Homem se aproxima de cachorro na rua que tremia de frio para ajudar sem saber que estava sendo filmado

Para proteger um cachorro de rua, um homem deu um cobertor, aconchegou-o e ainda fez carinho.

“Uma andorinha não faz verão”, diz um velho ditado. Mas algumas atitudes individuais podem fazer alguma diferença, pelo menos por algum tempo. É o caso desse homem: ele vinha passando na rua, viu um cachorro estranho dormindo no frio, encontrou um cobertor e cobriu o animal, para amenizar o frio e a solidão.

O abandono de animais é um problema global. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que haja 200 milhões de cães e gatos vivendo nas ruas das cidades do planeta. No Brasil, são 20 milhões de cachorros e dez milhões de gatos.

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A situação tem se complicado nos últimos anos. Com a pandemia de covid-19, muitas pessoas decidiram adotar cachorros e gatos, para amenizar a carência do isolamento social. Depois de 18 meses, porém, e com uma crise econômica vinda na esteira da pandemia, muitos animais foram levados para abrigos ou simplesmente voltaram para as ruas.

O que fazer?

O vídeo mostra um homem caminhando pela rua, provavelmente a caminho de casa. Ele avista um cachorro deitado na calçada, enrodilhado para atenuar a sensação de frio. Rapidamente, o estranho olha em volta, procurando alguma coisa.

Ele encontra um cobertor velho e decide usá-lo para oferecer algum conforto para o cachorro de rua. O animal dócil encara o homem, faz gestos de alguma alegria e permite ser agasalhado. O estranho ainda faz um carinho, antes de se despedir.

O gesto carinhoso, para algumas pessoas, pode ser considerado insuficiente e pouco duradouro. Efetivamente, o cachorrinho deve ter se descoberto na primeira vez em que se mexeu, talvez alguns minutos depois. O importante, nesse caso, é que ele recebeu atenção e, mesmo que por breves momentos, sentiu-se agasalhado e confortável.

Todos nós podemos fazer gestos desse tipo – e não vale a justificativa de que no Brasil quase não faz frio: o último inverno bateu recordes de temperaturas baixas no país inteiro, mesmo em alguns Estados da região Norte.

Também é possível fornecer água e ração em praças e parques de forte afluxo de animais de rua. Voluntários em diversas cidades brasileiras instalaram “tubos de comida” – canos plásticos presos a postes e troncos de árvore cheios de ração e água.

É um procedimento simples, que pode ser feito em qualquer lugar. Não custa nada deixar algumas tigelas do lado de fora do portão.

Mas muitas pessoas acreditam que isso possa sujar as ruas ou aumentar o número de animais nas redondezas, provocando até mesmo um maior número de brigas entre cães e mordidas de transeuntes. Nesse caso, podem ser feitas doações para abrigos instalados em praticamente todas as cidades brasileiras.

Alguns abrigos e ONGs aceitam inclusive transferências bancárias instantâneas no valor de R$ 1. Para quem acha pouco, basta reunir meia dúzia de doações do tipo para comprar um quilo de ração – no atacado ou em grandes quantidades, o preço é ainda mais baixo.

Também é possível adotar um cachorro ou gato do abrigo, fazendo contribuições mentais de acordo com as possibilidades financeiras de cada benfeitor. Com um valor certo entrando todo mês, as entidades de defesa dos animais podem inclusive fazer benfeitorias, como aumentar as instalações ou promover campanhas de vacinação e castração.

Quem tem acesso à internet pode apenas curtir e compartilhar as ações de diversas ONGs brasileiras e estrangeiras – em uma pesquisa rápida, é possível encontrar dezenas delas. Em seguida, basta multiplicar os posts: likes e compartilhamentos tornam essas entidades mais conhecidas e, consequentemente, aumentam as chances de captação de recursos.

Também é importante exigir atitudes concretas das autoridades de todas as esferas governamentais. Uma mensagem isolada não faz grande diferença, mas diversos eleitores cobrando ações e leis para amenizar a situação dos animais de rua certamente consegue sensibilizar os mandatários e representantes.

Por fim, é possível adotar um cachorro e fazer toda a diferença. Ainda vão continuar existindo milhões de animais de rua, mas aquele peludinho que compartilhará a vida com uma família amorosa estará seguro, saudável e feliz.

Quem não tem tempo ou espaço para adotar um cachorro pode optar pelas visitas. Ir a um abrigo e passar alguns minutos com os peludos atenua a solidão e a tristeza e melhora a autoestima, além de reduzir a ansiedade e o estresse.

Talvez seja possível fazer tudo isso: deixar um prato de ração na calçada, colaborar com um abrigo, divulgar o trabalho das entidades de defesa dos animais na internet, cobrar das autoridades, visitar um cão em um abrigo, adotar um peludo para chamar de seu.

Não importa o tamanho e o alcance da ação escolhida, mas a capacidade de transformação. Um cobertor pode servir apenas para aquecer por uma noite – mas é uma noite a mais, e muito confortável, na vida daquele peludo visto no vídeo.

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