Confira a seguir algumas dicas simples e práticas para ser um tutor melhor para o seu cachorro.
Humanos e cachorros são parceiros há milhares de anos, mas, nas últimas décadas, a convivência se tornou muito melhor e mais próxima. Mesmo assim, muitas vezes sem querer, educamos os nossos peludos de forma errada e estimulamos comportamentos inadequados. Felizmente, sempre é tempo de se tornar um tutor melhor.
Adotar um cachorro é uma experiência gratificante, mas apresenta alguns desafios que o tutor precisa superar. Trata-se de um projeto de longo prazo: durante 12 ou 15 anos, o peludo estará ali ao lado, pronto para tudo. Com alguns cuidados simples, esta convivência pode ser extremamente positiva.
01. Nunca estimule comportamentos agressivos
Os cachorros são seres gregários. Isto significa que eles naturalmente vivem em grupos e estabelecem relações diferentes com cada membro da família, com visitantes e até mesmo com desconhecidos.
Mantê-los isolados, no fundo do quintal, sem atividades com os parentes, é uma excelente forma de torná-los agressivos e até mesmo violentos. Mesmo os cachorros adotados para guarda devem aprender a diferenciar estranhos de intrusos.
Inadvertidamente, muitos tutores incentivam a violência, por exemplo, valorizando as mordidas e rosnados. Cada cachorro exibe uma personalidade própria, mas todos são sociáveis, mesmo os tímidos e os mal-humorados.
A agressividade é inerente à espécie. Os cães descendem dos lobos e, nas alcateias, é preciso ser feroz para garantir o alimento, a segurança e a conquista de parceiros sexuais. Entre os cachorros, algumas raças são mais “bravas”, enquanto outras são dóceis.
É muito difícil encontrar um retriever do labrador ou um beagle agressivo. Por outro lado, o comportamento violento é mais frequente entre cães do tipo bull (pitbull, american bully, staffordshire terrier, etc.) e também os caçadores e guardiães solitários (afghan hound, akita, weimaraner, etc.).
O principal estímulo, no entanto, é a forma de criação e educação. Os tutores podem controlar a agressividade, mas não basta apenas amor e carinho: é preciso adestramento firme. Os cães podem se tornar violentos por dominância, territorialidade ou ciúme.
Alguns animais mais tímidos também podem partir para a agressão por medo ou dor. Antes de adotar um cachorro, é importante conhecer as características da raça: um peludo pode ficar violento até mesmo por ser mais pacato e dorminhoco, enquanto os tutores querem estimular a atividade física.
02. Não proíba a comunicação
Os cachorros latem. Esta é uma característica da espécie. Algumas raças são mais silenciosas, outras mais barulhentas, mas os latidos fazem parte da comunicação canina. Os motivos são os mais variados.
Um cachorro pode latir quando percebe alguma coisa errada e, neste caso, ele faz barulho para alertar a família. É importante considerar que a audição e o olfato caninos são muito mais apurados do que os nossos e, desta forma, muitas vezes eles recebem estímulos sonoros ou olfativos que não nos atingem.
Os peludos também podem latir por medo, para dar um alerta, por solidão – os cachorros não gostam de ficar sozinhos – e por tédio: os tutores precisam organizar atividades para que eles se mantenham entretidos, especialmente nos períodos em que a família está fora de casa.
Os latidos podem ser controlados. Os cachorros gostam de nos agradar e entendem rapidamente quando algum gesto ou atitude não é bem aceita pelos tutores. Para garantir a eficiência do aprendizado, o adestramento deve ser firme e coerente: um peludo não entenderá que pode latir em alguns dias e em outros, não.
Para reduzir o barulho, é importante não gritar com os cachorros. Assim como as crianças pequenas, eles tendem a imitar os tutores; assim, se a família é “sonora”, a tendência é que eles reproduzam o comportamento.
Os cachorros possuem um repertório variado: eles emitem latidos, ganidos, rosnadas e uivos. O uivo, por exemplo, é uma forma de comunicação a distância. Nas alcateias, os lobos encarregados da vigilância uivam de tempos em tempos, para informar ao grupo que está tudo em ordem.
Os sons dos pets podem ser controlados, mas não eliminados. O latido faz parte da expressão e, se ele for proibido, o cachorro ficará triste e desorientado. Por outro lado, cães bem educados sabem quando fazer barulho e silêncio.
03. Conheça a linguagem corporal dos cachorros
A “fala” dos cachorros é limitada, mas eles também conseguem se comunicar por meio de gestos. Até mesmo quando estão dormindo, eles transmitem informações importantes e os tutores precisam conhecer a linguagem corporal para garantir um relacionamento harmônico e prazeroso.
Quando um cachorro está com as orelhas apontadas para frente, a cauda no nível da linha superior do dorso, a boca fechada e o corpo apoiado principalmente nas pernas dianteiras, é um sinal de que ele está alerta. O que acontecerá a seguir depende da situação: o peludo pode estar excitado, curioso ou com medo.
Quando a cauda está posicionada para baixo, a boca entreaberta, orelhas em posição natural (ou um pouco voltadas para trás), isto indica que o cachorro está tranquilo e relaxado. A posição é comum depois de uma atividade mais intensa (uma brincadeira, por exemplo) e também quando os peludos estão se sentindo seguros e aconchegados.
Quando a cauda está erguida, os pelos da nuca e do dorso estão eriçados, os cantos da boca se projetam para frente, o focinho está franzido, as orelhas se colocam para frente e o peso do corpo é sustentado na ponta das patas, o cachorro está em posição de ataque iminente.
Ele está reagindo a uma situação de desafio e se posiciona desta maneira para responder a um gesto qualquer que foi entendido como provocação. Isto pode acontecer na presença de cachorros desconhecidos ou de qualquer ameaça à família (ou à integridade física).
Se o cachorro se deita de costas e expõe a barriga, ele está indicando submissão passiva. Mostrar o abdômen indica que ele não quer briga. Em casa, no entanto, esta pode ser uma posição de quem está apenas pedindo carinho.
Os bocejos constantes indicam que o cachorro está se sentindo incomodado ou estressado, quase sempre em função de um estímulo externo. Ele pode não estar gostando de um gesto do tutor (ou de outro membro da família), pode estar com medo de sons altos, etc. Quase sempre, este é um momento de aconchegar o peludo, demonstrando que está tudo bem.
Desviar o olhar também demonstra incômodo. A atitude pode ocorrer quando o cachorro sabe que fez alguma coisa errada, mas também é comum em gestos invasivos, como pegar o cachorro no colo de surpresa, suspendê-lo no ar, abraçá-lo de forma exagerada, etc.
Lamber o focinho continuamente indica que o cachorro está irritado com alguma situação. Dependendo do temperamento, ele pode fazer isso imediatamente antes de atacar alguém, para eliminar o fator que o está incomodando.
Levantar a garupa e apoiar o corpo nas pernas dianteiras indica que o cachorro está querendo brincar: na verdade, é um convite para o tutor se reunir a ele em alguma atividade importante. O rabo abanando é muito frequente nessas situações.
04. Eles também “falam” com o olhar
A longa convivência com humanos levou os cachorros a desenvolver diversas habilidades comunicativas. Uma delas é o olhar. Um estudo do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo), que envolveu 22 duplas (cães e tutores), demonstrou que eles conversam com o olhar quando precisam da ajuda humana para uma atividade qualquer.
Os cachorros podem lançar olhares insistentes para os membros da família humana quando querem alguma coisa importante – um passeio, um brinquedo ou um petisco que está fora do alcance, por exemplo.
Os tutores devem aprender o significados dos olhares, que indicam as vontades e necessidades dos cachorros. A interação é útil inclusive para o adestramento: a falta de contato visual pode servir para ensinar os peludos que eles não podem brincar, passear ou comer petiscos a qualquer hora.
05. Ensine as regras da casa
Cada família possui regras próprias e, desde que sejam coerentes e permanentes, não há normas certas e erradas. Para alguns, por exemplo, os cachorros podem se refestelar na cama dos tutores, enquanto para outros nem mesmo é autorizada a entrada em casa.
É importante começar a educar o cachorro logo no primeiro dia de convivência. Ainda filhotes, eles podem aprender o local para dormir, brincar, alimentar-se, fazer as necessidades, etc. Os tutores precisam ser firmes e manter as regras sempre constantes.
Os cachorros gostam de rotina. Enquanto alguns humanos querem novidades todos os dias, os peludos preferem um cotidiano previsível, com horários definidos para brincar, passear, fazer a ronda em casa, tirar um cochilo, etc.
Não é necessário gritar, muito menos partir para agressões físicas. Os tutores precisam ter em mente que os pets estão em fase de aprendizado, usando o método da tentativa e erro. Portanto, em alguns momentos, eles irão errar.
O ideal é usar o método positivo, com recompensas físicas (biscoitos e outros petiscos) na primeira etapa. Depois que os cachorros tiverem assimilado, os prêmios podem ser suspensos, mas os acertos precisam sempre ser contemplados com afagos e palavras de estímulo.
Naturalmente, os cães não entendem quase nada do que falamos para eles, mas conseguem compreender a tonalidade empregada pelos tutores. Conversar com os peludos facilita o adestramento e também faz bem para a nossa saúde mental.
Inicialmente, os filhotes devem aprender o significado do “sim” e do “não”. Em seguida, podem ser ensinados alguns comandos simples, como “fica”, “vem”, “junto”, etc. Estas regras serão muito úteis em diversas situações, como não fazer xixi no tapete e comportar-se adequadamente durante as caminhadas.
Posteriormente, de acordo com o interesse e a capacidade dos cachorros, eles podem aprender truques mais sofisticados, como rolar no chão, fingir-se de morto e andar sobre as patas traseiras. Tudo depende da disponibilidade dos tutores, que precisam dedicar alguns momentos do dia para o aprendizado.
De acordo com o livro “A Inteligência dos Cães”, do psicólogo americano Stanley Coren, as raças mais indicadas para o aprendizado sofisticado são border collie, poodle, pastor alemão, golden retriever e doberman. Os mais independentes e pouco afeitos ao adestramento complexo são borzói, chow-chow, buldogue inglês e francês, basenji e afghan hound.
De qualquer maneira, todos os cães são capazes de aprender as regras básicas de casa. Ensiná-los garante um relacionamento mais prazeroso e produtivo. Os tutores precisam se disponibilizar para garantir a educação dos peludos.
06. Esteja atento a sinais de doenças
Os cachorros, de maneira geral, são bastante resistentes à dor. Os sintomas de possíveis doenças são difusos e, infelizmente, os peludos não sabem falar o que está incomodando. De qualquer forma, os tutores devem ficar atentos a alguns sinais que, se não cederem em um ou dois dias, exigem uma visita ao veterinário.
A falta de apetite é um sinal importante. Quando um cachorro perde o interesse pelas atividades prediletas, os tutores precisam investigar o que está acontecendo. As doenças também podem se manifestar a partir dos seguintes sintomas:
- xixi fora do lugar;
- alterações no xixi e/ou no cocô (cor, aparência, consistência, etc.);
- vômitos e náuseas frequentes;
- cansaço sem motivo;
- apatia e desinteresse;
- tosse;
- perda localizada ou generalizada de pelos;
- dificuldades na locomoção;
- alterações nas gengivas ou nos olhos;
- coceira excessiva.
Assim como nós, os cachorros também passam por dias ruins, em que querem apenas ficar na caminha, sem muita interação com a família. Os sintomas devem ser considerados quando eles não cedem em 48 ou 72 horas, ou quando diversos sinais se manifestam ao mesmo tempo.
07. Identifique o seu cachorro
Todos os cachorros devem ser identificados e, em algumas cidades brasileiras, o registro geral animal (RGA) é obrigatório por lei. Os peludos nunca devem sair nas ruas sozinhos, mas sempre é possível que eles escapem durante uma caminhada com os tutores.
Os tutores podem usar o RA na coleira dos cachorros – é uma placa com informações básicas, como nome e telefone de contato. Desta maneira, em caso de fuga ou perda, fica mais fácil encontrar o peludo.
Também é possível fazer a microchipagem. Trata-se da introdução, abaixo da pele do animal, de um chip com informações sobre o cachorro. Neste caso, os tutores podem apresentar mais detalhes, como eventuais doenças, alergias, etc.
A introdução do microchip, que tem o tamanho de um grão de arroz, é praticamente indolor e precisa ser feita apenas uma vez, porque os dados são preservados por 20 anos ou mais – período maior do que a expectativa de vida dos cães.
O microchip pode ser lido por meio de scanners, que já estão presentes na maioria dos consultórios veterinários e pet shops. Centros de controle de zoonoses e ONGs de defesa animal também estão se equipando para identificar animais perdidos.
08. Mantenha a vacinação em dia
A vacinação é fundamental para a saúde dos cachorros. Ela previne contra diversas infecções relativamente comuns entre os peludos, como raiva, cinomose, parvovirose, etc. A imunização tem início quando o filhote tem de seis a oito semanas de vida.
Antes disso, ele é protegido pelos anticorpos da mãe, que são compartilhados através da amamentação. A segunda dose deve ser aplicada com um intervalo de duas a quatro semanas e a terceira, quando o cachorro completa 16 semanas de idade.
Atualmente, a vacina mais comum é a polivalente (V8 ou V10), que protege contra cinomose, hepatite infecciosa, parvovirose, rinotraqueíte, coronavirose, adenovirose, parainfluenza e leptospirose.
Já a vacina contra raiva deve ser aplicada em dose única, quando o cachorro completa dez semanas de idade. Depois disso, os tutores devem vacinar os cachorros todos os anos, sempre na mesma época, para garantir a imunização.
Outra providência importante é a vermifugação. Parasitas como solitárias e lombrigas prejudicam a qualidade de vida e comprometem a saúde. Os filhotes devem receber o vermífugo com duas semanas, com doses de reforço até que completem seis meses.
Depois disso, os cães devem ser vermifugados em intervalos de três a seis meses, de acordo com o estilo de vida: os animais que passam mais tempo fora de casa (em escolinhas, hotéis, etc.) precisam de cuidados mais frequentes.
No caso de o tutor adotar um cachorro já adulto sem informação sobre imunização (o acolhimento de um animal abandonado, por exemplo), deve ser providenciada imediatamente a vacinação e a vermifugação.
09. Controle a alimentação
Quase todos os cachorros são vorazes, uma herança do tempo em que tinham de caçar as refeições e comer as presas o mais rápido possível. Mesmo os animais mais elegantes e educados costumam pelo menos lançar olhares suplicantes quando veem (ou cheiram) algum alimento. Mesmo assim, é muito importante controlar a alimentação. Um dos mais frequentes problemas caninos de saúde é o sobrepeso e a obesidade.
A forma mais simples de alimentar os cães é oferecer rações de qualidade. Existem bons produtos disponíveis, indicados para raças específicas ou para o sexo, idade, nível de atividade física, etc. Os tutores precisam conferir a quantidade diária.
Para os cães de pequeno porte, por exemplo, mesmo um petisco – um biscoito ou um bifinho – pode significar um exagero. Para um chihuahua de 1,8 kg, que deve receber apenas 50 gramas diários de ração, uma guloseima de dez gramas significa um aumento de 20%.
Nenhum cachorro deve receber alimentação humana. Além de não garantir os nutrientes necessários para os peludos, vários ingredientes usados na nossa culinária são prejudiciais aos cães – é o caso do sal, alho e cebola, por exemplo.
Os tutores, desde que tenham as habilidades necessárias e disponham de tempo, também podem oferecer alimentação caseira para os cachorros. Nestes casos, é importante buscar orientação de um veterinário, para certificar-se de que os animais recebam proteínas, gorduras, açúcares, vitaminas e sais minerais de maneira adequada.
10. Passeie diariamente
As caminhadas diárias são importantes para garantir o desenvolvimento físico dos filhotes e a manutenção da saúde e boa forma dos adultos. Mas os passeios não são importantes apenas em função das atividades.
Nas ruas, os cachorros se deparam com estranhos – outros humanos e cachorros – e começam a aprender a respeitar o espaço alheio. Os diversos estímulos sonoros, visuais, olfativos e táteis melhoram as respostas dos peludos, tornando-os mais equilibrados.
Portanto, faça chuva ou faça sol, é importante passear todos os dias com os cachorros. Evidentemente, as caminhadas podem ser encurtadas em dias muito frios (ou muito quentes, de acordo com as reações dos peludos), mas não devem ser canceladas.
11. Descubra o ritmo do cachorro
Cada cachorro tem um ritmo próprio e é importante conhecer estas características antes mesmo da adoção, para que um tutor atlético não leve um peludo muito pacato para casa – e também para que alguém sedentário passe a conviver com um animal ativo, sempre ligado nos 220 volts.
Algumas raças são também mais barulhentas, como o beagle, enquanto outras são extremamente silenciosas, como os weimaraner. O akita e o basenji são independentes e gostam de passar parte do dia sozinhos, enquanto o shih tzu e o dálmata são verdadeiros chicletinhos, exigindo a companhia dos tutores o tempo todo.
Os filhotes são sempre curiosos e cheios de energia. À medida que crescem – e envelhecem – as necessidades de atividades diminuem e precisam ser moduladas. Vale o mesmo para os animais doentes ou convalescentes de traumas.
12. Não negligencie a higiene
Os cachorros não possuem glândulas sudoríparas espalhadas pelo corpo (elas se concentram nos dedos). Por isso, eles não precisam de banhos diários, mas os tutores precisam estar preparados para oferecer banhos a cada 15 dias ou mensalmente, de acordo com as características de pele, pelagem, etc. Quem não tem disponibilidade pode levar os peludos a um salão de banho e tosa.
A tosa, aliás, é outra necessidade, especialmente para os cães brasileiros, que passam a maior parte do ano no calor dos trópicos. O corte dos pelos varia de acordo com a raça, mas a maioria dos peludos se dá bem com a tosa carequinha, deixando os pelos longos apenas no inverno.
Em casa, os tutores também devem reservar um tempinho para escovar os pelos dos cachorros. Os de pelo curto não precisam de muitos cuidados, mas a escovação é útil para verificar as condições da pele, das orelhas, olhos, unhas, etc.
Os peludos e muito peludos podem demandar escovações diárias. É o caso do golden retriever e do rough collie, por exemplo. Com este cuidado, eles ficam mais bonitos e – o principal – muito mais saudáveis.
Os dentes também merecem cuidados e devem ser escovados pelo menos dia sim, dia não. Os cachorros também podem desenvolver tártaro e placa bacteriana. Apesar de a dentição canina ser mais resistente às cáries, a placa pode evoluir para doenças sérias, como a periodontite, que pode inclusive ser fatal.
13. Estimule a socialização
Em casa, os cachorros devem ser socializados com todos os membros da família. Eles precisam aprender a respeitar todos os parentes, mesmo que sejam mais dedicados a um ou outro familiar. Em geral, eles estabelecem relações diferenciadas com cada morador da casa.
Nas ruas, os peludos devem aprender a caminhar de acordo com as instruções do tutor, sem sair em disparada, nem “empacar” de cansaço ou de birra. É importante que eles interajam com outros cachorros – e as cafungadas no traseiro estão entre as principais estratégias de socialização.
É importante que os cachorros tenham acesso à rua, mesmo que seja através de uma janela. Ao verificar o movimento, eles se tornam mais ajustados, conseguem vencer alguns medos e aproveitam para se distrair enquanto ocupam o tempo com a inspeção.
14. Organize um ambiente seguro
Os cachorros podem enfrentar alguns problemas em casa, que naturalmente é adaptada para as necessidades humanas. Os tutores precisam organizar um ambiente seguro, para evitar choques e quedas.
No caso de cães muito pequenos, como o lulu da Pomerânia e o pinscher miniatura, é importante garantir o acesso – por exemplo, improvisando um degrau para que eles subam no sofá ou na cama.
Algumas plantas são tóxicas para os cachorros, mas, mesmo assim, são objeto de curiosidade, especialmente dos filhotes. É o caso, entre outras, do comigo-ninguém-pode, costela-de-adão, jiboia, espada-de-são-jorge, bico-de-papagaio, azaleia, fortuna, filodendro, copo-de-leite, lírio, cheflera e primavera. Não é preciso acabar com os vasos, apenas mantê-los fora do alcance dos peludos.
Em algumas casas, pisos escorregadios podem ser verdadeiros convites para acidentes domésticos. Se este for o caso, os tutores podem providenciar passadeiras para evitar escorregões, colisões e quedas.
As rampas e escadas, na medida do possível, devem ser interditadas para os cachorros – alguns inclusive têm bastante medo de subir degraus. Os tutores podem incentivá-los a superar esses obstáculos, mas, quando estão sozinhos, o ideal é impedir o acesso.
15. Não humanize o seu cachorro
Muitos tutores, especialmente os que convivem com cachorros de pequeno porte, apresentam a tendência de humanizar os peludos. Este é um grande erro: eles pertencem a uma espécie diferente, com necessidades e vontades diferentes das nossas.
Não há nada errado em mimar e paparicar os peludos, não importa o tamanho que eles tenham. Os problemas começam a surgir quando os pets são tratados como bebês humanos, e não como cachorros.
Alguns tutores exageram nas roupas e acessórios, prejudicando inclusive a mobilidade dos cães. Outros carregam os filhos de quatro patas sempre no colo. Vale lembrar que mesmo um chihuahua ou pinscher miniatura não é uma criança desprotegida.
Cachorros precisam brincar, correr, descobrir novidades e interagir com elas. Eles precisam de tempo e espaço para farejar, identificar sons que nós não conseguimos captar, aprender a agir e reagir no mundo.
Evidentemente, eles adoram colo, cafuné e muitas demonstrações de afeto. Mas, para mantê-los equilibrados, é necessário permitir que eles ajam como cachorros, inclusive permitindo alguns gestos que não parecem muito atraentes, como cheirar o traseiro de desconhecidos, encontrar e perseguir presas, lamber os próprios genitais, etc.