Dois cães mestiços se casaram no abrigo. O objetivo é que os adotantes levem a dupla para casa.
Jack e Diane foram abandonados juntos, foram recolhidos ao abrigo juntos, casaram-se e foram felizes para sempre. Este é o resumo de um conto de fadas americano, no qual dois cachorros foram unidos em matrimônio. Esta foi a forma encontrada para garantir que eles permanecessem juntos.
Os dois animais foram encontrados presos em um cemitério do Maine, no extremo norte da costa atlântica dos EUA. O resgate de Jack e Diane foi realizado pela Kennebec Valley Humane Society (KVHS), sediada em Augusta, a capital do Estado.
Os veterinários da KVHS avaliaram que se tratava de dois cães idosos, entre oito e dez anos de idade, mestiços de pitbulls e outras raças caninas. Eles foram encontrados juntos e provavelmente partilharam a mesma casa anteriormente. Por isso, a Humane Society decidiu propor a união conjunta para eles.
Resgate e casamento
Logo que Jack e Diane foram admitidos na KVHS, a equipe tentou localizar os antigos tutores. Apesar de terem sido encontrados amarrados na grade de um cemitério, havia uma possibilidade remota de que eles tivessem se perdido.
No entanto, em Augusta e imediações, ninguém reclamou a guarda dos dois mestiços, que acabaram ficando durante seis meses no abrigo. Apesar da boa adaptação ao local, para os dois idosos, o ideal seria encontrar uma “casa própria”, para que eles pudessem curtir a aposentadoria.
Para incentivar a adoção e ampliar as chances do velho casal, a equipe do KVHS decidiu “formalizar a união” dos dois peludos. O casamento foi divulgado nas redes sociais e alguns colaboradores foram convidados pessoalmente.
A equipe do KVHS decorou um salão do abrigo com flores brancas especialmente para a ocasião. Os colaboradores estenderam um longo tapete coberto de pétalas de rosa e, no momento da cerimônia, todos os convidados lotavam o local escolhido.
A noiva usou um belo véu branco, enquanto Jack ganhou uma gravata para a ocasião. O noivo esperou pacientemente pela noiva no altar, como é de praxe, mas, quando a viu, não conseguiu se conter: Jack saiu correndo pela passarela, para encontrar a amada.
Os dois demonstraram todo o entusiasmo com o casamento e continuariam brincando na passarela, se não tivessem sido conduzidos de volta ao altar. A diretora da Humane Society, Stevanie Roy, oficiou a cerimônia.
No lugar do esperado “sim”, ao final da cerimônia de casamento, os noivos cobriram a ativista de lambidas e beijos. A união foi comemorada com a distribuição de pizzas para os convidados. O dia foi produtivo para todos: os cães se divertiram em uma atividade diferente e o abrigo conseguiu divulgar a causa da adoção responsável.
A adoção
Apesar de ter sido muito divertido, o casamento de Jack e Diane foi basicamente uma estratégia de marketing, tanto para promover o abrigo, quanto para atrair possíveis candidatos à adoção dos dois cães seniores.
A campanha surtiu efeitos positivos: algumas dezenas de colaboradores e patrocinadores compareceram ao casamento, as imagens da cerimônia viralizaram nas redes sociais e o interesse pela KVHS aumentou significativamente. Mas Jack e Diane ainda não encontraram um lar para chamar de seu.
De acordo com a diretora Stevanie Roy, a KVHS não encontra grandes dificuldades para encontrar novos lares. Os cães resgatados pela entidade, depois de um período de recuperação e adaptação, encontram tutores compatíveis rapidamente.
Este não é o caso de Jack e Diane. Os dois cachorros apresentam alguns “problemas”: eles já são idosos, e a maioria prefere adotar filhotes ou adultos saudáveis. Apesar de os mestiços do Maine não apresentarem problemas de saúde, eles fazem parte do grupo de risco.
Além disso, os dois aparentam ter pitbulls entre os ancestrais: ambos são muito parecidos fisicamente com os cães da raça e, infelizmente, a raça goza de má fama: os pitbulls são considerados agressivos, teimosos, pouco inteligentes e muito independentes.
Jack e Diane não apresentam nenhuma destas características: os dois cães são amigáveis e extremamente amorosos e gostam de fazer novas amizades – eles já visitaram asilos e clínicas e se deram muito bem como cães de terapia.
Mesmo assim, os cachorros ainda não encontraram uma nova família. Eles já se casaram, já experimentaram a “riqueza e a pobreza”. Agora, resta o epílogo da história: Jack e Diane continuam esperando o “… e viveram felizes para sempre”.