vacinação. Em seguida, eles procuram lares definitivos para os pets.

Com Rosie, não poderia ser diferente. Ela foi encontrada sozinha, suja, com muita fome e com sinais evidentes de uma gravidez próxima ao termo, mas não demonstrou medo nem agressividade quando os salvadores se aproximaram. A mestiça aceitou a ajuda com facilidade.

Katie e John providenciaram todo o necessário para receber os cãezinhos. Rosie foi levada ao veterinário e, descontados alguns sinais de desnutrição, a cachorra estava saudável.

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Em poucos dias, a ninhada chegou ao mundo. E, para surpresa de todos, nenhum deles era parecido com a mãe: Moo, Calarbelle, Betsy e Daisy nasceram malhados. Apenas Betsy herdou o dourado da golden retriever, mas mesclado com muito branco.

Os demais são pretos e brancos, apenas com algumas manchas douradas no focinho e nas orelhas. Provavelmente, o pai – que não foi encontrado nas redondezas – é um cachorro preto e branco, malhado como uma vaca holandesa.

Por isso, os cachorrinhos estão sendo chamados de “bezerros” ou “filhotes de vaca”. A maioria das pessoas que visita a casa do casal Black se surpreende com a diferença e faz a mesma pergunta: “Rosie adotou a ninhada?”.

Ao contrário de outros animais resgatados por Katie e John, Rosie ganhou um lar definitivo. Katie explicou aos repórteres que a cachorra mestiça precisou ficar mais tempo na casa dos pais adotivos – e a constituição de laços de afeto foi inevitável. Os filhotes foram doados depois de encerrada a fase de amamentação.

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A vida e as travessuras de Rosie e seus irmãos – Katie e John também são pais de outros peludos – são apresentadas no Instagram, na página @ourgoldenyears, que conta com mais de 1.000 postagens e é seguida por mais de oito mil seguidores.

Rosie está muito feliz na casa nova, onde recebe carinho, atenção e cuidados, além de muitos mimos. Não se sabe quanto tempo ela permaneceu nas ruas de Raleigh, mas os maus momentos foram superados sem deixar marcas na cachorra.

Por que os filhotes vira-latas são tão diferentes?

As raças caninas foram desenvolvidas ao longo de milhares de anos, de acordo com os objetivos dos humanos que as criaram. Foram obtidas raças destinadas à guarda, caça, pastoreio, tração e companhia.

Um estudo conduzido pela geneticista Heidi Parker, da Universidade de Washington (Seattle, EUA), em 2004, traçou a estrutura genéticas dos cães de raça pura e identificou 14 raças que apresentam as menores diferenças, na comparação com o genoma dos lobos-cinzentos, ancestrais dos cachorros.

A pesquisa revelou algumas surpresas. Raças como o podengo, pharaoh hound, elkhound e ibicenco, antes consideradas primitivas, mostraram ser recriações recentes de cachorros apresentados em inscrições pré-históricas.

As raças caninas mais antigas, de acordo com a comparação, são: basenji, chow-chow, akita, husky siberiano e shar-pei. O cachorro japonês (akita) é provavelmente a raça mais antiga do mundo existente até a atualidade.

A equipe de pesquisadores demonstrou também que os cachorros voltam a apresentar características ancestrais em muito pouco tempo: a partir da terceira geração de cães sem raça definida, algumas “marcas registradas”, como focinho achatado e orelhas muito compridas, deixam de se manifestar nos descendentes. Estas alterações decorrem de seleções artificiais.

Foi o que aconteceu com os filhotes de Rosie. Ela mesma já apresenta divergência em relação aos golden retrievers puros: a pelagem é mais curta e o porte é menor. Os filhotes herdaram características genéticas dominantes do pai.

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