Todos os cães são bons companheiros, mas algumas raças se adaptam melhor às pessoas idosas.
Não é possível generalizar, mas os idosos costumam adotar um estilo de vida mais tranquilo. Por outro lado, pessoas que atingem idades mais avançadas quase sempre têm mais tempo livre para aproveitar bons momentos. Alguns cães são ideais para acompanhar pessoas idosas.
Estas raças caninas não chegam a ser “proibidas para menores de 60 anos”, mas os peludos são menos intensos, pelo menos no que diz respeito às atividades físicas, mas continuam sendo bons companheiros – alguns são verdadeiros chicletinhos.
Encontrar um cãozinho com uma personalidade mais calma pode fazer toda a diferença na terceira idade. Muitos idosos não têm recursos para conter o pique dos animais agitados – e muitos outros não estão interessados em ocupar o tempo acompanhando as aventuras e estripulias de um animal agitado.
Confira a seguir os cães ideais para as pessoas idosas. São animais de raças mais tranquilas e independentes, que se adaptam com facilidade aos parceiros da terceira idade. Mesmo assim, eles mantêm todas as características que transformaram os cachorros em nossos melhores amigos:
- eles são guardiães, sempre prontos para a defesa;
- como todos os pets, eles exigem atenção, cuidados e brincadeiras, enriquecendo o dia a dia dos idosos;
- são excelentes companheiros. Alguns são mais independentes, outros pedem colo e companhia na maior parte do tempo;
- eles se tornam bons motivos para sair de casa – cães precisam passear diariamente –, distrair a mente e até fazer novos amigos.
Vale lembrar que cada cachorro, independente da raça, apresenta uma personalidade única. É sempre possível encontrar um buldogue agitado ou um cocker spaniel tímido e introspectivo.
Ajudando a escolher
No caso dos filhotes, pode-se observar o comportamento em relação à mãe e aos irmãos de ninhadas. Quando se pretende adotar um cão adulto, bastam alguns minutos de convivência para descobrir as características gerais – embora eles sempre reservem algumas surpresas, quase todas agradáveis.
Mas, se os cachorros estão sempre presentes, são brincalhões, divertidos e grandes parceiros, eles também exigem dedicação e cuidados por parte dos tutores – sejam eles idosos ou não. Antes da adoção, é preciso ter em mente que:
- alguns cães precisam ter os pelos escovados diariamente ou a cada dois dias;
- os dentes e, em alguns casos, as orelhas também requerem cuidados constantes;
- o porte do cão não interfere tanto, mas, quanto maior o peludo, mais espaço ele precisa para se exercitar e explorar;
- mesmo os animais mais pacatos precisam de atividades físicas. A diferença é que alguns que divertem com uma bolinha no sofá, enquanto outros precisam de saltos e correrias em ambientes amplos;
- a decisão de viver com um cachorro é de longo prazo.
As raças ideais para idosos
Relacionamos a seguir os melhores companheiros para pessoas idosas. São raças ideais para acompanhar os humanos na melhor idade, mas eles não deixam de ser excelentes opções para crianças e jovens.
1) Retriever do labrador
Ele exige espaço e alguma disponibilidade para o treinamento diário. O retriever do labrador é um grande protetor, muito respeitoso e amigável, não é um animal bagunceiro nem destrutivo e não tem problemas com a presença de estranhos em casa.
O retriever do labrador late apenas quando necessário – quando é preciso chamar atenção para alguma coisa estranha, por exemplo. Os cães da raça são dotados de excelente faro e por isso são empregados em atividades policiais e de resgate.
Por outro lado, são extremamente pacientes com crianças, idosos e convalescentes. Esta é uma das razões por que o retriever do labrador também faz sucesso como cão-guia e terapeuta. É um bom animal para quem quer ensinar truques, uma vez que aprende com facilidade e está sempre interessado.
Os cães da raça apresentam tendência a ganhar peso e, por isso, a dieta do retriever do labrador precisa ser controlada. Este pode ser um estímulo para quem também precisa emagrecer ou viver uma vida mais regrada.
2) Golden retriever
Quem vive com um cão da raça nunca fica entediado: o golden retriever é uma verdadeira caixinha de surpresas, está sempre encontrando coisas novas para fazer e afasta a sensação desagradável de solidão e isolamento.
O golden retriever, mais do que outras raças, possui o desejo inato de agradar os tutores. Ele é muito solícito e está sempre por perto. Apesar de precisar de muita atividade física, ele também é capaz de passar horas apenas ao lado do tutor, cochilando.
Este é um cachorro verdadeiramente amoroso, afável e muito companheiro. O golden retriever Chico, que foi adotado ainda filhote, está fazendo sucesso nas redes sociais, por estar sempre ao lado da tutora, uma idosa de 100 anos. Os dois amigos vivem em Brasília e passam a maior parte do tempo juntos.
3) Beagle
De porte pequeno para médio, o beagle é um companheiro incansável. A raça foi desenvolvida há quase dois séculos, para participar da caça à raposa na Inglaterra (felizmente, a prática foi proibida há cerca de 20 anos).
O beagle é um cachorro barulhento, o que pode ser um problema para algumas pessoas. Os latidos eram fundamentais nas caçadas, para alertar sobre pistas e rastros, e ele manteve o comportamento até hoje. Por outro lado, isto significa que um cão da raça está sempre alerta.
Ativo, agitado e sempre em busca de alguma coisa para fazer, o beagle parece se adaptar à rotina familiar. Ele também é capaz de passar longas horas ao pé do tutor, entre cafunés e sonecas, mas, se a casa recebe visitas, ele se transforma e passa a correr, pular e brincar com todos.
Adaptado a caminhar por longas horas atrás das presas, o beagle é um companheiro ideal para os passeios diários. Ele aprende a acompanhar o ritmo do condutor, mas faz de tudo para que o tutor não esqueça a “hora da caminhada”.
4) Poodle
É uma das raças caninas mais adaptáveis. Originalmente, o poodle é um cão d’água: ele mergulhava nas lagoas da Alsácia-Lorena para resgatar aves abatidas pelos caçadores. Levado para o convívio doméstico, ele se tornou companheiro e muito amigável.
Há vários tamanhos, do toy ao standard, mas todos se revelam muito protetores. Quem vive em um pequeno apartamento pode adotar um poodle toy, que atinge no máximo dez polegadas (25.4 cm) de altura na cernelha. O standard chega a 15 polegadas (37,1 cm).
O poodle pode receber a tosa carequinha, que facilita os cuidados com a pelagem no dia a dia, mas também pode exibir a tosa clássica, com tufos de pelos na cabeça, tórax e articulações, com direito a laços de fita e até a esmaltes.
Tudo depende dos interesses do tutor: para os cachorros, a aparência estética não faz muita diferença. O importante é que ele seja educado e adestrado, para não ficar entediado. O poodle aprende com rapidez – esta é uma das razões por que muitos cães da raça se tornaram artistas circenses.
5) Bichon frisé
Gentil, muito dócil e adora colo: assim pode ser descrito o bichon frisé. A origem da raça é incerta, mas é muito provável que ele descenda do maltês e do barret, o mesmo cão do qual descendem os poodles.
Trata-se de um excelente cão de companhia, muito ativo, brincalhão e carinhoso. O bichon frisé também se destaca pelo comportamento equilibrado, dificilmente se mostrando ansioso ou amedrontado.
Os cães da raça são extremamente sociáveis. Apesar de escolherem um “tutor de preferência” entre os membros da família, eles costumam se dar bem com todos, inclusive com outros pets. Isto significa, por outro lado, que eles não lidam bem com a solidão.
De porte pequeno, o bichon frisé exige mais exercícios físicos do que outros cães “nanicos”. Ele demanda longos passeios diários – que podem ser muito vagarosos, já que ele gosta de apreciar as paisagens –, além de algumas brincadeiras. De qualquer forma, ele também gosta de colo, cafuné e algumas horas de “dolce far niente” ao lado do tutor.
6) Cavalier king charles spaniel
Pequeno, leve, fofo e muito companheiro, o cavalier king charles spaniel é também inteligente, fácil de treinar e adapta-se a qualquer ambiente, desde que haja colo e uma caminha confortável. Ele não é muito sociável com crianças (tudo depende da criação), mas é extremamente devotado aos tutores adultos.
O king charles precisa de atividade física apenas moderada: um passeio diário pela vizinhança e algumas brincadeiras ao longo do dia. Os cães da raça são muito curiosos e, por isso, costumam seguir os tutores o tempo todo.
Esse ir e vir constante já é um exercício físico considerável para eles, já que os cães são pequenos: atingem no máximo 30 cm de altura e pesam apenas 7 kg. O king charles perdeu todas as características de cão de guarda. Além disso, não deve ser mantido por muito tempo em ambientes externos.
Estes cãezinhos podem ser muito friorentos. No verão, por outro lado, eles se cansam rapidamente com o calor. O king charles se dá muito bem com outros cachorros, mas pode se mostrar intolerante com gatos.
7) Maltês
É uma da raças caninas mais antigas: cães parecidos com o maltês aparecem em ilustrações fenícias: eles viajavam com os marinheiros pelo mar Mediterrâneo, ajudando a eliminar os ratos dos navios. Alguns animais desembarcaram na Ilha de Malta e, isolados, mantiveram as características por cerca de quatro mil anos.
O maltês é facilmente reconhecido pela pelagem branca, lisa e longa, mas ele é também um cachorro esperto, ativo, brincalhão e muito dócil. Apesar de ser basicamente um cão de companhia, existem alguns malteses que são campeões de agility e obediência.
Os cães malteses são agitados para o porte (25 cm de altura). É muito difícil ficar entediado na presença deles. Mesmo assim, o nível de atividade para a raça deve ser baixo: alguns minutos de brincadeiras, intercalados com longos momentos de descanso, sombra e água fresca.
Apesar da pelagem longa, o maltês solta poucos pelos (geralmente, as quedas são mais evidentes no início do outono e da primavera). Mas, se ele não aumenta o trabalho na limpeza da casa, em contrapartida o tutor deve estar preparado para passar muito tempo escovando o peludo.
Extremamente inteligente e sociável, o maltês exige boas doses de atenção: ele quase sempre fica colado ao tutor. Parece que ele está sempre pedindo aprovação para as atividades. Os cães da raça podem ficar estressados com crianças pequenas, mas convivem muito bem com gatos e outros cães.
8) Schnauzer
são três tipos: miniatura, padrão e gigante. O schnauzer é um cão antigo, desenvolvido na Alemanha no século 15, para caça de roedores. É, portanto, um animal ativo, agitado e um pouco independente demais.
O schnauzer é muito inteligente e apegado ao tutor, mas também pode se revelar territorialista, correndo atrás de passarinhos e gatos que tentem invadir o território. Ele late muito, é muito apegado a crianças e divide o espaço com outros cães sem problemas.
O schnauzer pode apresentar dois tipos de pelagem: pelo liso e “de arame”, mais denso e áspero ao toque. Os cães pelo de arame são considerados hipoalergênicos, por soltarem poucos pelos.
Os cachorros da raça estão sempre atrás dos tutores. Eles gostam de partilhar o tempo e as atividades, que podem ser tranquilas ou intensas, já que o schnauzer se adapta com facilidade à rotina da casa.
9) Whippet
É um cão de porte médio, muito elegante e gracioso, que se tornou popular especialmente na última década. Ele foi desenvolvido para as corridas de cães e, por isso, necessita de atividades físicas moderadas todos os dias. Por outro lado, o whippet é capaz de brincar sozinho, passando horas entretido com uma bolinha ou um graveto.
A pelagem é curta, rente ao corpo, e requer poucos cuidados. O whippet pode ser criado em apartamentos e casas pequenas, já que ele sempre se comporta de maneira digna e discreta. Ele gosta de viver com outros cães, mas a preferência é sempre pelo tutor.
Por outro lado, o whippet persegue quase tudo que se move nas proximidades: a motivação para as corridas de cães é sempre uma presa. Instintivamente, ele caça aves, borboletas, animais estranhos que se aproximem, etc.
O whippet não precisa correr uma maratona todos os dias, mas os tutores precisam levar os cães da raça para passeios longos, preferencialmente em espaços que eles possam explorar livremente. Do contrário, eles podem desenvolver alguns transtornos, como timidez excessiva, destruição de objetos, medo, etc.
10) Shih tzu
É uma excelente opção para as pessoas mais sedentárias. Para um shih tzu, uma simples volta no quarteirão, preferencialmente nos horários mais frescos do dia, é suficiente para manter a boa forma física.
Os cães da raça podem ser criados em ambientes pequenos. Mesmo em casas com quintal e jardim, eles preferem ficar ao lado dos tutores, no colo ou cochilando sobre móveis. As brincadeiras se resumem a bolinhas e gravetos, que podem inclusive ser atirados de camas e sofás.
O shih tzu é um cão de pelagem longa, mas a tosa carequinha pode ser adotada, especialmente em regiões de clima quente. Os pelos aparados facilitam os cuidados diários, mas quem prefere deixá-los crescerem pode se divertir com sessões diárias de escovação.
Diz a lenda que o shih tzu surgiu de um amor impossível. Ele é descendente de pequineses (originários da China) com lhasa apsos (nativos do Tibete), em um dos raros acordos de paz entre as duas nações.
Destes cruzamentos, que ocorreram há séculos, surgiu uma raça amigável, pacífica e muito leal. O shih tzu é sempre muito dócil e amoroso. Ele só precisa de atenção e muitos carinhos por parte dos tutores.
11) Buldogue inglês
Ele já foi usado em rinhas de cães na Inglaterra do século 19. O buldogue inglês lutou com touros, ursos e lobos antes de se transformar em um adorável cãozinho de companhia. Ele não precisa de muita atividade física, mas sempre exige a presença e os carinhos do tutor.
Das antigas lutas, o buldogue inglês manteve apenas a fisionomia agressiva. Os cães da raça são muito brincalhões, afetuosos e muito leais. Eles podem ser considerados preguiçosos e, por isso, cabe aos tutores garantir a atividade física.
O buldogue inglês requer muita atenção com a saúde. Robusto e atarracado, ele pode apresentar problemas articulares e ósseos. As rugas do rosto precisam ser higienizadas regularmente para evitar alergias e dermatites.
Por fim, o focinho achatado reduz a capacidade respiratória dos cães da raça, que perdem o fôlego com facilidade. Eles não podem ser submetidos a esforços intensos e prolongados. O buldogue inglês apresenta expectativa de vida de apenas dez anos.
12) Buldogue francês
Se o primo inglês é conhecido por ser pacato e bonachão, o buldogue francês consegue ser ainda mais preguiçoso e avesso às atividades físicas. Mesmo assim, ele precisa ser incentivado a passear e brincar pelo menos alguns minutos por dia.
Os primeiros cães da raça eram justamente os animais desprezados pelos criadores britânicos. Os animais menores e mais frágeis não se prestavam às lutas e eram simplesmente descartados por “falta de utilidade”.
Alguns comerciantes franceses observaram o abandono e resolveram atravessar o canal da Mancha com cães rejeitados. Desta forma, surgiu uma nova raça, menor e menos robusta, com um certo ar de desproteção que costuma cativar muitos tutores: um buldogue francês parece estar sempre pedindo carinho, proteção e colo.
O buldogue francês é muito companheiro e carinhoso. Ele se adapta a pequenos espaços, desde que tenha um espaço para as sonecas. Mesmo assim, ele costuma passar boa parte do tempo “perseguindo” os tutores.
Os cães da raça requerem muita atenção, não gostam muito de gatos e crianças pequenas, mas latem pouco, são fáceis de adestrar (pelo menos os comandos básicos), não precisam de tosas e suportam bem tanto o frio quanto o calor.
13) Lulu da Pomerânia
Não se engane com a aparência frágil. O lulu da Pomerânia, conhecido em sua terra natal como swergspitz (spitz anão, em alemão), é considerado um cão primitivo. Isto significa que ele está entre as raças que mais preservam as características dos lobos, os ancestrais dos cachorros.
O lulu da Pomerânia é um cão de guarda. Apesar do tamanho pequeno (entre 18 cm e 22 cm de altura), ele é dotado de audição extremamente apurada e, em uma casa com vários cachorros, é sempre o primeiro a dar o alerta de que alguma coisa está errada.
A pelagem do lulu da Pomerânia é dupla, lisa, leve, espetada, abundante e macia. Ela requer cuidados especiais: portanto, o tutor deve estar preparado para escovações regulares e algumas tosas, especialmente no verão.
Estes bravos cãezinhos são extremamente corajosos e leais. É comum que, quando vivem com outros cães, eles assumam a posição de “alfa da matilha”. Por outro lado, são amorosos, amigáveis, brincalhões e, claro, adoram carinhos.
14) Pug
Pequeno, curioso, um pouco atrevido e com uma aparência bastante peculiar, o pug é ideal para a convivência com pessoas idosas. Ele está sempre investigando alguma coisa, que pode ser o voo de um passarinho ou o barulho dos passos do vizinho no corredor.
Uma caminhada em ritmo leve a moderado é suficiente para manter um pug em boa forma física – e também um estímulo para o tutor não ficar parado. Ele gosta de brincar sozinho e, por isso, o tutor deve providenciar alguns objetos para ele se entreter.
Apesar de extremamente devotado e muito apegado aos seus humanos, o pug pode passar algumas horas sozinho, desde que ele esteja envolvido em algumas atividades. Caso o tutor precise sair de casa, ele ocupa o tempo, sem problemas, com brincadeiras e cochilos.