Meu cachorro foi envenenado. O que fazer?

Saiba o que fazer quando um cachorro é envenenado ou intoxicado.

Muitas pessoas não gostam de animais e simplesmente exterminar todos os cães da vizinhança. Os motivos são os mais variados: excesso de latidos, sujeira na calçada (e, neste caso, os donos também são culpados) e tentativas de ataque. Em outros caos, os cachorros podem ser vítimas de produtos utilizados para exterminar pragas. Confira os sintomas de que o seu cachorro foi envenenado e o que fazer para neutralizar as toxinas.

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A maioria dos venenos (praticamente todos) interfere no funcionamento do sistema nervoso central (SNC), conduzindo aos sintomas secundários. A intensidade dos sinais é diretamente proporcional à quantidade de drogas que foi ingerida. Gatos reagem de forma menos exacerbada do que os cachorros exatamente porque ingerem porções menores de alimento.

Um cachorro não é envenenado exclusivamente pela ingestão deliberada de produtos tóxicos. A queda de uma lata aberta de um produto químico (como thinner e ácido muriático, utilizado para limpeza de pisos frios) sobre o animal provoca uma reação instintiva: lamber a pelagem e as patas. É dever dos proprietários de animais manterem estes recipientes fechados e guardados em local apropriado.

Os sintomas de envenenamento

Quando um cachorro é envenenado, ele inicialmente demonstra apatia e desinteresse por seus brinquedos. Como eles são animais naturalmente curiosos, é preciso dar atenção a este sinal. Em seguida, surge o excesso de sudorese e de salivação, mesmo para cães naturalmente “babões”, como o sheepdog e o são bernardo.

Podem ocorrer tremores musculares mais ou menos fortes. São movimentos quase sempre involuntários e rítmicos, que atingem inicialmente os membros posteriores. O cachorro recusa alimento e água e pode apresentar traços de sangue na urina (sinal de hemorragia interna), incontinência urinária, falta de ar, cólicas e diarreia. A apatia pode evoluir para um quadro de alteração do nível da consciência.

O que fazer se o cachorro for envenenado?

Esta regra vale para qualquer tipo de envenenamento. Não são apenas produtos específicos, como os chumbinhos para matar ratos, proibidos no Brasil mas largamente comercializados em diversas lojas, que representam riscos para os cachorros.

A ingestão acidental de alguns produtos pode provocar inclusive a morte. Algumas substâncias letais para os cachorros são medicamentos de uso humano (AAS e diclofenaco sódico e potássico são bastante perigosos), drogas ilícitas, como a maconha, ou mesmo plantas tóxicas comuns nos jardins; mais se 700 espécies podem prejudicar a saúde a saúde e bem-estar do pet. Por exemplo, açucena, babosa (Aloe vera), copo-de-leite, lírios brancos e amarelos, azaleias, comigo-ninguém-pode, cinamomo, estrelízia, dedaleira, mamona e mostarda.

A lista de substâncias tóxicas para o seu cachorro, no entanto, é ampliada com produtos aparentemente inofensivos: bebidas alcoólicas, chocolates, uvas passas, cola branca e de contato, líquidos anticongelantes, limpadores de metais, fertilizantes. Água sanitária e até mesmo cebolas.

Monóxido de carbono, um inimigo silencioso

O monóxido de carbono (CO) é incolor, inodoro, levemente inflamável e muito perigoso. O gás é produzido pela combustão incompleta (na presença de poucas quantidades de oxigênio) ou pela queima em altas temperaturas de carvão. É tão tóxico que foi empregado no Holocausto dos judeus em campos de concentração, durante a Segunda Guerra Mundial.

O CO está presente em todos os tipos de incêndios e também é emitido pelo escapamento de veículos automotores. Sua toxicidade ocorre porque ele forma, com a hemoglobina do sangue (proteína que contém ferro e que permite a condução do oxigênio pelo sistema circulatório), um composto mais estável do que o oxigênio e a própria hemoglobina, levando à asfixia.

Concentrações de monóxido de carbono abaixo de 400 ppm (partes por milhão) provocam fortes dores de cabeça em humanos adultos. Acima deste número, pode levar à morte em poucos minutos. Os sinais de inalação deste gás são: depressão, falta de coordenação, dificuldade para respirar, aceleração das pulsações cardíacas e palidez das gengivas.

Se o cão estiver consciente, leve-o imediatamente para um ambiente aberto, para que ele possa tomar ar fresco. Lave os olhos do animal com soro fisiológico ou água limpa. Em caso de inconsciência, deite o cachorro de lado (em ambiente também aberto) e faça respiração artificial, soprando em suas narinas a cada três segundos.

Providências imediatas

Se o veneno não for uma substância cáustica ou um derivado de petróleo, é possível induzir o vômito para eliminar traços de toxinas do estômago e intestinos. Uma colher (de sopa) de água oxigenada (3%) para cada dez quilos de peso (ou a mesma quantia de água morna e salgada) permite ao cachorro expelir a substância. A operação deve ser repetida a cada dez minutos, mas, se ao fim de 30 minutos não forem obtidos os resultados esperados, o auxílio veterinário se torna urgente.

A lista de produtos cáusticos inclui ácido de bateria automotiva, detergentes de cozinha, desinfetantes, desentupidores de ralos, removedores de calosidades, limpadores de forno e removedores de gordura. Entre os derivados de petróleo, os mais comuns no ambiente doméstico são os removedores de tinta, ceras para pisos frios e de madeira, soluções de limpeza a seco e querosene.

O socorro especializado também é necessário se o cachorro estiver convulsionando ou entrar em estado de coma (um estado de inconsciência em que o animal não pode ser despertado). Reúna a planta suspeita ou a embalagem do produto tóxico e corra para o hospital.

Para a recuperação do cachorro, alguns procedimentos para recuperação e alívio dos sintomas são necessários. Além disto, o animal pode demandar suporte veterinário, que aplicará técnicas de lavagem gástrica, uso de carvão ativado (que ajuda a eliminar as toxinas presentes no trato digestório) e aplicação de antídotos, além de soro para reidratar o animal.

Dependendo da substância ingerida, um cachorro envenenado pode sofrer sequelas temporárias ou permanentes: tiques nervosos, dificuldade para caminhar e até mesmo convulsões esporádicas são verificadas em muitos acidentes.

No Brasil, são realizados cerca de mil atendimentos em seres humanos, para combater intoxicações e envenenamentos acidentais ou provocados. É preciso tomar bastante cuidado na aplicação de inseticidas e na escolha das mudas para plantio em vasos e canteiros (um risco também para crianças).

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