Cachorra que perdeu todas as 4 patas no mercado de carne é adotada

Esta cachorra perdeu as patas no mercado de carne, mas está decidida a superar e ser feliz.

Uma cachorra foi encontrada com as quatro patas amputadas, pendurada de ponta-cabeça em um abatedouro localizado na Coreia do Sul. O animal era espancado várias vezes por dia, para amaciar a carne até o ponto de abate.

Não é fácil ser cachorro em alguns pontos do leste asiático. Em algumas regiões, como a península coreana (atualmente dividida em dois Estados), a carne canina é muito apreciada. O consumo vem caindo nos últimos anos, de acordo com pesquisa realizada pela Humane Society International (HSI).

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Chi-Chi, no entanto, conseguiu escapar do sacrifício. Ela foi resgatada por ativistas dos direitos animais e, mesmo sem as quatro patas, ela conseguiu sobreviver e parece decidida a superar os maus momentos por que passou. Ela merece ser feliz.

A história de Chi-Chi

O nome foi emprestado de uma banda de K-pop integrada apenas por mulheres, que fez muito sucesso na última década. A cachorra estava sendo preparada para o abate, de acordo com as técnicas tradicionais.

Por ironia do destino, as patas de Chi-Chi foram arrancadas com tanta violência que as infecções decorrentes se espalharam pelo corpo. “Imprópria para consumo”, a cachorra foi descartada em uma lata de lixo, para morrer ali mesmo.

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Felizmente, ela foi encontrada ainda com vida. Voluntários do Animal Rescue, Media and Education (ARME), uma entidade sem fins lucrativos sediada na Califórnia (EUA) e com equipes em diversos locais do mundo, resgatou a cachorra agonizante.

A ONG que socorreu Chi-Chi tem uma atuação particularmente forte na Coreia do Sul, por ser este um país de economia liberal e, portanto, mais aberto, pelo menos em tese, à interação com o Ocidente.

A cachorra foi levada imediatamente ao hospital veterinário, “sem as quatro patas, mas com um brilho de esperança”, de acordo com os salvadores. Ela foi submetida a uma cirurgia de emergência e, para surpresa da equipe de saúde, conseguiu sobreviver.

De acordo com Shannon Keith, presidente da ARME, Chi-Chi foi encontrada na manhã seguinte tentando se locomover. Ao interagir com socorristas, médicos e enfermeiras, a cachorra sorria, abanava o rabinho e fazia força para seguir os novos amigos.

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A cachorra, mestiça de golden retriever. permaneceu dois meses em tratamento no hospital em Seul, a capital da Coreia do Sul. Ela conseguiu superar as infecções causadas pelas amputações e encontrou maneiras próprias para voltar a caminhar.

A ARME conseguiu encontrar uma família em Phoenix, capital do Arizona (sudoeste dos EUA), disposta a receber Chi-Chi. Elizabeth e Richard Howell adotaram a cachorra coreana e receberam-na assim que ela desembarcou do avião.

Chi-Chi também recebeu outras boas notícias. Derrick Campana, especializado na reabilitação de cães acidentados, ofereceu próteses para a cachorra, para facilitar a locomoção. Derrick é famoso nos EUA por auxiliar animais domésticos.

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A cachorra ainda está se adaptando à nova maneira de caminhar. Os novos tutores planejam adestrá-la. Chi-Chi, em breve, será uma cadela terapeuta. Ela deverá trabalhar com crianças que perderam membros, ajudando-as na adaptação.

O abate de animais

Apesar de ser uma prática repugnante para os ocidentais, a criação de cachorros para abate é bastante comum na Ásia – especialmente na China, Coreia e países do sudeste do continente, como Vietnã, Camboja e Tailândia.

Trata-se de uma prática antiga, que vem sendo contestada por muitos cidadãos desses países, principalmente por causa da globalização, que mistura os costumes e tradições. A criação, abate e consumo, mesmo assim, ainda encontra muitos adeptos.

De acordo com a HSI, em 2019, em Seul, menos de cem restaurantes mantinham pratos à base de carne canina em seus cardápios. O consumo é mais comum na zona rural do país. A indústria alimentícia do país registrou queda de 30% nas vendas entre 2019 e 2020.

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O maior abatedouro da Coreia do Sul, que funcionava em Seongnam (região metropolitana de Seul), fechou as portas em 2018. O maior mercado de carne canina do país, que ficava em Daegu (sul da península), encerrou as vendas em 2021.

Mesmo assim, 1,5 milhão de cachorros são abatidos anualmente no país. A opinião pública está mudando – 84% dos coreanos afirmam não consumir carne canina e há muita pressão popular para extinguir definitivamente o comércio e o consumo.

Muitos ativistas coreanos protestam regularmente contra o consumo de carne de cachorro. Eles reclamam principalmente das determinações “cosméticas”: em 1988 e em 2002, a carne foi proibida nos restaurantes da capital.

O motivo, no entanto, era não chocar os turistas com a exposição. Em 1988, Seul sediou os Jogos Olímpicos de Verão. Em 2002, a Coreia do Sul dividiu com o Japão a organização da Copa do Mundo FIFA de Futebol.

Veja o vídeo desta história emocionante:

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