Câncer em cães: 12 sinais de alerta para os tutores

O câncer em cães pode ser fatal. Os tutores precisam ficar atentos a estes sinais da doença.

Câncer é o nome comum a mais de cem doenças que podem afetar os cães. Assim como ocorre entre os humanos, elas têm início a partir da multiplicação desordenada das células em determinado órgão ou tecido. Os sintomas iniciais de câncer em cães são difusos, mas acendem o sinal de alerta para os tutores.

Alguns tipos se desenvolvem de forma silenciosa, manifestando-se apenas em estágios avançados. Os cães não conseguem falar sobre incômodos e desconfortos, o que aumenta a necessidade de check-ups regulares com o veterinário.

Câncer em cães: 12 sinais de alerta para os tutores

Sinais de alerta de câncer em cachorros

Os tutores precisam ficar atentos ao bem-estar dos cães, para garantir o conforto e prolongar a expectativa de vida. Os sintomas apresentados a seguir nem sempre são evidências de câncer, mas indicam a necessidade de uma investigação detalhada: eles acendem sinais de alerta para os tutores.

1) Cansaço extremo

Todos os cães, em qualquer idade, sempre se mostram bem dispostos. Mesmo os mais independentes, mal-humorados e teimosos gostam de interagir com os tutores, pelo menos em alguns momentos especiais do dia.

O cansaço extremo e constante, a apatia e o desinteresse sempre indicam que algo está errado com o peludo. Quando ele não consegue brincar e fazer as atividades de rotina, é preciso investigar com cuidado.

Quando os órgãos abdominais são afetados pelo desenvolvimento de tumores, os cães podem recusar as brincadeiras, mesmo que não demonstrem estar sentindo dor ou desconforto. Quando o problema surge nas vias respiratórias, podem ser verificadas quedas bruscas na resistência.

2) Tosse

Este sintoma é comum em várias doenças, mas não deve ser negligenciado. Mesmo gripes e resfriados acarretam tosse, mas, quando ela se torna constante, alguma coisa não está bem, provavelmente envolvendo a laringe, a traqueia e os pulmões.

A tosse crônica também pode indicar insuficiência cardíaca. O chamado espirro reverso, que é acompanhado por engasgos e sons que lembram roncos, também acende o alerta amarelo para os tutores.

O problema, quando não é passageiro, indica algum tipo de irritação nas narinas ou na laringe. A tosse é relativamente comum entre os cães de pequeno porte, especialmente os braquicefálicos (de focinho achatado), como os pugs e buldogues.

3) Perda de peso

O emagrecimento súbito é um dos principais sintomas de câncer em cachorros observados em clínicas e consultórios veterinários. Ele quase sempre é devido a disfunções que comprometem o funcionamento adequado do estômago e do intestino, impedindo o aproveitamento dos nutrientes fornecidos pela alimentação.

Quando os tumores surgem em órgãos ocos, geralmente eles levam muito tempo para se desenvolver a ponto de gerar distúrbios. Um câncer gástrico pode ocupar boa parte do estômago antes de surgirem os primeiros sinais de desconforto.

Mas, quando isso ocorre, o organismo se torna disfuncional. A perda de peso pode ser notada de maneira brusca, mas quando ela ocorre de forma gradual, mas constantemente, também é sinal de que o sistema digestório não está funcionando corretamente.

4) Ganho de peso

Por outro lado, o cachorro também pode parecer estar engordando, sem nenhum motivo. Não houve alterações na dieta alimentar, nem na intensidade e frequência das atividades físicas. Isto pode ocorrer, por exemplo, nos casos de retenção drástica de líquidos no intestino grosso, que pode ser causada por um tumor.

Câncer em cães: 12 sinais de alerta para os tutores

Alguns tipos de câncer em cães causam inflamações nos vasos linfáticos, que ficam intumescidos e parecem maiores. Um cachorro pode parecer ter ganhado peso apenas porque as articulações ficam inchadas. Quase sempre, ocorre também um aumento dos líquidos, especialmente na virilha, joelhos, cotovelos e jarretes.

O cachorro afetado por um câncer de estômago ou intestino também pode apresentar muita fome – é uma tentativa do organismo de obter os nutrientes necessários. Isto pode acarretar ganho súbito de peso, ao mesmo tempo em que o cachorro pode estar desnutrido.

5) Alterações na boca

A boca dos peludos também merece cuidados especiais e precisa ser inspecionada com regularidade pelos tutores. Um bom momento para isso é a escovação dos dentes, que deve ser feita pelo menos uma vez por semana.

Caso sejam observadas feridas, inchaços, mau cheiro, sangramento ou mudanças na cor das gengivas, os tutores precisam ficar atentos. São diversas as causas das alterações bucais: entre elas, o desenvolvimento de um câncer.

Quando estas mudanças ocorrem, o cachorro pode apresentar dificuldades para se alimentar e até mesmo para latir. A salivação excessiva é outro sinal de preocupação. Alguns cânceres bucais são devastadores, comprometendo a vida do peludo em poucos meses.

6) Sangramentos nasais

Naturalmente, nenhum sangramento pode ser considerado “normal”: há sempre algo errado por trás dele. Mesmo que a quantidade de sangue perdida seja pequena, a negligência pode levar o cachorro a quadros de anemia.

Os tutores devem observar se o cachorro não se machucou (um choque no focinho pode ser o responsável). Por mais vigilantes que sejam, os acidentes com cães são comuns: o sangramento pode ter sido causado por brigas, quedas, etc.

Os cachorros são muito curiosos, especialmente quando são filhotes e jovens. Por isso, não é difícil que, nas explorações, eles acabem aspirando objetos que ficam alojados nas narinas ou na laringe, provocando ferimentos internos.

Outros fatores que podem causar sangramentos nasais são hipertensão arterial, diabetes, doença renal crônica, cardiopatias e tumores, que podem ser malignos ou não. O câncer pode se desenvolver nas narinas e em qualquer região do aparelho respiratório (laringe, traqueia, brônquios e pulmões).

7) Mudanças na evacuação

Tanto as diarreias quanto as constipações merecem a atenção dos tutores. Elas podem ser causadas pela ingestão acidental de alguma coisa indevida, mas, quando se tornam muito frequentes, é preciso levar o cachorro ao veterinário.

As alterações na evacuação podem ser sintomas de diversos transtornos, que podem ser graves ou corriqueiros. Os tutores precisam verificar a frequência, presença de muco ou sangue, consistência e cheiro das fezes, dificuldade em fazer as necessidades, etc.

Os cânceres no sistema digestório dos cães quase sempre provocam mudanças nas fezes. A presença dos sintomas (prisão de ventre ou diarreia) por mais de 72 horas indica que a digestão do peludo não está ocorrendo de forma satisfatória e é preciso descobrir os motivos.

8) Secreções nos olhos e narinas

Uma secreção nasal leve pode indicar um simples resfriado. Caso ela não desapareça em alguns dias, é preciso consultar um médico, para identificar o problema e dar início ao tratamento o mais rápido possível.

Câncer em cães: 12 sinais de alerta para os tutores

O excesso de remela nos olhos também é um sinal importante. A secreção pode ser resultante de diversos problemas e, de qualquer maneira, é sempre necessário limpar o rosto dos cachorros frequentemente. A remela pode indicar, entre outras enfermidades, a instalação de uma conjuntivite, por exemplo.

Caso as secreções sejam constantes, isto pode também indicar a presença de um tumor. Os cânceres nos seios da face e nos olhos não são muito comuns entre os cachorros, mas apenas o veterinário pode eliminar a hipótese.

9) Convulsões

As convulsões em cães são resultantes de descargas elétricas do cérebro para os músculos, que comprometem o equilíbrio e a postura. As causas são diversas: traumas, intoxicações (inclusive pela ingestão de chocolate), hipoglicemia e epilepsia.

Os tumores cerebrais também podem ser responsáveis pelas convulsões, que precisam ser avaliadas por especialistas. Os tutores devem ficar atentos a sinais paralelos, como atividade frenética e incontrolável, mastigação compulsiva de objetos, espasmos nas pernas e espuma na boca.

Em caso de convulsões, os tutores devem procurar deitar o cachorro com o corpo alinhado, posicionar uma almofada sobre a mandíbula e esperar que os sinais cessem. Em seguida, é preciso correr para o consultório médico: este é sempre um problema grave.

10) Alterações na pele

Os cachorros devem ter a pelagem escovada com regularidade. Além de garantir a boa aparência, a escovação ajuda a eliminar pelos mortos e a identificar parasitas (como pulgas e piolhos), favorece a hidratação natural e é muito útil para verificar alterações na pele: qualquer mudança (manchas, engrossamento, etc.) deve ser avaliada por um profissional. Os cães são muito suscetíveis a alergias, mas o problema pode ser mais grave.

Os tutores devem inspecionar a pele à procura de caroços, inchaços, irritações e manchas. No dia a dia, na medida do possível, os cachorros (especialmente os de pelo curto e claro) não podem ser expostos ao Sol durante muito tempo. Existem protetores e bloqueadores solares específicos para cães.

O câncer de pele (especialmente o carcinoma espinocelular) é um dos mais comuns entre os cachorros brasileiros e pode afetar animais de qualquer idade. Algumas raças parecem ser mais suscetíveis, como os dálmatas, basset hounds e bull terriers. As lesões podem ser vistas principalmente em regiões despigmentadas e/ou com menor cobertura da pelagem.

11) Dores incapacitantes

Qualquer dor deve ser investigada. Nos casos de câncer, algumas dores são especialmente fortes, impedindo progressivamente os animais de desenvolverem as atividades do dia a dia. Eles se tornam apáticos, desmotivados e não é incomum soltarem gemidos e ganidos, mesmo enquanto dormem.

Os cachorros, por outro lado, são muito resistentes à dor – quando eles manifestam algum sinal, é porque o problema é grave. Muitos animais procuram levar a vida normalmente, tentando brincar e interagir com a família, mas os sinais de sofrimento se tornam cada vez mais evidentes.

Os tutores não precisam esperar este estágio para procurar ajuda. Sempre que os cachorros se recusam a participar das atividades favoritas, perdem o apetite, mancam ou apresentam qualquer alteração comportamental, é preciso levá-los ao médico.

12) Dificuldade na cicatrização

Tumores que se desenvolvem na pele, na corrente sanguínea e no sistema imunológico dos cães podem causar dificuldades na cicatrização. Pequenos ferimentos corriqueiros demoram para se fechar e não é comum que eles se abram normalmente – uma indicação é a presença de sangue nas roupas dos peludos.

Câncer em cães: 12 sinais de alerta para os tutores

Muitas dessas feridas, aliás, parecem surgir espontaneamente. Isto indica que a pele está mais frágil, provavelmente mais delgada, rompendo-se com facilidade. Os ferimentos que demoram para cicatrizar facilitam a instalação de infecções oportunistas, que podem ser identificadas com a presença de pus.

Em casos de câncer, as feridas são mais comuns em áreas menos cobertas pela pelagem, como a barriga, mucosas (boca e nariz), pavilhões auriculares e virilha. Elas podem indicar não apenas tumores na pele, mas também em órgãos internos.

As características gerais da doença

Os sintomas, parecidos com os percebidos nos humanos, nem sempre são evidentes: o corpo dos cães apenas emite sinais de que alguma coisa está errada. Os tutores não precisam se desesperar, mas também não devem ignorar alguns sinais, como feridas que não cicatrizam e inchaços sem motivo aparente.

Os cachorros são muito amigáveis e estão sempre dispostos para brincadeiras com a família. Por isso, qualquer indicativo de indiferença, apatia, cansaço, além de alterações na rotina (recusa à alimentação, diarreias ou prisões de ventre constantes, etc.) precisam ser investigados.

Não existe uma causa específica para o desenvolvimento de um tumor maligno ou benigno. A incidência de câncer parece estar relacionada à hereditariedade. Algumas doenças virais, como a hepatite infecciosa e a traqueobronquite infecciosa (conhecida como tosse dos canis), igualmente parecem predispor à doença.

Os animais idosos apresentam maior propensão ao câncer, assim como os cães de pelagem clara, especialmente nos casos de exposição excessiva à radiação solar. Entre as raças mais suscetíveis, destaca-se o golden retriever.

Não há estatísticas no Brasil, mas, nos EUA, dois terços dos golden retrievers que atingem a velhice morrem de câncer, cujos tumores surgem principalmente no sistema linfático, nos ossos e nos vasos sanguíneos.

Outras raças suscetíveis são o boxer (33% dos idosos desenvolvem cânceres, em maioria no cérebro e no sistema imunológico), o rottweiler e o dogue alemão (10% dos cães destas raças desenvolvem tumores malignos ósseos).

Diagnóstico e tratamento do câncer em cães

Apenas um profissional, com o auxílio de exames e análises clínicas, pode diagnosticar o câncer em cães. Os tutores precisam ficar atentos aos sinais da doença, especialmente o surgimento de tumores (caroços) em qualquer parte do corpo.

O diagnóstico precoce garante maiores probabilidades de cura. O tratamento pode envolver procedimentos cirúrgicos, além de sessões de quimioterapia, radioterapia e/ou imunoterapia. A melhor prevenção consiste nos check-ups anuais, a partir de 18 meses de vida.

Alguns fatores de risco devem ser evitados. Entre eles, destaca-se a alimentação em excesso ou inadequada (oferecer comida humana para os cães, por exemplo), evitar os banhos de sol principalmente nas horas mais quentes do dia (entre 10h e 16h) e tratar qualquer problema de pele assim que surgem os primeiros sinais.

Aviso importante: O nosso conteúdo tem caráter apenas informativo e nunca deve ser usado para definir diagnósticos ou substituir a consulta com um veterinário. Recomendamos que você consulte um profissional de confiança.

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