Cachorro comendo rápido demais: o que fazer?

Cachorros são vorazes, mas comer rápido demais pode trazer problemas. Confira o que fazer.

Cachorro comendo rápido demais, o que fazer? Os nossos melhores amigos são naturalmente vorazes. Predadores no topo de cadeia alimentar, eles desferem ataques certeiros em mais de metade das tentativas. Mas em casa, longe da floresta, os cachorros que comem rápido demais podem ter problemas e é preciso corrigir o hábito.

Na natureza, comer rápido demais pode ser uma vantagem evolutiva. Os lobos, ancestrais dos cachorros, dividem a caça, mas os membros dominantes se alimentam primeiro e, quanto mais velozes eles forem, mais facilmente terão as necessidades nutricionais atendidas.

Apesar de exibirem algumas preferências gastronômicas, os cachorros estão longe de “desfrutar o prazer das refeições”. Para eles, a comida é basicamente um meio de subsistência: a companhia, os aromas e os sabores servem apenas para identificar as presas.

Cachorro comendo rápido demais: o que fazer?

Os problemas em comer rápido demais

Os cachorros que comem rápido demais podem ter vários transtornos no sistema digestório, que vão desde sintomas leves, como indigestão, até emergências médicas, como uma torção gástrica, mais comum entre os animais de grande porte, como:

A torção gástrica apresenta alguns componentes genéticos, razão por que é mais comum entre algumas raças caninas. Mas a voracidade aumenta exponencialmente os riscos. Os sintomas mais frequentes são flatulência, hipersalivação, respiração ofegante, aumento repentino do volume abdominal e tentativas frustradas de vômito.

O transtorno pode inclusive levar à morte. A torção gástrica prejudica a circulação sanguínea no estômago e impede a eliminação de gases formados na digestão (que podem intoxicar o animal acometido).

Os motivos (e os problemas) para o cachorro comer rápido demais

São diversos os problemas trazidos pela voracidade excessiva. Ao pular sobre o prato e devorar tudo em velocidade máxima pode causar engasgos, aspirações e até mesmo acidentes, no caso de cachorros que correm para o comedouro assim que sentem o cheiro da comida.

Cachorro comendo rápido demais: o que fazer?

Quase todos os tutores já fizeram algum tipo de comentário engraçado sobre a voracidade dos cachorros. É realmente divertido observar a vontade com que eles se atiram sobre a tigela quando a ração é servida, mas comer rápido demais também prejudica a digestão e absorção dos nutrientes; por isso, é preciso corrigir o mau hábito.

Por que os cachorros comem tão rápido?

Em uma interpretação apressada, poderíamos pensar que eles correm para o prato e devoram a comida em poucos segundos porque estão com muita fome, mas eles repetem o gesto se mais alguma guloseima for oferecida.

O motivo principal da “pressa” é a voracidade, uma herança ancestral – na mata, não é possível permitir que a presa escape ou que “algum aventureiro lance mão”. Comer bem rápido faz a diferença entre ficar saciado e passar fome.

Existem outros fatores. Os mais comuns são a ansiedade, a presença de outros pets no mesmo ambiente e a própria força do hábito: os cachorros se acostumam a devorar o alimento e continuam fazendo isso, mesmo sem nenhum motivo específico.

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Quais são os problemas em comer rápido demais?

Comer rápido demais já deve ser desestimulado porque o cachorro pode disparar em direção ao local do comedouro, escorregar e sofrer uma queda, com todas as consequências advindas dos traumas.

Ao comer com avidez, os cachorros também ingerem grandes quantidades de ar, que acaba se acumulando no estômago e aumentando o volume dos gases produzidos pela digestão, que são combinados com o ar atmosférico.

O cheiro desagradável – os puns do cachorro – não são a consequência principal. Os gases lentamente serão expulsos, passando por toda a extensão do intestino. Mas eles acabam ocupando o espaço destinado ao quimo (o mix de alimentos misturado com o suco gástrico).

Cachorro comendo rápido demais: o que fazer?

Isto reduz a capacidade de absorção dos nutrientes e até mesmo da água. Além disso, os gases, circulando nos órgãos abdominais, provocam dores e desconfortos.

Muitos cachorros, tentando evitar os incômodos, passam a recusar os alimentos – eles associam a dor à comida, e não à rapidez com que ela é devorada. O problema pode gerar perda de peso, desnutrição, subnutrição, etc.

Também podem ocorrer aspirações do alimento pelo sistema respiratório. O cachorro se engasga e um pouco da comida passa da faringe para a laringe. Além dos engasgos e do mal-estar, os restos de alimentos prejudicam a capacidade respiratória e facilitam a instalação de infecções e inflamações na laringe, traqueia, brônquios, etc.

Como mudar o hábito do cachorro comer rápido

Como já foi visto, cachorro comer rápido demais sempre traz consequências desastrosas para os glutões, que vão de uma indisposição leve até a morte. Portanto, os tutores precisam corrigir o mau hábito.

Escolha comedouros divertidos – além das tigelas comuns, é possível servir o alimento para o cachorro em comedouros educativos. Em alguns modelos, o peludo precisa acionar um pedal para que uma porção de ração seja liberada. Em outros, é necessário descobrir uma forma de abrir uma bolinha, para ter acesso à comida.

Evidentemente, estas tarefas estimulam o desenvolvimento cognitivo dos cachorros, mas, no caso de peludos que comem rápido demais, elas também refreiam a voracidade. O cachorro precisa comer aos poucos, mas a atividade é divertida e, com o tempo, ele acaba adquirindo novos hábitos, mesmo quando o alimento é oferecido em um prato aberto.

Crie uma rotina saudável – os cachorros podem saltar sobre a ração simplesmente porque estão ansiosos com outras questões. Eles podem estar competindo com outros animais da casa (e também com crianças pequenas), podem estar passando muito tempo à toa, sem nada útil para fazer, isolados, etc.

Os tutores naturalmente precisam sair de casa e não podem ficar com os cachorros o tempo todo. Mas, se houver uma rotina, eles terão menos motivos para ficarem ansiosos. Quando estiverem sozinhos, eles precisam se alguma coisa para se divertir, se entreter, vigiar (basta uma pequena abertura na janela), lembrar-se dos tutores (uma peça de roupa evoca a memória da família).

A rotina é bem-vinda para os cachorros. Eles gostam de previsibilidade, porque é um sinal de que está tudo certo. As refeições devem fazer parte deste cotidiano, com horários e locais preestabelecidos. A estratégia também é útil para os cachorros que recusam alimento, justamente porque associam a oferta da tigela com a ausência dos tutores.

Rotina e ansiedade – unindo estes dois quesitos, os tutores devem providenciar um local adequado para refeições e acostumar os cachorros a só se alimentarem naquele canto, que pode ficar na cozinha, no quintal, na sala, etc.

O “refeitório” dos cães não tem muitas exigências. Basta que fique longe do banheiro e relativamente longe também da cama (o local de dormir), para que os peludos passem a identificar espaços diferentes, com finalidades diversas.

Naturalmente, é preciso que seja higienizado e não pode ficar no meio do caminho, especialmente no caso de cães que se sentem ameaçados quando alguém se aproxima da tigela durante uma refeição.

Fracione as porções – cada cachorro possui uma necessidade específica de alimentos diários. Quando eles comem rápido demais, dividir a porção em três ou quatro refeições separadas simplesmente impede que eles “vão com muita sede ao pote”.

Isto vale para qualquer cachorro. No caso de animais pequenos se mostrarem vorazes (o pequinês e o pinscher miniatura são muito rápidos na hora das refeições). Apesar de comerem pouco, o ideal é dividir a ração em porções de dez ou quinze gramas, para evitar acidentes.

Os tutores não devem estimular a voracidade, com brincadeiras do tipo mostra-esconde, que fortalecem a avidez dos cachorros. Se eles são muito gulosos, as brincadeiras não devem envolver nada comestível.

Fracionar as porções de alimento é a maneira mais simples e fácil de evitar que os cachorros comam rápido demais. É preciso igualmente estar atento a não oferecer muitos petiscos “fora de hora”, entre as refeições, para que eles não associem o “comer rápido” com o “ganhar mais guloseimas”.

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