Americana dedica a vida a ajudar cães com necessidades especiais. Ela já adotou oito cachorros, sendo 6 especiais.
Encontrar lares adotivos para cães abandonados é sempre uma tarefa difícil, que se complica ainda mais quando se trata de animais idosos, doentes ou portadores de necessidades especiais. Uma mulher de Massachusetts, no entanto, está fazendo a diferença: ela já adotou vários cachorros portadores de deficiências.
Desde que perdeu Hayden, um fiel pastor alemão, a americana Tracey Fowler, residente em Mendon (uma vila com pouco mais de cinco mil habitantes), formou o que ela chama de “gangue Fowler”: um grupo de oito cachorros que vive a vida ao máximo. Recentemente, Tracey adotou cãezinhos com necessidades especiais.
A gangue Fowler
A vida de Tracey mudou depois de perder uma longa batalha: o pastor alemão Hayden foi diagnosticado com mielopatia degenerativa, uma doença progressiva e fatal que atinge principalmente cães adultos, a partir dos seis anos de idade.
Trata-se de uma doença que afeta o sistema nervoso central e periférico, prejudicando as conexões neurais ao longo de toda a medula espinal. A mielopatia degenerativa afeta especialmente os animais de raça grande e gigante.
Provavelmente, há um forte componente genético, mas o estresse tóxico e oxidativo (formas de estresse elevadas e contínuas) também parece estar associado ao problema.
Hayden lutou bravamente contra a mielopatia degenerativa. De acordo com Tracey, mesmo com as limitações e dores, o pastor alemão continuou sendo um cachorro fofo e brincalhão. No final da vida, o peludo precisou de uma cadeira de rodas para se movimentar.
De uma forma irônica, Tracey disse à reportagem local que “sentiu falta do barulho do rolar da cadeira de rodas” e decidiu honrar a vida e a resistência de Hayden adotando animais com dificuldades semelhantes.
Atualmente, a gangue Fowler é composta por oito cachorros. Seis deles são portadores de necessidades especiais – inclusive os cãezinhos recentemente adotados. Os outros dois são pastores alemães que já viviam com a tutora antes de surgir a oportunidade de receber os animais com deficiência.
Os cachorros de Stacey se divertem com a tutora e também entre eles mesmos. Eles adoram as brincadeiras de inverno, que é bastante rigoroso em Massachusetts (nos meses de outono, a temperatura máxima cai de 22°C para 11°C), com muitas e intensas tempestades de neve.
Quando a neve se acumula em volta da casa dos Fowler, Stacey troca as cadeiras de rodas dos cachorros por esquis. Eles continuam disputando os jogos e brincando como estão acostumados, mas conseguem deslizar com mais facilidade.
Ao site The Bored Panda, Stacey admitiu que a adoção de cachorros com necessidades especiais pode não ser a melhor opção para todos os candidatos a tutores. Não é tão difícil, mas, de acordo com as declarações da jovem:
“Se você sente nojo de xixi e cocô, talvez adotar um animal nestas condições não seja o ideal para você. Se você está bem com isso, não é muito diferente do que se eles estivessem caminhando livremente”.
Com relação à gangue Fowler, Stacey pretende continuar se divertindo com os cães, rolando e esquiando, e postando as aventuras da turma nas redes sociais. “Se pudermos mostrar a um tutor que há outra opção além de dizer adeus [ao cachorro doente], esse é o nosso objetivo”, resume a criadora.
A moral da história
Hayden foi um cão que, nos últimos anos da vida, exigiu cuidados especiais em função de uma doença degenerativa. Até receber o diagnóstico, Tracey era apenas uma tutora de três pastores alemães saudáveis e bonitos, sem grandes preocupações com a saúde dos pets.
Mas nem todos os cães são saudáveis – alguns, como os que Tracey adotou mais recentemente, já nascem com anomalias físicas. E todos eles merecem ter uma vida plena, com segurança, cuidados, brincadeiras e muito amor.
Tracey quis homenagear o cachorro antigo, que proporcionou tantas alegrias a ela, adotando animais com necessidades especiais. Ela precisou fazer algumas adaptações na casa e os peludos dão um pouco mais de trabalho, mas são tão companheiros, fiéis e brincalhões como qualquer outro animal de estimação.
A tutora fez questão de garantir a mobilidade ao pastor alemão até o fim da vida: mesmo com todas as limitações, Hayden continuava brincando poucas horas antes da morte. Agora, Tracey quer celebrar o amor que sentiu pelo cachorro, dando uma oportunidade para aqueles que não são perfeitos, mas são igualmente cativantes.