São vários modelos, de materiais e funções diferentes. Confira como escolher a coleira dos cachorros.
Coleiras e guias são equipamentos essenciais para os cachorros. Afinal, elas são fundamentais para uma das melhores atividades do dia: o passeio com o tutor. Definir o modelo, no entanto, não é apenas uma questão de moda. Veja como escolher a melhor coleira.
Os passeios diários são imprescindíveis. Além de exercitar o corpo e a mente, melhorando o condicionamento físico e ampliando as habilidades cognitivas, as caminhadas são momentos especiais entre tutores e cachorros, que fortalecem os vínculos e tornam o relacionamento muito mais prazeroso e significativo.
Escolher uma coleira inadequada, contudo, pode representar muitos prejuízos. Os equipamentos inadequados podem comprometer a segurança dos cachorros, machucá-los e até mesmo comprometer as atividades de adestramento durante os passeios.
Por outro lado, não existe uma coleira de cachorro perfeita. O ideal seria que eles pudessem caminhar e escolher os destinos livremente, sem necessidade de proteção e guia. No dia a dia, porém, não é isso que acontece.
Os tutores têm o dever de proteger os peludos. Nas ruas, isto significa evitar acidentes que prejudiquem a integridade dos cachorros e das pessoas e outros animais que estão circulando, melhorar a obediência e fortalecer o relacionamento. Tudo isso é facilitado com a escolha certa dos produtos.
Os modelos de coleira para cachorro
Os principais tipos de coleiras disponíveis no mercado são os colares tradicionais, os de obediência, os peitorais e os cabrestos (também conhecidos como gentle leader). Os preços variam de acordo com o material com que são confeccionados.
01. O colar tradicional
É a opção mais barata e popular, a mais comumente adotada pelos tutores. Trata-se de uma tira semelhante a um cinto, que envolve o pescoço do cachorro e ajusta-se a ele através de presilhas.
Este tipo de coleira pode ser confeccionado em tecido, couro ou plástico – o material pode ser natural ou sintético. Ele está disponível em diferentes cores e estampas, adequando-se ao gosto dos tutores.
No momento da escolha, os tutores devem verificar o comprimento da tira, que não pode sobrar demais, nem apertar o pescoço dos cachorros. Alguns modelos são mais largos e ajustam-se melhor a cães de pescoço alongado: um animal atarracado ficaria desconfortável com elas.
Outro ponto a considerar é a presença de enfeites. Alguns colares tradicionais são dotados de espinhos, que transmitem aparência de ferocidade ao cachorro (eles são sempre apresentados em desenhos animados, para indicar um cão bravo).
O problema é que os espinhos podem causar acidentes e são totalmente desnecessários. Em alguns modelos, as pontas são feitas de borracha e não oferecem nenhum tipo de risco, mas, mesmo assim, podem ser desconfortáveis.
Estes modelos são muito bem-vindos para cães obedientes, que não têm o costume de puxar, nem alteram o ritmo a cada novidade que aparece na caminhada. O colar tradicional é muito seguro para os cachorros que não são agressivos (não avançam com outros cachorros e pessoas), nem têm problemas de obediência.
O colar tradicional, portanto, não é indicado para os filhotes, que ainda não estão acostumados a passear e deparar-se com todo tipo de novidades (algumas amedrontadoras, como caminhões e ônibus). Se eles tentarem acelerar o passo, esse tipo de coleira pode causar danos leves.
Os cachorros mais independentes e teimosos também não costumam se adaptar bem a este modelo de coleira. Especialmente entre os que querem ditar o ritmo da caminhada, os puxões podem ser bastante incômodos. Mesmo as interrupções imprevisíveis na marcha podem ser desconfortáveis.
02. Colar de obediência
O modelo une a coleira e a guia (ou trela). É apenas um cabo mais ou menos longo, com um laço em uma das pontas, normalmente sem presilhas de ajuste. Ele é ideal para os cachorros em crescimento, porque pode ser usado por mais tempo.
Por outro lado, os acidentes são mais comuns com este tipo de coleira. O cabo é tensionado nos puxões e pressiona o pescoço sempre que o cachorro tenta correr, andar em ritmo acelerado, investigar subitamente algum objeto ou pessoa a alguns passos de distância.
Este tipo também é chamado de enforcador comum – na verdade, ele tem a aparência de uma forca (sem o nó). Muitos veterinários e adestradores contraindicam o uso, que pode levar a acidentes mesmo em situações cotidianas, quando o cachorro se sente atraído por alguma coisa e quer investigar, ou mesmo quando se assusta.
Alguns especialistas, no entanto, afirmam que o colar de obediência é muito eficaz para o treinamento dos cães mais teimosos, especialmente os de grande ou médio porte (os pequenos não precisam desse tipo de estratégia).
Ao tentar avançar onde não devem, eles sentem imediatamente o desconforto e, em poucas tentativas, deixam de tentar conduzir a marcha, avançar sobre os transeuntes, tentar escapar do tutor, etc.
Os tutores que optam por estes modelos devem evitar as coleiras com engastes laterais. Eles parecem ser apenas detalhes decorativos, mas costumam repuxar a pele do pescoço. A ideia é forçar o animal a obedecer, mas, se o tutor aplicar muita força, pode causar danos mais sérios à saúde do peludo. As coleiras dentadas desse tipo não devem ser usadas sob nenhuma hipótese.
Os modelos são baratos e estão disponíveis em várias estampas e cores, atraindo a atenção dos tutores. Antes de adquirir um colar de obediência, no entanto, é preciso ouvir a orientação de um veterinário, de acordo com as condições gerais de saúde dos cachorros.
Os cães de pequeno porte não devem usar esse tipo de coleira, uma vez que são frágeis e podem ter problemas (como um colapso traqueal, por exemplo). No caso de animais braquicefálicos (de focinho achatado), o colar de obediência é totalmente contraindicado.
03. O peitoral
Mais usado em animais de pequeno e médio porte, as coleiras do tipo peitoral apresentam prós e contras. Por um lado, elas preservam totalmente a integridade dos músculos e ossos do pescoço; por outro, podem causar pressão e desconforto, especialmente entre os cães de peito mais profundo.
O peitoral se ajusta ao pescoço, estende-se até o dorso e é preso sob a linha inferior, atrás dos braços dos cachorros. Quando os peludos estão começando a se acostumar à coleira, o modelo pode ser deixado por várias horas.
O estímulo às caminhadas diárias ocorre quando o tutor pega a guia, mostrando-a para o cachorro. Assim, ele fica sabendo que chegou a hora do passeio. Depois de acostumado, o conjunto (guia e coleira) pode ser retirado quando o cachorro está em casa.
Alguns modelos apresentam cintas acolchoadas, que reduzem os impactos. Eles são úteis especialmente para os animais idosos, mas também para os convalescentes, que ficam mais confortáveis, desde que não tenham problemas na condução das caminhadas: não puxam, não avançam nos transeuntes, etc. Como regra geral, os animais mais velhos sabem “se comportar” nas caminhadas diárias.
04. O antipuxão
É uma adaptação do colar peitoral, também conhecida como easy walk. A diferença é que o gancho de encaixe da guia fica no peito do cachorro, e não nas costas. Toda vez que o peludo tenta puxar, ele é arrastado para o lado e acaba girando o corpo em 180° – ficando de frente para o tutor.
Esta “correção de rota” não provoca nenhum desconforto ao animal, mas ele pode ficar um pouco decepcionado quando percebe que a tática para ditar a velocidade do passeio não funcionou como esperava.
O antipuxão é indicado especialmente para os “persistentes”, aqueles cães que estão sempre tentando convencer os tutores a caminharem no ritmo canino: a cada tentativa, a coleira os faz girar para trás. Depois de algumas tentativas, mesmo os teimosos percebem que é inútil insistir.
05. O cabresto
Este modelo quase é sempre confundido com uma focinheira, porque tem uma tira que passa sobre o focinho, abaixo da linha dos olhos. Bem ajustada, ela não incomoda nem estressa os cachorros, mas reduz a mobilidade da cabeça.
O cabresto é usado principalmente para educar os cachorros que tentam puxar os tutores durante os passeios – e o fazem diversas vezes, tentando afirmar “quem manda no pedaço”. Alguns animais resistem um pouco, mas o uso pode ser aceito com reforços positivos.
O cabresto precisa ficar muito bem ajustado sobre o focinho: se ficar folgado, o cachorro quase nem perceberá que está usando o acessório. Ela é recomendada para cães grandes, mas não para os braquicefálicos. O boxer e o dogue de Bordéus não devem usá-la.
A escolha das guias
O tutor deve escolher guias proporcionais à altura dos cães, que deve ser medida na cernelha, o ponto onde a corrente é conectada à coleira. Elas não devem ser muito longas, para evitar que o cachorro tenha muita liberdade de movimentos, mas também não podem deixar o animal pendurado ou sempre ao lado do condutor.
Algumas guias são elásticas e ajustáveis. Elas permitem que os cachorros se afastem moderadamente dos tutores durante as caminhadas. Elas são ideais para passeios em parques e praças, mas a liberdade de movimento não pode permitir que o peludo, por exemplo, intercepte o trajeto das pessoas (e outros cães) que caminham em sentido contrário.
As guias ajustáveis são indicadas para os cachorros obedientes, que sabem não parar, nem correr, nem se afastar demais dos seus humanos. Não são recomendadas, portanto, para os peludos em fase de aprendizado ou ajustes.
Os cães de porte muito grande e comportamento agressivo precisam ser conduzidos, em ambientes públicos, com guia curta. É basicamente uma alça presa ao colar tradicional ou ao peitoral, que permite ao tutor controlar melhor os movimentos.
Em algumas cidades brasileiras, o uso da guia curta é obrigatório para algumas raças caninas consideradas violentas, independentemente do temperamento do cachorro. É o caso do rottweiler, do mastim napolitano e do pitbull.