Cães sem-teto fazem fila para se alimentar em comedouros feitos e instalados pela policia

Os cães de rua fazem fila para comer nos comedouros instalados pelos policiais em Huaraz.

Uma boa notícia chega de Huaraz, capital do Departamento de Ancash, no oeste do Peru. Policiais da Delegacia de Monterrey instalaram comedouros para alimentar os cães de rua da cidade. As fotos foram parar nas redes sociais e estão comovendo milhares de internautas.

Os oficiais da polícia local improvisaram os comedouros com tubos de PVC cheios de água fresca e ração canina, para melhorar as condições de vida dos cães de rua. Os animais estão se comportando muito bem: eles entram em fila para se alimentar e ninguém ocupa o lugar do outro, independente do porte ou idade.

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A novidade peruana

Diversas cidades ao redor do mundo vêm oferecendo alimentos para os cachorros e gatos sem teto. A maioria das iniciativas é espontânea, adotada por parte dos moradores. No Peru, chama a atenção o fato de que se trata de uma ação oficial, implantada pelos policiais.

O bairro de Monterrey é muito movimentado, pois ali estão instalados os banhos termais de Huaraz, cujas águas, com propriedades terapêuticas, são trazidas da laguna de Shallap, em uma reserva florestal do país.

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As fotos dos cachorros esperando a vez para comer e matar a sede foram publicadas na página oficia da Polícia de Huaraz no Facebook. As imagens foram reproduzidas por diversas entidades – entre elas, a Amigos de Lucho, uma organização de resgate de cães e gatos também em Huaraz.

A providência já conta com dois anos. A polícia local vem registrando um número cada vez menor de incidentes envolvendo cães de rua, como brigas e agressões a humanos, já que uma das maiores dificuldades dos animais sem teto é encontrar água e comida – trata-se literalmente de uma questão de vida ou morte.

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Os comedouros foram instalados na entrada da delegacia do bairro e os servidores se revezam na conservação e manutenção dos equipamentos. Os cachorros só têm a agradecer pela ação dos policiais, que deveria ser multiplicada em outras cidades e países.

Os cachorros que vivem nas ruas da região rapidamente descobriram o “fast food canino” e, todos os finais de tarde, eles começam a se aproximar da delegacia. É muito comovente observar que os animais se apresentam muito bem comportados, como se soubessem, de alguma forma, que os oficiais estão ali para ajudá-los.

A fila para comer é o que mais atrai a atenção dos moradores locais e também dos internautas que visitam as páginas no Facebook. Muitos comentários agradecem aos policiais pelo gesto de humanidade e bondade, chegando a pedir a Deus que proteja os oficiais peruanos.

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No Brasil

Diversas ações de apoio aos animais de rua são adotadas nos mais diversos locais brasileiros. Uma iniciativa pioneira foi instalada em Americana, na microrregião de Campinas (SP). O projeto, que pretende alimentar os cães e gatos da cidade, foi desenvolvido por moradores da cidade e conta com o apoio da prefeitura.

O “AlimentaCão” foi instalado em 2017, inicialmente em apenas três pontos periféricos de Americana. Nos primeiros dias, o projeto atendeu a 15 cães, mas o número vem aumentando mês a mês. Qualquer morador da cidade pode se tornar tutor do projeto: basta adquirir tubos de PVC e comprometer-se a colocar ração e água fresca pelo menos uma vez por dia.

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Em 2020, um jovem de apenas 13 anos também decidiu alimentar os cães de rua. A iniciativa é de Esdras do Nascimento, que vive em São José dos Campos, no Vale do Paraíba (SP), e foi assumida pelo Projeto Abrigo Escola.

O adolescente instalou comedouros e bebedouros nas calçadas da cidade, que contam inclusive com proteção contra o sol. Em pouco tempo, alguns comerciantes do centro de São José dos Campos passaram a disponibilizar um cantinho em seus estabelecimentos, para os peludos comerem e descansarem um pouco.

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O projeto de Esdras foi iniciado em plena pandemia da Covid-19, em que o número de animais abandonados nas ruas aumentou consideravelmente. O projeto Abrigo Escola também está organizando uma vaquinha eletrônica para implantar um abrigo na cidade.

Estas e muitas outras iniciativas visam a minimizar os maus tratos sofridos pelos animais que não têm uma família humana. O alcance é limitado, mas certamente é mais produtivo alimentar 20 ou 30 do que deixar que todos passem fome e tenham de disputar entre si pelos restos de comida no lixo.

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