le estava se afogando, quando estranhos se uniram para salvar o cachorro.
As imagens do vídeo são realmente impressionantes: um grupo de estranhos, que passava ao lado de um riacho, se organizou para uma operação de salvamento. Os desconhecidos formaram uma corrente humana para socorrer um cachorro preso na margem.
O resgate ocorreu em Antália, uma cidade do sul da Turquia famosa pelas praias repletas de iates e pelas ruínas de construções monumentais anteriores à dominação romana, no século I AEC. O cachorro foi resgatado muito assustado, mas sem ferimentos físicos.
Risco de afogamento
Murat Tokmak estava caminhando ao lado de um canal na cidade, quando pôde observar um cachorro em apuros. Ele havia descido até a margem – talvez movido pela fome ou apenas curioso – e não conseguia vencer a rampa íngreme, para voltar à segurança da rua.
O animal ficou preso entre as águas e a rampa concretada. A situação era urgente, porque Antália fica às margens do mar Mediterrâneo e o rio tende a subir com a maré alta. O cachorro insistia em tentar escalar a rampa, mas escorregava em todas as tentativas.
Murat reuniu outras pessoas que circulavam pelo local e conseguiu convencê-las a formar uma corrente humana para resgatar o cachorro, que estava muito aflito, apesar de não compreender totalmente a gravidade da enrascada em que tinha se metido.
Dando as mãos uns aos outros, os homens desconhecidos – e mais alguns que se aproximaram depois – conseguiram alcançar a margem do riacho, na qual o cachorro poderia escorregar a qualquer momento, mergulhando na água, talvez para uma morte certeira.
Havia ainda um desafio a ser vencido: convencer o cachorro de que o grupo era amigo e estava tentando fazer o melhor. Cães de rua são naturalmente desconfiados com a presença de humanos, mas o cachorro parece ter entendido que os desconhecidos estavam ali para ajudar. Mas, para dificultar um pouco mais, os salvadores precisavam agarrar o cachorro sem nenhum equipamento, como cordas e correntes.
Com muito esforço e resistência física, quatro homens desconhecidos interromperam as suas atividades, planejaram o salvamento, colocaram o plano em prática e finalmente conseguiram puxar o cachorro para a rua.
Havia um risco extra na operação de resgate. A rampa que canaliza o riacho é muito íngreme e estava molhada, oferecendo perigo também para os desconhecidos que se dispuseram a recuperar o cachorro. Além disso, obviamente, eles não contavam com nenhum tipo de equipamento especial.
A corrente, formada pelos quatro desconhecidos, pôde contar apenas com a força física para impedir que a vítima e os salvadores acabassem escorregando e mergulhando na água. Enquanto isso, um grande número de transeuntes, atraídos pelo barulho, se concentrou na margem da avenida.
Provavelmente, nenhum dos salvadores tinha experiência em resgates de animais. A providência mais adequada, neste caso, teria sido chamar os bombeiros ou policiais da região, mas a vida do cachorro estava em perigo e os heróis do dia sabiam que não tinham tempo a perder.
Depois de várias tentativas frustradas, o grupo finalmente conseguiu arrastar o cachorro de volta para o muro gradeado. Depois de alguns ensaios – o método empregado na operação foi o da tentativa e erro –, os desconhecidos finalmente içaram o cachorro e passaram-no por cima da grade.
O cachorro pulou a altura de cerca de um metro para aventurar-se no rio. Não há testemunhas de como ele venceu um obstáculo tão alto – existe inclusive a possibilidade de que alguém tenha propositalmente jogado o cachorro através do muro.
São e salvo, o cachorro apenas sacudiu o corpo, que estava encharcado com os respingos do riacho. Ele ainda permaneceu alguns minutos na companhia dos heróis. O peludo não sabe, mas deve a vida a este grupo de desconhecidos.
No final da operação, muitas pessoas se reuniram em torno do cachorro, comemorando o sucesso. As imagens logo viralizaram e muita gente celebrou o resgate do peludo, poupando-o de uma morte quase certa.
Apesar da alegria com o salvamento, não se sabe o que aconteceu depois. Provavelmente, o cachorro voltou a perambular pelas ruas, tentando sobreviver. Gestos como o do grupo de resgate merecem aplausos, mas os animais precisam ser recolhidos, encontrar um lar e viver com dignidade, como merece “o melhor amigo do homem”.