Tapetes gelados para cães funcionam mesmo?

Muitos cachorros sofrem com o calor – no Brasil, durante praticamente o ano todo. Felizmente, estão chegando novidades: os tapetes gelados para cães. Será que funcionam?

Os tapetes gelados prometem um alívio para os cães e realmente funcionam. Eles possuem refrigeração a gel atóxico (o que evita vazamentos) e reduzem a temperatura, tornando-a bem mais agradável. Praticamente todos os amigos caninos sofrem com o verão (que, em algumas regiões do país, se estende por dez meses; nos dois restantes, a estação chuvosa reduz a sensação térmica em alguns graus centígrados, mas não chega a eliminar o desconforto).

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No Brasil, e principal marca de tapetes gelados e refrescantes para cães é a Jambo Mat Cool, mas o Chill Out, da AFP (All for Paws, ou tudo para patas), já entrou na concorrência, apesar de oferecer produtos um pouco mais caros e não disponibilizar tapetes para cães grandes e extragrandes (molossoides).

 Estratégias caninas e humanas

Os cães têm truques próprios para amenizar o calor. Nos dias mais quentes, eles procuram piso frio (como a cozinha ou a área de serviço) e deitam-se no chão para se refrescar. A estratégia, porém, não é muito eficaz: depois de alguns minutos, a superfície se aquece com a temperatura do animal, que é, como nós, um ser de sangue quente e ele precisa trocar o lugar de descanso.

Veja também: Por que o calor excessivo é prejudicial para os cães?

Vale lembrar que a temperatura corporal dos cães é superior à humana (entre 38°C e 39,5°C); por isto, eles se ressentem mais do calor, mesmo quando avaliamos que o dia está ameno (entre 25°C e 28°C). além disto, eles não suam através dos poros, o que impede o resfriamento do corpo.

Para superar este incômodo, a tecnologia surge em benefício dos pets. Os tapetes gelados funcionam apenas com a pressão do peso do próprio cão. À medida que ele se mexe, durante a soneca da tarde. Não é necessário nenhum tipo de fonte de energia e o mat (derivado de “mattress”, colchão, em inglês) não precisa de água, nem de refrigeração.

A circulação do gel, que funciona internamente nos tapetes gelados para cachorros, garante o refresco. Trata-se de um processo mecânico (o gel armazenado no fundo do mat circula em direção à superfície, dando lugar para o gel mais próximo do cão ficar mais fresco).

Características dos tapetes gelados

O tapete gelado da Jambo é oferecido em quatro tamanhos:

  • pequeno: 50 cm de comprimento e 40 cm de largura;
  • médio: 65 cm de comprimento e 50 cm de largura;
  • grande: 90 cm de comprimento e 50 cm de largura;
  • extragrande: 96 cm de comprimento e 81 cm de largura.

Em todos os casos, a espessura é sempre de um centímetro. Os tapetes gelados são confeccionados em náilon (ou poliéster), espuma e gel, com estrutura de PVC. Até o momento, não foram registradas queixas de danos causados pelos gatos e suas garras afiadas, nem aqui, nem nos EUA, onde o produto foi desenvolvido.

Portanto, a família toda fica feliz, apesar de os felinos, todos originários de regiões quentes (Egito, Oriente Médio, sudeste da Ásia) não reclamarem (muito) das altas temperaturas – nem mesmo as raças peludas, como os siameses e os himalaios.

Os tapetes gelados para cães baixam a temperatura entre 6°C e 10°C. Depois de cinco ou seis horas, é conveniente dar um “descanso” para o acessório, para que eles recuperem as propriedades e garantam uma vida útil mais prolongada.

Não há contraindicações: filhotes, adultos e idosos podem usar os tapetes gelados, a menos que haja histórico veterinário de artrites, artroses, atrofias musculares e condições específicas, como a displasia coxofemoral, relativamente comum em cães grandes. Mesmo assim, o médico pode ser consultado sobre a conveniência de adotar os tapetes gelados.

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Outros cuidados para dias quentes

Existem outros produtos desenvolvidos à base do mesmo gel embutido nos tapetes gelados. São bebedouros, comedouros (indicados apenas para cães que se alimentam com rações secas) e até brinquedos, como bolas e petecas. Os animais podem se refrescar enquanto estão se divertindo com os donos.

Os cães que mais sofrem com o calor intenso são os peludos (especialmente os que têm subpelo e sobrepelo), os de pequeno porte e os oriundos de regiões temperadas ou glaciais (husky siberiano, akita, são bernardo, outros cães monteses e os mergulhadores: retriever do labrador, terra nova, labrador dourado, cão d’água português, etc.).

Os cães de focinho curto (os de cara achatada, como o boxer, os buldogues e o pug) sofrem da chamada síndrome braquicefálica: o ar inspirado leva menos tempo para chegar aos pulmões, chega mais aquecido e eles acabam sofrendo com fadiga, respiração ofegante e diversos problemas nas vias respiratórias superiores.

Animais de pelo escuro absorvem os raios solares com mais intensidade. Desta forma, sofrem muito mais com o calor. Por outro lado, nem eles, nem os animais de pelagem clara não podem sofrer uma tosa radical: a pele exposta ao Sol, quando eles ficam rosados (comum nos yorkshires, malteses e lhasas apsos), os raios UV se tornam mais ativos e podem determinar inclusive cânceres de pele.

Passeios

Os passeios diários não podem ser negligenciados. Ao contrário dos gatos, que se relacionam apenas com a família e alguns parentes próximos (quem vive com um bichano sabe como é difícil encontrá-lo quando surgem estranhos em casa), os cachorros são mais gregários e precisam se relacionar com outros caninos e humanos – entre outros motivos, para reduzir o tédio e reduzir a ferocidade natural da espécie.

Eles são caçadores, defensores e companheiros. Por isto, estão “sempre alertas”. São territorialistas (especialmente os machos não castrados) e podem não suportar a chegada de um novo membro à família – como outro cachorro, um gato ou um bebê.

Os passeios, portanto, devem ser mantidos. As brincadeiras, no entanto, precisam de alguns cuidados: além das bolas e frisbees gelados (na verdade, apenas refrescantes), água fresca deve estar disponível durante os exercícios.

Os horários também precisam mudar: passeios depois das 10h (ou 11h, no horário de verão) ou antes das 16h (ou 17h, nos horários que seguem a hora oficial de Brasília) são ainda mais contraindicados. Tapetes gelados são uma ajuda e tanto, vieram para ficar, mas não fazem milagres.

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