Akita e shiba: diferenças entre as raças

Estas duas raças caninas surgiram no Japão, mas há muitas diferenças. Conheça o akita e o shiba.

Existem várias semelhanças, mas akita e shiba são duas raças caninas diferentes, a começar pelo tamanho: o shiba é um cão de porte pequeno para médio, enquanto o akita é um cachorro grande. O “inu” (犬), que muitas vezes acompanha o nome das duas raças, significa “cão” em japonês.

Em comum, akita e shiba compartilham a ascendência japonesa e as cores da pelagem. As confusões quase sempre acontecem entre akitas filhotes e shibas adultos. A seguir, apresentamos as diferenças entre as duas raças, para facilitar a distinção entre peludos.

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Akita e shiba: o tamanho

Algumas pessoas chegam a se referir aos shibas como “mini akitas”, mas o desenvolvimento das duas raças ocorreu de maneira independente. O padrão oficial publicado pela Confederação Brasileira de Cinofilia (CBKC) descreve desta forma a aparência geral:

akita – cão de porte grande e constituição robusta, bem balanceado e com muita substância. Os caracteres sexuais são nitidamente definidos, com grande nobreza e dignidade. A relação entre a altura na cernelha e o comprimento do tronco (dos ombros à garupa) é de 10:11, mas as fêmeas são ligeiramente mais alongadas.

Os machos chegam a alcançar 67 cm de altura na cernelha e as fêmeas, 61 cm, com tolerância de 3 cm para mais ou para menos. O peso varia bastante: de 32 kg a 45 kg (fêmeas) e de 45 kg a 59 kg (machos).

shiba – cão de tamanho pequeno, bem balanceado, com boa ossatura e músculos bem desenvolvidos. A constituição anatômica é sólida e a movimentação, rápida, livre e bonita. O shiba é quase quadrado: a proporção ideal também é de 10:11.

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Medidos na altura da cernelha, os machos atingem 39,5 cm e as fêmeas, 36,5 cm, com tolerância de 1,5 cm para mais ou para menos. O peso varia de 6,8 kg a 9 kg (fêmeas) e de 8 kg a 11 kg (machos).

A pelagem de akitas e shibas

As duas raças exibem pelos externos duros e retos, com subpelo macio e denso. A diferença é que, no akita, os pelos na cernelha e na garupa são um pouco mais longos e, na cauda, mais compridos do que no restante do corpo.

O shiba exibe pelagem de cobertura mais áspera e os pelos da cauda são ligeiramente mais compridos e levantados. Os pelos do dorso são mais curtos do que os do akita.

Se a pelagem confunde, as cores, por outro lado, ajudam a distinguir as duas raças. Os akitas podem ser vermelho-fulvos, tigrados, brancos e sésamo (pelos vermelho-fulvo com as pontas pretas).

Os shibas podem ser vermelhos, black and tan (preto e castanho), sésamo (uma mistura de pelos pretos, vermelhos e brancos por todo o corpo), preto sésamo (maior quantidade de pelos pretos) e vermelho sésamo (maior quantidade de vermelhos).

Tanto akitas (com exceção dos brancos) quanto shibas devem apresentar o “urajiro”, uma pelagem esbranquiçada nas laterais do focinho, bochechas, abaixo da mandíbula e do queixo, pescoço, peito, abdômen, cauda e face interna dos braços e pernas.

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Diferenças na cabeça

O crânio do akita é proporcional ao corpo. As duas raças apresentam testa larga e sem rugas, mas o akita apresenta um sulco frontal mais nítido. O stop é bem definido nas duas raças, com um sulco levemente marcado no shiba.

Em ambas as raças, a trufa é sempre preta, mais ampla entre os akitas, que podem apresentar falta de pigmentação bem leve e difusa no caso dos cães grandes, mas não é o ideal para a raça. A cana nasal, tanto no shiba quanto no akita, é reta.

O focinho do shiba é moderadamente espesso, enquanto o do akita é comprido e forte, com base ampla, afinando até a ponta, mas sem ser pontudo. Nos dois casos, os lábios são justos e aderentes às gengivas.

A mordedura, nos cães das duas raças, é sempre em tesoura: os dentes superiores encobrem os inferiores (prognatismo é considerado falta grave em competições e exposições). As bochechas do shiba são mais salientes e desenvolvidas, mas também estão presentes no akita.

Os olhos do akita são castanhos (quanto mais escuros, melhor), pequenos e quase triangulares, devido à elevação do canto externo das pálpebras. São inseridos moderadamente separados.

No shiba, os olhos são realmente triangulares, com uma elevação mais nítida no canto das pálpebras. Proporcionalmente, são maiores do que os do akita. Também devem ser castanho-escuros.

As orelhas do shiba são relativamente pequenas, grossas, triangulares e com as pontas levemente arredondadas. Inseridas moderadamente separadas, são portadas eretas e inclinadas para frente. As do akita são quase iguais, mas as extremidades são pontudas.

Nas duas raças, as caudas são idênticas: inseridas altas, grossas, portadas enroladas sobre o dorso, ou curvadas em forma de foice. Quando abaixada, as pontas quase alcançam a altura dos jarretes.

A história das raças akita e shiba

Originalmente, todas as raças caninas japonesas eram de pequeno ou médio porte. Bem no início do século 17, na região de Akita, surgiram os primeiros “matagis”, cães de porte médio empregados na caça a ursos e em brigas com outros animais.

A partir do século 19, os cães ancestrais foram acasalados com mastiffs tibetanos e tosas (outra raça japonesa). As novas gerações perderam as características primitivas, próximas às dos lobos, mas o porte aumentou: surgiu o akita.

Em 1908, foram proibidas as rinhas de cães no Japão, mas a raça foi preservada, por ser a única de grande porte com as características anatômicas bem assentadas. O akita chegou a ser declarado patrimônio nacional, mas, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a população desses cães caiu drasticamente.

O governo japonês havia proibido a criação de qualquer raça canina, com exceção dos pastores alemães (originários da Alemanha, à época, aliada ao Japão e à Itália no conflito). Os akitas sobreviveram apenas em regiões rurais, criados de forma quase clandestina. A raça ressurgiu depois da guerra, mestiçada com pastores alemães.

O shiba, por outro lado, é muito mais antigo. A palavra significa apenas “coisa pequena” e era usada para designar os cães do arquipélago, todos de pequeno porte. Não se sabe ao certo quando a raça surgiu, mas cães muito parecidos já eram usados há mais de 2.300 anos para a caça de aves e pequenos mamíferos nas regiões montanhosas do país.

No século 19, os shibas originais foram cruzados com setters e pointers importados da Inglaterra. Os cães tiveram o tamanho aumentado, mas perderam as características primitivas. A partir de 1930, criadores japoneses se esforçaram para retomar o padrão original, que hoje pode ser visto no mundo inteiro. No Japão, o shiba é considerado um “monumento natural”.

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