Aprenda como acabar com as pulgas no cachorro. Não há dúvidas de que as pulgas são nocivas aos humanos, aos pets e a vários animais domésticos e silvestres. Além da coceira e irritação causadas pelas picadas, estes insetos podem ser vetores de algumas doenças graves, além de serem um motivo frequente de alergias e dermatites. É preciso acabar com elas, mas esta é uma tarefa que precisa ser retomada regularmente.
As pulgas também podem, em casos de infestações severas, provocar anemias, principalmente entre os cães de pequeno porte (e também os gatos). Uma curiosidade sobre elas: em um ambiente partilhado por humanos e cachorros, elas preferem picar os peludos, já que a pelagem garante bons esconderijos. Mesmo assim, todo o ambiente permanece repleto de ovos e larvas.
Com identificar as pulgas nos cachorros
As pulgas estão muito bem distribuídas geograficamente e são ativas durante o ano inteiro, com exceção de períodos prolongados de frio intenso, incomuns no Brasil. Por isso, a maior parte dos cachorros está exposta às picadas, especialmente durante os passeios diários, mas também nas consultas veterinárias, em hospedagens, treinamentos em escolinhas caninas, etc.
Os gatos estão menos sujeitos a infestações, mas é preciso lembrar que as pulgas podem ser transportadas para casa até mesmo nas nossas roupas. Caso um inseto carregado de ovos se torne um visitante indesejado, rapidamente surgirão muitas larvas no ambiente doméstico. Em algumas espécies, a partir de um único acasalamento, a pulga fêmea pode botar ovos férteis durante toda a vida.
A primeira providência é espantá-las antes que elas se multipliquem e as infestações se tornem pouco controláveis. É possível adquirir alguns inseticidas tópicos em pet shops, que são aplicados na nuca dos pets e afugentam os insetos adultos.
A aplicação, em sistema pour-on, é simples e indolor, mas precisa ser reforçada de acordo com as instruções do fabricante (em intervalos de dois a seis meses, de acordo com o produto escolhido).
Para garantir que nenhuma pulga seja mantida em casa, os tutores precisam inspecionar a pelagem dos cachorros. Um bom momento é na volta das caminhadas, e pode ser aproveitado para a escovação dos pelos (providência necessária para cães de fios longos e lisos, e também para os que soltam muitos pelos).
As pulgas são pequenas, mas são sempre escuras (castanhas ou pretas). Por isso, elas são facilmente identificáveis em meio à pelagem de cães claros. No caso dos animais de pelos escuros, uma boa dica é escovar a pelagem no sentido contrário ao do crescimento, para encontrar os parasitas.
Uma casa livre de pulgas
É importante não esquecer que praticamente todos os ovos e larvas estão espalhados nos ambientes em que os animais de estimação transitam – apenas pequena parte das pulgas, quase todas adultas, fica agarrada aos pelos. Por isso, para acabar com elas, é preciso higienizar a casa regularmente. Camas, tigelas e brinquedos também devem ser lavados com frequência.
Um bom aliado para acabar com as pulgas dos ambientes domésticos é o aspirador de pó. O eletrodoméstico consegue alcançar todos os cantinhos e frestas, esconderijos preferenciais dos insetos. Para conservação, basta aspirar a casa uma vez por semana.
Quem vive em casas com jardins e quintais deve espalhar inseticidas de largo espectro, especialmente em canteiros e vasos, mas também nos pisos frios (e, com menor frequência, nos muros e portas). Alguns produtos são bastante suaves, não prejudicando espécies comensais das plantas, como besouros e borboletas.
Há também disponíveis no mercado alguns desinfetantes específicos para casas com pets. Eles podem substituir os produtos comumente usados ou ser usados nas áreas específicas em que os pets transitam. É importante ler os rótulos, para certificar-se das precauções e cuidados.
Em geral, estes produtos apresentam perfumes menos intensos, mas contribuem eficazmente não apenas para combater os ectoparasitas (as pulgas, piolhos & cia.), mas também alguns fungos e bactérias prejudiciais à saúde. Há opções em líquidos e aerossóis.
Como acabar com as pulgas no cachorro
Mesmo que o cachorro nunca tenha tido problemas com infestações (fato raro, especialmente quando se trata das pulgas), os tutores devem escolher xampus que também tenham ação inseticida: eles são bons aliados para exterminar os parasitas, mas não devem ser considerados como uma estratégia definitiva e exclusiva.
Além do xampu, os tutores também podem aplicar banhos secos (uma espécie de pó antisséptico que elimina parasitas, reduz a umidade e é coadjuvante no tratamento de dermatites). Outra opção são as loções líquidas, que afugentam pulgas, carrapatos e piolhos.
Muitas destas loções são comercializadas como perfumes para cachorro; o objetivo principal, no entanto, não é perfumar, mas reduzir o excesso de oleosidade e umidade da pele e da pelagem. Com isso, elas atenuam o “cheiro de cachorro molhado”. Mas é preciso estar atento, porque alguns produtos disponibilizados são apenas cosméticos.
Os medicamentos tópicos podem ser usados também na prevenção. A aplicação regular de inseticidas pour-on (“derramar”) ajuda tanto a espantar os invasores, como a eliminar larvas e adultos (o produto não tem ação sobre os ovos). Há também tabletes mastigáveis, que atuam impedindo as infestações e eliminando as pulgas instaladas.
No caso dos medicamentos para ingerir, recomenda-se conversar previamente com o veterinário que acompanha os peludos. Em geral, eles não apresentam contraindicações, mas pode haver efeitos colaterais em alguns casos raros e, mais frequentemente, eles podem interagir com outras medicações e suplementos nutricionais.
Algumas coleiras agem como repelentes contra insetos e são eficazes para afastar pulgas, piolhos e, com menor eficiência, também os carrapatos. O problema, aqui, é o curto prazo de validade: elas precisam ser substituídas a cada dois ou três meses e não substituem as coleiras de passeio (ou de contenção).
Os remédios caseiros para acabar com as pulgas nos cachorros
Muitos “remédios infalíveis” para acabar com as pulgas são apresentados sempre que alguém comenta estar com problemas de infestações em cães e gatos. Muitas destas receitas incluem sabão (de coco, glicerina, etc.). mas será que elas são úteis?
O sabão é sempre benéfico. Aplicado nos banhos, ele contribui para exterminar as pulgas e outros parasitas, por alterar momentaneamente o pH da pele (e alterar drasticamente o habitat dos insetos). Além disso, muitas pulgas morrem afogadas.
O problema é que alguns produtos (como o sabão de coco) podem ser prejudiciais para a pele delicada dos cachorros – mesmo os de grande porte apresenta pele fina, por dois motivos: o tecido epitelial canino é composto por duas camadas (o humano possui três); a pele é protegida pela pelagem, mesmo nos pets de pelo curto. Quando os nossos ancestrais perderam os pelos do corpo, a nossa pele gradualmente se tornou mais espessa.
Usar sabonetes formulados para humanos já pode ser suficiente para os cães desenvolverem dermatites: um sabão mais rústico pode ter consequências imprevisíveis. Os banhos (com xampus para cachorros) são mais do que suficientes para exterminar pulgas.
Outras receitas incluem bicarbonato de sódio, mas não há nenhum estudo que comprove os benefícios deste sal para afugentar as pulgas. O bicarbonato de sódio tem mil e uma utilidades nas tarefas domésticas, mas matar insetos não está entre elas.
Por fim, um produto que pode ser perigoso: o vinagre (puro ou misturado com bicarbonato de sódio). A maior parte destes temperos não tem acidez suficiente para alterar o pH da pele canina – e, neste caso, ele seria inócuo contra as pulgas.
Alguns vinagres (como o de vinho tinto, por exemplo), podem afetar a pele dos cachorros, especialmente os que sofrem de alergias e dermatites. O uso frequente pode causar descamações e reduzir a oleosidade natural, prejudicando a saúde do peludo. É melhor deixar o vinagre (e também o sumo de limão) para as saladas.
Os prejuízos das pulgas nos cães
As pulgas são insetos minúsculos – elas medem de 1 mm a 3 mm, mas são capazes de pular a mais de um metro de distância. Proporcionalmente, seria algo como um humano saltar de uma trave à outra, em um campo de futebol.
As infestações costumam ser severas, as pulgas costumam sobreviver mesmo em condições adversas, sem fontes de alimentação próximas. Em algumas espécies, uma fêmea pode botar até dois mil ovos por dia, mas, em média, cada postura gera de 200 a 600 novos insetos potenciais.
A maioria desses insetos imaturos é predada por outros artrópodes, mas grande parte consegue atingir a idade adulta (quando procuram hospedeiros para sugar o sangue e encontrar condições propícias para o acasalamento).
Um cão de pequeno porte (ou um filhote) pode desenvolver anemia profunda apenas por causa das picadas das pulgas. O mesmo pode acontecer com animais imunodeprimidos, como boa parte dos pets idosos.
Os problemas mais frequentes nas infestações de pulgas em cães e gatos são as alergias e dermatites, especialmente em animais geneticamente predispostos. Se os tutores não acabam com as pulgas, os pets sofrem com perdas de pelos (localizadas e generalizadas), muita coceira e incômodo. Além disso, as lesões de pele se tornam portas abertas para outras infecções por bactérias, fungos microscópicos e vírus.
Algumas das pulgas mais comuns nos lares brasileiros são hospedeiras intermediárias de um verme, o Dipylidium caninum, cestoide (parente próximo das solitárias) mais encontrado entre cães e gatos. Ele raramente afeta os humanos, porque a infecção ocorre pela ingestão dos ovos e os peludos tentam se livrar dos parasitas com a boca, engolindo alguns deles.
A dipilidiose (infecção por Dipylidium spp.) provoca diarreias, desidratação e desnutrição. Um verme adulto pode atingir 60 cm de comprimento, ocupando boa parte do intestino dos cães e gatos afetados. Sem tratamento adequado, o verme pode levar o hospedeiro à morte.
Além da diarreia, o sintoma mais frequente desta infecção é o prurido anal (os animais esfregam o ânus no chão, na tentativa quase sempre frustrada de aliviar a coceira. Em infestações severas, podem ser vistos ovos e pedaços de vermes adultos nas fezes. O tratamento é feito com anti-helmínticos.
Sobre as pulgas
Elas são fortes adversárias dos animais homeotérmicos, seres que autorregulam a temperatura corporal (são os mamíferos e as aves). Elas precisam do chamado “sangue quente” para a nutrição (e a maturação dos ovos, no caso das fêmeas). Estes insetos se adaptaram às mais diversas latitudes e altitudes.
As pulgas surgiram há muito tempo. O registro fóssil mais antigo, encontrado em uma pedra de âmbar, foi datado de mais de 60 milhões de anos, em pleno Eoceno, no Período Terciário – as pulgas ancestrais foram contemporâneas das primeiras aves e dos últimos pterossauros.
Os zoólogos já catalogaram mais de três mil espécies de pulgas – no Brasil, são 60 espécies diferentes. Todos os exemplares adultos alimentam-se exclusivamente de sangue, na maior parte de aves e mamíferos.
As espécies mais comuns são a Ctenocephalides canis e a C. felis (esta última, apesar do nome, ataca igualmente gatos, cachorros e também humanos. Além dos transtornos causados pelo incômodo e o desconforto, elas já foram responsáveis por algumas tragédias: a Rickettsia typhus é o vetor do tipo e a Yersinia pestis, da peste bubônica. Um surto desta doença exterminou um terço da população humana da Europa, no século 14.
A Pullex irritans tem nos humanos os principais fornecedores, mas ela também pica cães, gatos, porcos-da-índia, etc. Ela causa coceira, vermelhidão e inflamações cutâneas. Já a Tunga penetrans, conhecida como bicho-do-pé, se desenvolve sob a pele dos hospedeiros para iniciar a sucção de sangue. A infestação pode provocar infecções tetânicas e gangrenosas.
Aviso importante: O nosso conteúdo tem caráter apenas informativo e nunca deve ser usado para definir diagnósticos ou substituir a consulta com um veterinário. Recomendamos que você consulte um profissional de confiança.