Cliente de loja reclama da presença de cachorro de rua, mas o proprietário se negou a retirá-lo

O dono não quis retirar o cachorro e deu uma bela resposta à cliente, que estava inconformada. Entenda…

O episódio aconteceu em Recife. Em uma tarde chuvosa na capital pernambucana, uma cliente ficou indignada com a presença de um cachorro de rua em uma loja de calçados e resolveu reclamar pessoalmente com o dono, que gerencia o estabelecimento.

Mas o proprietário não aceitou os argumentos da cliente e não retirou o cachorro, que havia entrado na loja para escapar do aguaceiro – e também descansar um pouquinho. Afinal, todo mundo sabe como é difícil a vida dos animais de rua.

O incidente

O caso foi presenciado por algumas pessoas que estavam na loja: clientes, funcionários e outras que também estavam se escondendo da chuva torrencial que castigava Recife naquele fim de tarde.

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Um transeunte presenciou a discussão entre o dono da loja e a cliente, fotografou o cachorro – que havia se aconchegado em um canto do estabelecimento, sem incomodar ninguém que estava circulando pela loja e sem exibir sinais de agressividade.

As fotos – acompanhadas pela transcrição do diálogo curto, que se tornou um belo exemplo de solidariedade com os animais de rua – foram postadas no Facebook e chegaram ao conhecimento do “Planeta Cachorro”, página na rede social da revista homônima, editada em espanhol.

O “Planeta Cachorro” se apresenta como um site de interesse público. Trata-se de uma revista que veicula conselhos e dicas sobre cuidados com animais de estimação – como ênfase para os cachorros – e está sempre à frente de campanhas de adoção de cães e gatos de rua.

O diálogo, que acabou viralizando, foi bastante curto. O fato teria passado despercebido – afinal, praticamente todo mundo procura um lugar para se proteger dos fortes temporais que caem nas regiões tropicais – como é o caso do Nordeste brasileiro. E os cachorros também têm direito de fugir dos aguaceiros.

A conversa registrada entre a cliente e o gerente da loja teve início quando a mulher, ao avistar o cachorro, deitado em um canto, dirigiu-se ao dono do estabelecimento e inquiriu, de forma bastante ríspida:

“O senhor não acha feio o estabelecimento deixar um cachorro dormir lá dentro da loja?”

O gerente respondeu, de maneira educada e muito tranquila:

“Seria feio se eu deixasse o cachorro na rua, para se molhar. Ele ficará aqui dentro até que pare de chover”.

Na página do “Planeta Cachorro”, o post já recebeu 1.200 comentários e foi compartilhado por 4.300 internautas. Nem é preciso dizer que a atitude da imensa maioria foi a de apoiar o gerente da loja, que cedeu um pequeno espaço na loja para o cachorro, mas revelou ter um grande coração.

Uma postura humana

Diversas empresas se notabilizaram por adotar atitudes mais solidárias em relação aos animais de rua. Em Istambul, na Turquia, uma loja de tapetes permite que os animais abandonados pernoitem no estabelecimento. No final da tarde, é possível observar uma pequena fila de peludos, esperando calmamente o horário de entrada.

Na mesma cidade, um shopping center resolveu acolher os animais de rua nos meses de inverno. Quando as lojas, cinemas, lanchonetes e restaurantes começam a fechar as portas, os cachorros são recebidos e dormem nas galerias do estabelecimento, abrigados do frio intenso das noites de Istambul.

No Brasil, graças ao clima quente em praticamente todo o território na maior parte do ano, são poucas as iniciativas de abrigar gatos e cachorros à noite. Mas a permissão do gerente de loja de Recife é um bom exemplo para lojistas e prestadores de serviços: afinal, as chuvas de verão são sempre intensas no país.

Uma atitude menos radical e mais barata é oferecer comida e água para atenuar as dificuldades dos animais que não têm um lar e uma família. Em diversas cidades brasileiras, comerciantes, prestadores de serviços e até moradores locais organizam comedouros e bebedouros nas esquinas mais movimentadas, com água limpa e ração.

Trata-se de uma providência de custos reduzidos, que pode ser adotada inclusive por um grupo de moradores ou lojistas. A oferta de água e ração em tubos de PVC tampados impede a exposição ao sol e à chuva, mantendo água e alimentos frescos por mais tempo.

O ideal, no entanto, é adotar um cachorro de rua – isto mesmo, levar um destes peludos para casa. A maioria dos lares brasileiros conta com a presença de um animal de estimação: portanto, não é nenhum sacrifício imenso tomar a guarda de um peludo.

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