Os cachorros são sempre adoráveis, desde que sejam equilibrados e estejam saudáveis. Quem convive com um destes pets muitas vezes se pergunta por que não adotar mais um, aumentar a família. O primeiro ponto favorável é que, por mais que amemos os nossos cães, não podemos dedicar todo o nosso tempo com eles.
É necessário trabalhar, estudar, namorar, etc. Ter um segundo pet pode auxiliar a amenizar a sensação de solidão quando não estamos disponíveis para as cachorrices e cachorradas de nossos melhores amigos. Por outro lado, nem todo cão aceita a companhia de outro, especialmente se não tiver sido sociabilizado com outros animais desde filhote, nas vizinhanças e passeios.
De qualquer modo, o motivo para ter um novo cachorro não pode ser apenas a falta de tempo dos donos para dedicar aos pets. É evidente que quem não tem tempo para um cão não conseguirá dar conta de dois ao mesmo tempo. Lembre-se: para os nossos pets, nós fazemos parte da matilha (mesmo sendo os líderes) e vivemos em um pequeno ou grande grupo.
Antes de se decidir por ter dois cachorros, é importante avaliar se a casa comporta dois pets. Cães de pequeno porte podem ser criados inclusive em apartamentos, mas é preciso verificar se há espaço suficiente para ambos.
Para ter dois cachorros, é aconselhável que os tutores morem em uma casa com jardim, para que eles possam brincar juntos sem riscos – e também para eles estabelecerem espaços para dormir, descansar, isolar-se por alguns momentos.
Outra questão importante é a disponibilidade dos tutores: os dois animais servirão de companhia um para o outro, mas é preciso lembrar as necessidades: passeios diários, brincadeiras, educação, visitas regulares ao veterinário, etc. Não se esqueça de que as despesas financeiras também aumentarão.
A decisão deve ser amadurecida. Toda a família tem de estar de acordo com a adoção – e todos os membros precisam saber plenamente as suas novas obrigações. A adoção não deve ser motivada “porque meu filho (filha, mulher, pai, etc.) quer” e também não deve acontecer por “contágio”: quando os vizinhos receberam um novo cachorro.
A bagunça aumenta?
Pode acontecer exatamente o contrário: por ter alguém disponível o dia todo para as brincadeiras, o cachorro mais antigo pode até se mostrar mais “comportado”, principalmente se a razão para a bagunça (que pode chegar à destruição do que estiver ao alcance) for o tédio.
Os cachorros são animais gregários. Eles gostam de viver em sociedade, da mesma forma que os seus ancestrais, os lobos. Ter dois cachorros vivendo juntos certamente acabará com o sentimento de “fui deixado sozinho”. Pets sem atividades diárias podem se tornar desmotivados e até mesmo apresentar sinais de ferocidade, podendo atacar pessoas estranhas.
Por outro lado, um cãozinho endiabrado pode “ensinar” o novo parceiro a fazer artes. Assim, antes de pensar em adotar um novo membro para a família, é preciso ensinar o parceiro antigo a obedecer e a conhecer os limites até onde ele pode ir.
Certamente, é preciso saber dosar os agrados e carinhos para os dois pets. Caso um dos dois cachorros perceba que está recebendo menos atenção (e carinhos) do que o novo parceiro, ele poderá encará-lo com um intruso, um ladrão do amor do pai ou mãe.
Seja como for, é preciso lembrar que a bagunça é uma característica básica de cães filhotes e adultos saudáveis. Eles brincam, correm, são atraídos por ruídos vindos do exterior e, eventualmente, podem quebrar alguma coisa ou sujar o ambiente em que ficam confinados. Eles não são bichinhos de pelúcia, são seres vivos!
Aliviando as brigas
Quando dois cachorros começam a partilhar o mesmo espaço, é natural que eles se envolvam em algumas brigas. A espécie é altamente hierarquizada e, por isto, eles podem competir para determinar “quem manda no pedaço”.
A posição de macho (ou fêmea) alfa não tem nada a ver com a raça, sexo ou porte. Na convivência de um dogue alemão e um yorkshire, por exemplo, o segundo pode assumir a chefia e ser respeitado pelo colega. Isto ficará evidenciado no momento da alimentação; quase sempre, um dos dois irá comer primeiro, demonstrando a sua liderança. O número 2 não ficará triste nem se sentirá diminuído.
No entanto, antes de adotar um segundo cachorro, alguns cuidados precisam ser adotados. Os primeiros contatos devem ser supervisionados e, caso este novo animal seja utilizado para guarda e segurança, ele deverá ser instruído sobre os locais em que pode ou não transitar e os momentos nos quais os dois ficarão juntos.
Os riscos de um macho brigar com uma fêmea são menores do que os verificados entre dois animais machos, especialmente se eles não tiverem sido castrados. No entanto, adotar dois cães da mesma ninhada, manter pai e filho juntos é um verdadeiro mito, um conceito bastante errado.
As brigas podem ser decorrentes da chamada agressividade possessiva. Convivendo com humanos, os cachorros podem revelar comportamento dócil, mas, ao se depararem com outro cão, eles podem se tornar agressivos para se manter no topo, para ficar na posição de chefia.
Se isto ocorrer, poderá ser necessário colocar os animais em ambientes diferentes. Se eles se considerarem “inimigos”, as disputas ocorrerão por qualquer motivo: comida, brinquedos, ossos, etc. Neste caso, não é conveniente que eles partilhem as mesmas brincadeiras.
O importante é que os dois cachorros saibam que eles estão abaixo dos tutores e dos demais membros humanos da família. Desta forma, eles ficarão equilibrados e as tendências hostis passarão a ser menos ostensivas.
Velhinhos e novinhos
Muitas vezes, um filhote faz o cão idoso voltar a se interessar por passeios e brincadeiras. Alguns velhinhos chegam a demonstrar melhor apetite quando um cãozinho curioso e estabanado chega para “sacodir a poeira”. Isto depende, contudo, do temperamento do pet mais velho.
Se o animal mais antigo for mais tranquilo e relaxado, ele poderá se ressentir com a alegria excessiva de um filhote. Outro ponto importante a ser observado é não dedicar toda a atenção ao novo membro da família. Ambos devem receber afeto e carinho na mesma medida, apesar de ser natural que os humanos se afeiçoem mais com um ou outro.
E então, conte para nós, quantos cães tem em casa ou quantos gostaria de ter?
Tenho três fêmeas de idades diferentes 10, 3 e 2 anos e tamanhos diferentes 7 kg, 17 kg e a outra 30kg ,todas são castradas , dormem dentro de casa no sofá, não brigam, se amam e me dão as maiores alegrias da vida…