Após tempos difíceis, este pit bull foi resgatado, mas ficou indeciso em deixar a caixa na qual se abrigou.
Em tempos difíceis, é fácil se agarrar a qualquer coisa. Para este pit bull abandonado, deixar para trás o caixote que representou uma tábua de salvação foi uma decisão difícil. Quando foi finalmente resgatado, ele não queria se afastar da caixa de papelão, um verdadeiro porto seguro.
O pit bull foi encontrado por voluntários do Lifeline Animal Project, uma organização sem fins lucrativos que tem como principal objetivo impedir a eutanásia de cães e gatos recolhidos das ruas de Atlanta, na Geórgia (sul dos EUA).
O Lifeline possui dois canis, em Dekalb e Fulton (dois condados da Geórgia), e supervisiona as atividades de vários outros no Estado. O objetivo é proporcionar condições para abrigar cães e gatos abandonados, promover ações de conscientização e encontrar o maior número possível de lares adotivos.
O resgate do pitbull
O cachorro faminto estava escondido entre caixotes de frutas, em um entreposto comercial de Atlanta. Alguns funcionários do local identificaram a presença do animal e entraram em contato com o serviço de controle de animais.
A principal preocupação é que a raça é considerada violenta e, por isso, os funcionários temiam um eventual ataque do pitbull abandonado. Mas o peludo mostrou ser “de paz”: ele queria apenas um lugar para se abrigar e proteger.
Os socorristas do Lifeline dirigiram-se ao local e encontraram o animal com facilidade. O cachorro, porém, não parecia disposto a se afastar do esconderijo que havia conquistado. Ele estava triste e com medo, mas não queria deixar o caixote para trás.
Depois de um “período de negociações”, os resgatistas conseguiram convencer um pitbull para deixar o pequeno espaço no depósito em que havia se abrigado, para seguir até um canil, onde teria mais conforto e segurança.
O cachorro recebeu o nome de Plum, em referência ao caixote de papelão que tinha se transformado, para ele, em um lugar seguro, tranquilo e escondido do movimento. Em inglês, “Plum” significa “ameixa”: o peludo havia se refugiado em uma caixa dessas frutas.
Apego a objetos
Os cachorros, em maioria, não apresentam tendência a se apegar a objetos: eles preferem ter como referência as pessoas com quem convivem – humanos, cachorros, gatos, etc. Plum apegou-se ao caixote de papelão porque, aparentemente, era a única coisa que lhe restava, que representava alguma segurança.
Para os cães, os objetos quase sempre têm apenas “valor de uso”. Eles podem se apegar a uma peça de roupa do tutor, quando passa muito tempo sozinho, ou se tornar possessivos, quando são isolados e não interagem – por exemplo, quando são mantidos presos no fundo do quintal.
Com mais frequência, os cachorros se apropriam de um objeto apenas para chamar atenção. Com exceção dos filhotes, que precisam aliviar o desconforto dos dentes despontando e, por isso, roem qualquer coisa que esteja por perto, os animais adultos podem pegar um sapato ou uma almofada para atrair o tutor: para eles, uma bronca é sempre melhor do que o isolamento e a solidão.
A adoção
Depois que foi resgatado, o pitbull demonstrou ser um cachorro ajustado, companheiro e muito divertido. Ele fez amizades com os voluntários do abrigo e também com muitos outros cães. Em pouco tempo, o cachorro ocupou um lugar de destaque, atraindo a atenção de alguns candidatos à adoção.
Plum foi adotado menos de um mês depois de ter sido recolhido ao abrigo do Lifeline. Jovem e saudável, ele não tinha problemas que o impedissem de conquistar uma família responsável e amorosa. A tutora, identificada como Meloni nas redes sociais, diz que o pitbull é um animal “bobo e doce”.
O pitbull tem a sua própria página no Instagram: @plumpelstiltskin_. Trata-se de uma brincadeira com Rumpelstiltskin, um vilão dos contos dos irmãos Grimm. Ele é um duende que transforma palha em ouro, mas exige algumas recompensas bastante difíceis.
Plum vive agora em Westview, no litoral da Flórida, com a tutora e um irmão de quatro patas, de quem se tornou amigo quase imediatamente. É incrível ver as diferenças do cachorro, comparando as fotos do momento em que ele foi resgatado e as atuais, em que o pitbull mostra toda a beleza e alegria.
Contrariando a crença de que os cães da raça são agressivos e antissociais, este pitbull convive muito bem inclusive com o gato da família. Os três animais fazem tudo juntos e Plum nem se lembra mais dos tempos em que teve de se refugiar em um caixote de papelão.